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O caminho foi longo, frio e PÉSSIMO demais para se descrever. Darren não conseguiu ficar calado por nem 5 minutos ao meu lado, o tempo todo ele tentava puxar um assunto ou me elogiar dizendo o quão bonita eu estou com a capa azul, mais de 10 vezes eu pedi para que ele se calasse e me deixasse em paz mas obviamente que o mesmo não obedeceu. A nossa frente já consigo ver o enorme muro de pedras pontudas e um portão como o de Porpentia com 4 guardas a entrada com uniformes na cor verde claro e pesados casacos de frio de pele, paro a carruagem.

-Nome? De onde veio? -Pergunta um deles de bigode loiro levemente coberto por uma fina camada de neve

-Sou Blake Stevens, Chefe da Guarda e Capitã do exército de Porpentia. Estou trazendo a Rainha Miranda de Porpentia e o Duque Derek para a festa de aniversário do príncipe! -O enorme portão é levantado dando passagem para nós, Darren está mexendo em seus sapatos sociais o tempo todo de cabeça baixa como se algo estivesse coçando, ele começou a fazer isso desde que chegamos

-Podem entrar, sejam bem vindos a Orkestrah.

-Obrigada! -Faço os cavalos andarem passando pelo enorme muro já sentindo cheiro de pão quente, olho em volta vendo como é lindo Orkestrah, o vilarejo é rico em detalhes com enormes casas de vários andares todas no chão, as telhas na cor azul grafite da um destaque incrível para as paredes em madeira branca e pedras

-Achei fraco, eu prefiro Porpentia. -Comenta Darren revirando os olhos se encostando no pescante

-Ei, silêncio! -Ordeno fazendo-o se calar e me encarar com um sorrisinho no canto dos lábios, continuo olhando em volta enquanto faço os cavalos trotarem devagar passando pelas pessoas e as barraquinhas que estão de ambos os lados com vários comerciantes onde éramos o foco de todos os olhares curiosos, principalmente pelo fato de eu ser a ÚNICA mulher de calças, a única entre tantas elas

Todos estão com compras de tecidos, comida e aparentemente joias, mulheres experimentam chapéus e capas longas de frio, alguns de tecido grosso e macio e outras com tecido mais fino do que um biscoito seco, coloridas e cheias de detalhes que pareciam custar os olhos da cara mesmo para quem recebe bem. Um pouco mais para dentro do vilarejo tem enormes construções de pedra como se fossem torres enormes com janelas sem vidros e o telhado quebrado, aquela parede é tão mal feita que se alguém passasse se esfregando ali se cortava todo sem precisar fazer esforço algum, as pessoas estão sujas lavando os rostos em barris com água do lado de fora das casas.

-Nossa...

-A parte pobre de Orkestrah, até parece que não existe pobreza em Porpentia! -Encaro Darren por alguns segundos, ele está sério, também parece não gostar do que vê mas está tentando me deixar um pouco menos chocada

-Porpentia é um dos reinos com menor índice de pobreza, Miranda preza muito para que todos tenham onde morar, o que comer, o que vestir e também onde trabalhar. Graças ao seu ataque, as pessoas passaram frio e fome e muitas acabaram morrendo ao longo daquele tempo cruel. 

-Menos a realeza não é? São podres de rico, não passaram nem metade disso!

-É, você tem razão. -Olhando por esse lado é realmente irônico e triste, faz muito tempo que não vejo ninguém comentar sobre a pobreza devido a ajuda e a maneira como Miranda tornou Porpentia muito mais forte do que jamais foi, talvez até tenha pessoas nessas condições que estejam precisando de ajuda e não sabemos, ou talvez eu apenas não saiba

Vejo o castelo um pouco ao longe já revelando as altas torres, passamos debaixo de uma ponte gasta pegando um caminho de pedras retangulares subindo a ladeira onde muitas casas de pedra e janelas retangulares estão por aqui, algumas com pequenos vasos de flores de barro sem nada. Logo a enorme ponte em rose gold já pode ser vista cortando um riozinho de águas cristalinas que agora está levemente coberto por neve, o castelo atrás é lindo, divino e imenso com várias torres e um jardim a direita da ponte, posso ver rosas e tulipas plantadas. Paro a carruagem em frente as enormes portas onde dois guardas estão com enormes lanças pontudas apontadas para cima.
  Darren é o primeiro a descer, o mesmo me estende a mão com seu típico sorriso canalha nos lábios. Não consigo acreditar que não o matei durante a viagem para cá.

Princesa PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora