Secretária Quinn. (SERÁ RETIRADA EM BREVE)

.07.

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Abafei meu grito com o travesseiro

— Por que eu sou assim? — Me Debati inconformada como um peixe na cama.

Aurora tocou meu ombro.

— Ana não fica assim, pense pelo lado bom seu chefe gostoso não vai te demitir.

— Não graças a você!

Ela me olhou ofendida.

— Ei! A culpa não foi minha se você mandou o email errado para o notebook dele!

Droga, ela estava certa.

— Mas se você não tivesse proposto a cara dele ao invés da tela branca isso não teria acontecido!

Ela desdenhou.

— Não fique chateada comigo, você não reclamou quando estava igual uma maluca riscando o rosto do seu chefe.

— É que foi terapêutico.— Choraminguei arrependida. — Rora, foi horrível, foi péssimo.

— Ele brigou com você?

— Ele tirou folga.

Ela ergueu a sobrancelha escura.

— Seu chefe pediu folga? Ele não deve estar bem mesmo.

— Você não está ajudando. — Cobri meu rosto com a coberta deixando apenas os olhos de fora.

Minha irmã desceu da minha cama e apontou para a porta.

— Quer dizer isso para o sorvete que eu trouxe e que está em seu congelador?

Foi como dizer que o Michael Rimmer estava em minha casa, em um pulo me arrastei para fora. Fui para sala e deitei ao lado da minha sobrinha concentrada em meu desenho.

— Tia Ana, você já parou de chorar?

— Eu não estava chorando. — funguei.

— Não tem problema admitir, a mamãe chora sempre. Ela diz que não é vergonhoso, e que chorar ajuda aliviar o estresse. — Ela balançou seus pés com meias.

— Sua mãe anda muito estressada? — cochichei para que Aurora não me ouvisse da cozinha.

Mel assentiu alisando o cabelo da sua boneca.

— Vi ela e o papai discutindo no estacionamento.

Arregalei meus olhos.

— Você viu o seu pai?

— Não e sim, eu estava dentro do carro mas vi eles pelo vidro da janela.

— Mesmo?

— Hunrum. Aposto que ele nem ligou pra mim.

— Não fique assim abelhinha, tenho certeza de que seu pai só não falou com você porque não te viu.

— Você acha mesmo tia Ana? — Seus olhos escuros me fitaram cheios de esperança.

Mel é apenas uma criança e me dói vê-la sentir pela falta de um pai.

— Sim, ninguém resistiria a essas bochechas. — Apertei entre meus dedos arrancando um sorriso de seu rosto.