7. Noitada da Pizza

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Cheguei no trabalho, coloquei meu avental, peguei uma bandeja e comecei a passar nas mesas dos clientes. Ouvi as garçonetes reclamando que não queriam atender a mesa 10 porque o homem era muito chato e as agarrava tentando beijá-las a força. Mary me mostrou a mesa, o homem era alto, careca e muito mal-encarado. Eu evitei ao máximo passar por ali perto, não queria confusão com ninguém! Até aquele momento eu estava indo muito bem na medida do possível e a noite mal tinha começado.

— Me solta seu idiota! Você está machucando meu braço! — gritou Mary nervosa.

Ela estava se debatendo desesperada tentando se soltar do cretino que estava segurando seus braços e a puxando para junto dele para beijar-lhe! Não pensei duas vezes e fui correndo ajudá-la!

— Largue ela agora! — falei alto para ele ouvir.

Eu sentia meu coração acelerado de raiva! Ele me olhou rindo e largou um dos braços dela e pegou no meu braço, meu pulso começou a doer! Lhe dei uma joelhada no estômago, ele arfou para frente de dor e nos soltou para colocar as mãos na barriga. Depois ele veio para cima de mim com as mãos levantadas para pegar em meu pescoço, eu desviei e ele acabou indo em direção a Mary lhe apertando o pescoço, a sufocando. Fui para cima dele tentando tirar suas mãos em volta do pescoço dela, só que ele não largava! Peguei minha arma e encostei na cabeça do cretino e a destravei, ele largou o pescoço dela e levantou as mãos. Mary começou a tossir, eu me afastei dele e fui para o lado dela vendo como ela estava. Ele ficou de olho em mim me observando e começou a levar a mão na sua cintura nas costas.

— Nem pense nisso! Eu sou bem rápida no gatilho. — falei para ele sem desviar o olhar.

O cretino levantou as mãos e eu vi seus amigos se levantarem, mais os seguranças já estavam se aproximando deles para conter uma briga pior. Eu abaixei minha arma e a coloquei de volta na cintura enquanto dois dos seguranças pegavam aquele homem o levando para fora do bar, reclamando e nos xingando. Seus amigos também foram levados.

— Senhoritas, quero falar com as duas. Já para o escritório. — falou madame Louise séria.

Nos duas nos olhamos e fomos seguindo-a pelos corredores e tentando nos recompor. Eu estava um pouco trêmula agora que passou a confusão, e com o coração ainda acelerado. Mary estava pálida segurando em meu braço, ela também estava trêmula e com o pescoço todo vermelho marcado por mãos grandes.

Madame Louise entrou e se sentou em sua cadeira atrás da mesa em seu escritório, e sinalizou para que entrássemos e nos sentássemos nas cadeiras a sua frente. E foi o que fizemos nos sentamos.

— Mary, sinto muito por você ter passado por isso. — disse Madame séria. — Sabemos que depois de algumas bebidas os homens ficam mais alterados e temos que saber contornar certas situações da melhor maneira possível e não foi isso que aconteceu.

Chefe era chefe em qualquer lugar! Ela não estava nem aí para os funcionários e ainda fazia com que a culpa pesasse sobre o funcionário porque o cliente sempre tinha razão. Não era a primeira vez que um cliente ali dentro assediava uma garçonete e os seguranças só faziam alguma coisa quando estava para começar a ficar pior.

— Entendo o que você fez pela Mary, Agnes. — disse ela me olhando por cima dos óculos. — Mais é proibido garçonetes portarem qualquer tipo de arma dentro da minha pensão. Como você é novata aqui creio que ninguém tenha lhe dito isso, mas sua arma fica em casa! Não quero confusão dentro do meu estabelecimento!

— Eu compreendo madame. — respondi.

— Peguem suas coisas e voltem para casa, vocês estão suspensas por hoje! — disse ela. — E que isso não volte a se repetir.

Koúkla Mou - Livro 3 - Novos DesafiosOnde histórias criam vida. Descubra agora