Corte rápido

Começar do início
                                    

Pegou uma pá próxima de si e a jogou com força no chão, causando um barulho alto, então se escondeu ao lado da porta agachado, ouvindo os passos rápidos dos outros se aproximando.

— Que porra é essa?! — ouviu um deles gritar ao estar próximo o suficiente da porta e, antes que pudesse sair, Joui se enfiou na frente com a espada apontada, fazendo o outro, que não esperava aquilo, não conseguir parar a correria a tempo e seguir reto em sua direção, a espada o atravessando certeira.

Puxou a espada, o corpo caindo sem vida em sua frente, e viu os outros dois homens que faltavam lhe encarando assustados antes de correrem na direção oposta, fugindo. Sacou o arco em suas costas, preparando uma flecha e mirando por um momento, então atirou, vendo-a seguir diretamente para a cabeça do que estava mais atrás, caindo também. Apenas o homem que brincava com a faca estava de pé agora. Joui perdeu a visão dele ao vê-lo entrar em um dos quartos e bater a porta.

Guardou o arco novamente, voltando a pegar a espada, e passou por cima dos corpos que estavam em seu caminho, seguindo até o quarto onde o último havia se escondido. Chutou-a com força ao perceber que estava trancada, a abrindo em um estrondo. Entrou no cômodo, um quarto grande e sem muita decoração, o homem não estava em seu campo de visão. Foi para o meio do aposento, olhando atentamente cada canto. De repente, uma batida forte em sua mão vinda de trás fez com que sua espada voasse para o canto do quarto, acompanhada de uma risada rouca enquanto uma faca era pressionada contra o seu pescoço.

— Quero ver agora sem seu brinquedo, seu filho da puta! — A voz do homem soou raivosa atrás de si.

Joui revirou os olhos, cansado. Aquelas pessoas o enojavam.

— Baka — respondeu simplesmente e puxou uma pistola de dentro do traje, atirando na costela do homem que pela dor o soltou, e então virou-se rapidamente, dando um último disparo na cabeça do ocultista que, assim como os outros, caiu morto em sua frente.

Pegou a espada no chão e a embainhou, guardando a arma também. Pegou os documentos dos corpos junto de alguns outros espalhados pela casa e, guardando-os, seguiu para fora da fazenda, indo até onde havia estacionado a van que pegou da Ordem. Sentou no banco do motorista, apoiando a testa contra o volante. Foram quatro dias cansativos, queria apenas voltar pra casa e descansar. Puxou seu celular e abriu o aplicativo de mensagens.

Tudo feito. [13:36]

Vou devolver a van e me arrumar na base. [13:36]

Vocês estão lá? [13:37]

Arthur-San: A gente tá em casa te esperando [13:38]

Cesar-Kun: [figurinha de um urso acenando animadamente] [13:38]

Arthur-San: [figurinha de uma batata dançando] [13:39]

Sorriu, jogando o celular no banco do passageiro com sua espada, o arco e a aljava, e então seguiu de volta para a base da Ordem, ansioso para poder enfim ter seu descanso.

A viagem foi relativamente longa, afinal estava do outro lado da cidade, mas foi um alívio finalmente chegar ao bar. Empurrou a geladeira falsa e desceu as escadas, encontrando o salão movimentado.

— Opa, Joui! — Erin o cumprimentou ao passar ao seu lado, ela conversava com Beatrice e Fernando em uma das mesas, que também acenaram em sua direção. Nenhum deles questionou a quantidade notória de sangue em suas roupas, era apenas algo comum ali.

— Oi, pessoal — devolveu o cumprimento abaixando a máscara, e seguiu para os armários, buscando as roupas que guardava ali.

Tomou um banho rápido no banheiro da base para retirar o sangue e o mau cheiro de si e se arrumou adequadamente, usando roupas mais confortáveis. Ao terminar, foi para a sala do Sr. Veríssimo com os documentos que encontrou, apresentando o caso e seu final, dando-o como encerrado. Trocaram algumas palavras rápidas e então Joui saiu, sentando em uma das mesas mais afastado dos outros enquanto descansava. Mais uma vez naquele dia, sentiu seu celular vibrando em seu bolso.

Arthur-San: Joui [16:21]

Arthur-San: Vem pra casa [16:21]

O que aconteceu? [16:21]

Arthur-San: Tá tudo bem [16:22]

Arthur-San: Só vem lognwlpwba [16:23]

Franziu a testa, estranhando a situação, especialmente a parte onde Arthur aparentemente havia esquecido como se digita. Sem questionar duas vezes, preocupado com o que estava acontecendo, começou seu caminho para o apartamento em passos rápidos, não tardando a chegar. A porta não estava trancada, então apenas entrou e a trancou, buscando pelos dois homens. Ouviu alguns sons baixos vindo do quarto que dividiam, e ao chegar de frente ao cômodo que tinha a porta entreaberta e a abrir completamente, qualquer questionamento que estava prestes a sair de seus lábios se foi de repente ao ver Cesar no colo de Arthur, que mantinha o braço firme ao seu redor enquanto compartilhavam um beijo sedento diante de seus olhos. Se separaram ao ouvir Joui se aproximando, olhando para o japonês que os observava com a expressão bagunçada pelos vários pensamentos que passavam por sua mente naquele momento.

— Finalmente — Arthur comentou sem fôlego, sorrindo.

Um refúgio em seus braçosOnde histórias criam vida. Descubra agora