Ignorando a dor, eu saltei na frente dela e dei um chute em seu rosto. Seu corpo voou para o espelho, pegando um caco de vidro, ela correu em minha direção, mas Christopher atirou em seu pulso.

— Não! — eu gritei para ele. Ela era minha.

Ele me olhou rapidamente e correu para dentro da sala segura. Mas Saige veio correndo em minha direção com um grande caco de vidro. Soltando a minha arma, eu dei um soco em seu nariz, uma cotovelada no pescoço dela, e a chutei nos joelhos, a fazendo cair. E quando ela caiu, eu levantei meu joelho e a acertei no rosto.

Ela caiu para trás, e quando eu fui em sua direção, eu senti uma corda enrolar em volta do meu pescoço, me sufocando.

— Eu esperei para fazer isso desde o primeiro dia que te vi — Ryan sussurrou no meu ouvido enquanto eu lutava para respirar. — Eu acho que eu vou te deixar inconsciente, assim você pode acordar comigo dentro de você.

Quando tudo estava ficando preto, o aperto em meu pescoço ficou fraco, e seu corpo caiu no chão com uma bala na cabeça. Christopher estava na minha frente, a raiva queimando em seu olhar.

Foi então que Saige pensou que seria uma boa ideia tentar esfaqueá-lo, mas antes que ela fizesse, eu puxei seu braço e o torci até que ouvi um pop e seu braço ficou mole.

— Vance tinha uma moto, ele foi embora. — disse Christopher, mas eu sabia que ele estava bravo. Ele queria que isso terminasse.

— E você nunca irá pegá-lo — disse Saige.

— Você vai morrer em breve. — Me abaixei, a olhando nos olhos. — Isso vai doer, você vai chorar, e você vai pedir a Deus, e nem mesmo Ele lhe mostrará misericórdia.

Com isso, eu a soquei no rosto. Olhando de relance para Christopher, ele sorriu enquanto mexia em seu telefone.

— Adivinha quem está vindo até nós?

Christopher

— Vance, Vance, Vance. — eu sorri para o homem amarrado e amordaçado na minha frente. — Eu sonhava em matar você desde que eu era criança — eu disse a ele, puxando a mordaça da sua boca.

— Você acha que isso acabou? — perguntou Vance, e Dulce deu um soco na sua mandíbula.

— Amor, ele é meu. — eu fiz uma careta para ela.

Revirando os olhos, ela ergueu as mãos antes de se inclinar contra a árvore com Saige ajoelhada em frente a ela. Nossos homens se reuniram em torno de nós, todos assistindo com alegria, orgulho e animação.

— O que você estava dizendo? — eu perguntei a ele puxando uma faca. — Alguma coisa sobre isso não ter acabado?

— Seu irlandês estúpido. Você pensou que eu era algo para se preocupar? Você nem sequer sabe o que está vindo. Eu era o seu amortecedor, sem mim ela vai vir atrás de vocês. — Ele sorriu.

— Você não está falando nada com nada, Vance — suspirei passando a lâmina na sua bochecha. — E você não tem muito tempo para explicar.

— Implacável não é? Assim como sua mãe. — Mais uma vez, Vance sorriu, olhando para Dulce.

Os olhos de Dulce estreitaram.

— Oh, isso é raiva? — perguntou ela, e eu dei um soco na cara dele, mas ele apenas riu.

— Correção, era raiva. — ele sorriu antes de tossir sangue, junto com alguns dentes. — A pobre Dulce María, a menina que perdeu a mãe tragicamente em minhas mãos. Mas espera? — Ele deu risada como um louco. — Ela nem mesmo está morta!

— O que você quer dizer, Vance? — Dulce perguntou, atirando no tornozelo dele.

Mas Vance nem sequer pestanejou.

— Quero dizer, minha doce menina, que sua mãe está viva, sua mãe e seu avô estão vivos na verdade. Governando em segredo. Eles estavam apenas esperando que nós matássemos uns aos outros para pegar os restos. — ele suspirou balançando a cabeça.

— Você está mentindo — eu disse, atirando em seu outro tornozelo.

— Talvez — disse ele, caindo de costas. — Ou talvez todos esses anos casada com Orlando Saviñón, a mudou, fez dela cruel. Afinal, a maçã não pode cair tão longe da árvore. Mas você vai ver em breve. Você não pode tocá-la. Ela é intocável, todos eles são intocáveis.

Dulce e eu descarregamos nossas armas nele, não parando até que a última bala estivesse em seu corpo.

Puxando Saige pelos cabelos, Dulce a forçou a ficar do lado do corpo caído de Vance. Puxando a mordaça de sua boca, Dulce olhou em seus olhos.

— Ele estava dizendo a verdade?

Saige apenas sorriu.

— Foda-se, foda-se a sua mãe, e foda-se cada um de vocês.

Respirando fundo, Dulce deu um passo para trás.

— Tirem a roupa dela.

Os olhos de Saige se arregalaram enquanto os homens se aproximavam dela.

— Você vai deixá-los me estuprar? — ela tentou não parecer assustada.

Todos os homens se encolheram com o pensamento.

— Ninguém quer você, piranha — Fedel disse atrás dela, fazendo com que os homens rissem enquanto eles se aproximavam.

Sem pensar duas vezes, eles rasgaram as suas roupas, a deixando ali sangrando e suja.

— Você vai deixar esse mundo da mesma forma que você entrou — disse Dulce segurando a mão dela quando Adriana entregou uma tesoura. — Primeiro, careca. — Dulce agarrou um punhado de cabelo e cortou. Cortou até que só sobraram tufos de cabelo. Quando ela terminou, ela pegou algemas e algemou Saige na parte de trás do jipe. — Em segundo lugar, gritando.

A raiva e a dor nos olhos de Dulce deixaram claro para todos que não deveriam impedi-la até que Saige sofresse. Dulce iria arrastar o corpo dela por Deus sabe se lá quantas milhas até que Saige morresse por conta do choque ou da perda de sangue. Os animais fariam o resto.

— Por favor... por favor... não faça isso. Eu — Dulce apenas enfiou uma meia em sua boca.

— Uma vida por uma vida — Dulce sussurrou para ela. — Você se meteu com a família errada.

Monte abriu o carro para ela, e ela sorriu para mim através do espelho.

— Isso vai te machucar muito mais do que isso vai nos machucar — eu disse a ela antes de entrar pelo lado do passageiro.

Ligando o motor, Dulce acelerou e gritos encheram ecoaram, mas eu apenas aumentei a música.

— Quando você tirou a porra do meu CD? — Dulce se virou para mim enquanto ela dirigia mais rápido.

— Seu gosto na música é uma merda, amor.

— Só porque eu não gosto desse hip hop clássico não significa que seja uma merda.

— Todos esses artistas são puro auto-tune. Eu gosto de música real — eu disse, aumentando um pouco mais.

— Que porra é essa? — ela olhou para o rádio.

— MC Ren — eu disse, e ela apenas olhou para mim.

Sorrindo, eu comecei a fazer rap junto com ele, e ela começou a dar risada.

— Você é péssimo.

— Sem graça. — eu pisquei e ela sorriu.

Pela primeira vez nós apenas relaxamos.

Ruthless People - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora