𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎 + 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎

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Benjamim sai do box molhando todo banheiro e pragueja ao ver a tela.

— Eu não vou atender esse caralho. — ele encerra a ligação e volta para o banheiro já tentando me beijar outra vez.

Só pode ser seu pai.

— Benjamim, calma. Nós precisamos conversar sobre isso.

Ele me solta na hora e me olha com raiva, soca levemente a parede ao seu lado e fecha os olhos como se buscasse paciência. O seu pênis já não está mais ereto.

— Any, eu já falei com você, eu não quero conversar sobre essa porra. Sempre é a mesma coisa.

Sei que o assunto dos pais o deixa sensível, mas ele me trata com tanto ódio quando isso acontece. Eu não tenho culpa e só quero ajudar.

— Vocês vivem brigando! Eu só quero ajudar.

— Então não se mete nessa merda. Assim você já ajuda.

— Já temos um ano de namoro e ainda não conheço seus pais enquanto você conhece toda minha vida.

Ele passa a mão no cabelo nervoso, mas dessa vez eu não irei ceder.

— Eu sou sua namorada, Benjamim. Eu acho que eu tenho direito de saber tudo que passa na sua vida.

— Isso não te dá o direito de se comportar como uma vaca mimada e se meter na minha vida. — o telefone dele volta a tocar — Eu vou desligar essa merda.

Ele sai do banheiro e quando pega o telefone muda sua expressão, percebo ele olhar para mim rapidamente e depois leva o celular ao ouvido. Estou tão irritada com ele que não quero nem saber quem é.

— Ela está comigo, poderia ter ligado para o celular dela, boneca assassina.

Sei que se trata de Blair pelo apelido ridículo que meu namorado deu a ela. Ele escuta algo e rir.

— Ok, já estamos indo. —como uma pessoa muda tanto o humor assim? — Ele desliga o celular e o coloca sobre o vaso sanitário novamente voltando para dentro do box.

— Sua amiga está bêbada e esqueceu seu número— ele dá uma risadinha— Disse que alguns dos nossos amigos estão no Coffee Store para combinarmos onde vamos passar o último dia de férias.

Termino de me enxaguar sem ao menos o olhar ou responder. Ainda estou magoada pela forma como ele me tratou alguns minutos atrás.

Enrolo a toalha branca em meu corpo, mas antes que eu saia do banheiro o vejo desligar o registro da água. Eu nunca fui considerada uma mulher que leva desaforo para casa e não será agora que serei.

— Se eu sou uma vaca mimada você é um boi querido. Afinal das contas, é contra lei da natureza animais se relacionarem com outra espécie.

Dou lhe as costas o vendo se perguntar sobre o boi. Quem sabe ele é chifrudo e não sabe, não é mesmo?

(...)

Kiss you toca baixinho no carro quando ele estaciona em frente à cafeteria mais badalada de San Diego. Olho para meu pulso e vejo que são quase três horas da tarde. Benjamim e eu não conversamos desde que saímos do hotel e não farei questão alguma, eu não vou implorar por atenção mesmo estando louca para ficarmos bem.

— Any, me desculpe ok. Eu sei que fui rude, mas porra, você sabe que eu odeio quando me pressiona, tudo tem seu tempo. Tenha paciência baby.

— Tempo? Paciência? Eu não sou sua namorada a uma semana, Benjamim. Eu sou há um ano e três meses. Até em casamento você conversou comigo. Então porque me esconder?

180 DAYS | NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora