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— Tem certeza de que você não quer um pouquinho? Pra aguentar meu primo tenha certeza de que você precisará. — Marcos o vice diretor ao qual eu tenho intimidade o suficiente para chama-lo pelo primeiro nome insistiu com a bebida.

Fechei a tela do notebook e juntei os papéis ao me levantar.

— É anti ético beber no trabalho, ninguém te contou vice diretor? Trabalho com Rafael a cinco anos, sei lidar com a fera.

Ele revirou os olhos sacudindo o gelo no copo.

— Vamos, beba só um pouco, não vou contar ao Rafael. — Ele me olhou cheio de expectativas, Marcos tem tentado me tirar dos trilhos um tempão.

Ele não aceita que eu seja a única funcionária do Rafael que não caia em seus papos furados e faça algo que irrite o primo.

— Claro que você não vai. — Sorri abertamente grampeando a última folha.— Mas quem te garante que eu não vá contar?

Pisquei pra ele por baixo dos óculos e fui até a mesa do diretor vazia, empurrei a porta com os quadris e deixei as coisas organizadas em sua mesa.

— Secretária Quinn por acaso você viu minha gravata azul? — O diretor Marquenze entrou pelas portas principais com um baque que quase me levou a morte com o susto.

Marcos arregalou os olhos e escondeu seu copo dentro do jarro de planta ao lado da minha mesa. Apertei meus lábios escondendo o riso quando ele disse.

— Olá primo, essa camisa fica bem em você. — Ele disfarçou.— Bom, eu já estou de saída.— Se Rafael estranhou o primo daquele lado em minha mesa, nada disse. Mas Marcos parou no meio do caminho com a sobrancelha erguida. — Oque aconteceu com seu cabelo?

— Tropecei em uma pedra. — O Diretor Marquenze guardou seu capacete.

Me engasguei quando o Vice diretor Marco riu e tirou uma grama dos outros do primo.

— É, a pedra deve ter sido bem grande. — Ele se recompôs e me olhou uma última vez. —Bom, Mais uma vez obrigado pelas informações Ana.

Assenti mesmo sabendo que não tinha informação nenhuma, os minutos anteriores foram de fofocas e perturbações. Observei o homem de terno cinza e cabelo comprido sair antes de soltar uma piscadela pra mim. Encarei a planta ainda com o copo escondido e limpei a garganta.

Ah, que ótimo. Mais essa!

O senhor por acaso já tentou ver em sua gaveta? — Caminhei até ela antes de o ver abotoar sua camisa.

— Sim, mas não a encontro em lugar nenhum. 

— Espere um segundo, eu tenho certeza de que a vi... — Procurei uma por uma, azul com listras, azul com bolinhas e... — Achei!

— Ótimo, já estava perdendo minha paciência.

Rafael encostou em sua mesa seus cabelos úmidos e cheiro de sabonete francês vinha dele. Caminhei até ele, Fiz oque fazia todas as vezes que o diretor Marquenze tinha um almoço importante, coloquei sua gravata. 

Ele ergueu seu pescoço assim que afrouxou o nó e eu ajeitei em volta. Sua postura ficou rígida e seus lábios finos em uma linha reta, Meus dedos tocaram sua gola tirando as marcas de amassado enquanto eu me concentrava o máximo na gravata e não nele, apertei o nó e finalizei.

— Feito! — Limpei uma poeira invisível de seus ombros e me afastei com um sorriso.

— Obrigado, quando eu faço nunca fica do seu jeito. — Ele abotoou os botões do pulso com uma atenção exagerada ali.

Secretária Quinn. (SERÁ RETIRADA EM BREVE)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora