Narcisistas in Love

Favoritos

Eu gosto que gostem de mim, disse Ele com os olhos da verdade clara da maldade. O puro egoísmo enraizado na íris do ser pelo qual a minha flama azul deleitava-se. 

Era aniversário de uma grande amiga, ela tinha convidado um monte de gente e Ele estava lá. Já tinha ouvido histórias de como seu ex era uma pessoa muito melhor que Ele. Meus amigos sempre foram muito cuidadosos com quem eles colocavam pra dentro de suas vidas; Eu era especial pois nunca tinha me sentido não adequado perto deles e acreditava que a sensação era reciproca, afinal de contas amigos funcionam assim. Por essa razão Ele não passava de mais um numa lista infindável de indiferenças. Um rostinho bonito num coração amargo e corrompido. 

Por essa razão como prever que ele se encantaria por mim tão facilmente. Lembro como se fosse ontem a conversa que criou o mal-estar em sua psique: Uma simples pergunta: Qual seu filme favorito da vida? Na época eu estava a assistir dois a três filmes por dia; não perdia uma grande premiação de cinema e estava me encaminhando para trabalhar com cinematografia. A pergunta me parecia natural. Hoje vejo como eu era cool, sem nem tentar: a própria definição de cool. Um simples interessante garoto que sabia mais do que todos sobre gosto. Talvez gosto pela vida, algo que num mundo rodeado por conflitos de ego entre futuros doutores de araque era uma novidade para Ele. E sua resposta foi de uma inocência: O Lagosta. E eu: Sério!? Um filme lançado no ano passado é o seu filme favorito da vida. E ri. E ele possesso com a minha franqueza retruca como se ele pudesse também rir da minha escolha. Mas rapidamente e calmamente respondi com a verdade: Convenção das Bruxas. O filme da minha infância. Nada abala mais um narcisista que a coerência da verdade sucinta de um homem. 

E foi ali que eu pensei que poderia haver algo interessante: Alguém com quem eu pudesse tentar algo. Ali começou meu interesse por Ele. 

Ali começou um jogo das trevas. Marik versus Bakura.