Tratamento especial para clientes extraordinárias

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Já era tarde quando ela decidiu jantar no restaurante do hotel. Queria comemorar, ainda que sozinha, o sucesso das reuniões daquela viagem de negócios. Se sentou em uma banqueta aleatória no imenso balcão onde choperias disputavam espaço com taças de cristal.

Sentiu-se como em um filme, escolhendo uma bebida enquanto ajeitava a fenda do vestido bordô de gola alta. Fazia frio e sua preocupação era esconder o bico dos seios que teimavam em perfurar o tecido de lã com micro furos capazes de revelar os contornos de sua lingerie.

Pediu um drinque sem prestar atenção a quem. Enquanto esperava, passou a brincar com o celular na tentativa de disfarçar o desconforto de ser a única pessoa sem acompanhante.

"Posso colocar uma folha de manjericão no seu coquetel?", ouviu de uma voz masculina à sua frente. Era o barman. Ele tinha olhos pretos como o céu noturno de uma praia deserta, cabelo aparado à máquina zero, nariz marcante e sorria com o rosto todo. Ela percebeu, pelo jeito como ele a olhava, que havia mais do que pura cordialidade na postura dele. "Combina com a minha escolha?", ela quis saber. "Dizem que é afrodisíaco", devolveu ele. "Então combina comigo. Quero provar." Nunca o interesse sexual entre duas pessoas surgiu tão rápido como naquele singelo diálogo. Era nítido. E recíproco.

Ela tinha, no mínimo, 40. Ele, no máximo, 30. Por uma fração de segundos, ela se perguntou se o flerte seria alguma estratégia de marketing para vender mais bebidas. Olhou ao redor. O salão estava cheio, assim como os copos das pessoas presentes. Concluiu que ele não precisava paquerá-la para bater nenhuma meta profissional. A única explicação era que ele a estava cobiçando.

De tempos em tempos, algum cliente com menos paciência chamava-o irritado pela falta de atenção a todos os outros consumidores. O barman só tinha olhos para ela. Sugeriu preparar-lhe um drinque como cortesia da casa. Ela recusou. Disse que não era preciso tentar impressioná-la. Fez uma contraproposta: "eu pago o seu drinque". Ele revelou que não podia beber enquanto atendia, mas que poderia levar a bebida até onde ela estivesse quando ele terminasse o turno. "Quatro 375", disparou ela para a surpresa de ambos.

Ele, sorrindo maliciosamente, disse que levaria para ela uma surpresa estava sendo preparada desde o momento em que a viu caminhando em direção ao balcão. Um frio na espinha percorreu as costas dela, deixando-a constrangida e, ao mesmo tempo, lisonjeada.

Ao perceber que o bar estava cada vez mais cheio e ele mais dividido, ela preferiu voltar para o quarto e esperá-lo lá. Levantou-se sem se despedir, enquanto se perguntava se não estaria sendo mais indelicada do que misteriosa.

Quando voltou para o quarto, ela calculou que teria tempo para tomar um banho, preparar o ambiente escolhendo uma boa música e acertando a iluminação. Em vez disso, usou o tempo livre para pedir uma comida pelo serviço de quarto e finalmente ter um momento de descanso. Ela estava começando a se despir quando bateram à porta. Vestiu um roupão e sorriu animada com a ideia de que iria saciar sua fome.

No lugar da comida, diante dela estava o barman. Ela olhou para as mãos dele, vazias, e perguntou sobre o que ele havia prometido trazer. Ajeitando a calça jeans no meio das pernas de um jeito tanto grosseiro quanto másculo, ele respondeu que tinha consigo tudo o que ela precisava.

Avançou em direção a ela, despindo-a antes mesmo de fechar a porta. Tirou os sapatos com os pés, baixou a calça e deixou livre seu órgão duro, latente e mais depilado que as partes íntimas dela.

Ela estava igualmente excitada. Podia sentir suas pernas umedecerem com o líquido que gotejava escorrendo por sua vulva. Beijou-o com desejo, enquanto usava uma das mãos para senti-lo. "Eu quase não consegui esperar subir até aqui de tanto tesão", ele falou no ouvido dela. "Me fode!", ela ordenou, sinalizando onde estava a camisinha.

Ele colocou o preservativo em poucos segundos e, sem perguntar, virou-a de costas. Ela se apoiou com as mãos na pequena mesa de refeição logo abaixo da televisão e mal teve tempo de abrir as pernas quando ele a penetrou de uma só vez.

O prazer se misturou a dor, até que uma sensação se sobrepôs a outra. A adrenalina a fez esquecer o desconforto inicial. Ela se segurava cravando as unhas nas coxas peludas dele. Ele a controlava pela cintura, ditando o ritmo, a intensidade e a profundidade com a qual seu corpo invadia o corpo dela.

Ele foi o primeiro a gozar. Não parou um segundo sequer para descansar. Em vez disso, a virou novamente para que ficassem de frente um para o outro, se ajoelhou diante dela e a chupou com gula, fome, pressa e desespero. Parecia que ele queria tirar dali tudo que lhe negavam tragar nas horas de trabalho. Ela retribuiu, gozando fortemente dentro da boca dele. Os dois caíram no chão de carpete do quarto, se acariciando enquanto recobravam o fôlego.

O toque na porta os tirou do transe. Dessa vez era a comida. Preocupado em perder o emprego, ele se escondeu atrás da porta. Depois de receber a refeição, os dois comeram juntos. Tomaram ainda mais alguns copos de cerveja e vinho. Até que ela o avisou de que precisaria descansar. Prometeu que se despediria antes do check-out, sabendo que jamais voltaria a vê-lo. Ele agiu como se estivesse acostumado com o ritual. Ttocaram outro beijo longo e molhado. Aquela, definitivamente, tinha sido uma viagem de negócios bem-sucedida. 

O barmanWhere stories live. Discover now