- Tente não se meter em tantas confusões, tudo bem? - Acaricio seus cabelos com as pontas dos meus dedos.

- Irei tentar amor. - seus lábios tocam suavemente os meus.

Dou mais um abraço no moreno segurando o máximo possível as lágrimas que queriam escapar de meus olhos. Me desfaço do abraço e a última coisa que vejo são seus olhos castanhos me observando.

Me permito chorar assim que fico sozinha na sala, nem ao menos sabia o motivo exato daquelas lágrimas, talvez eu apenas estivesse sofrendo por antecipação, já que eu sabia que ficaria dias sem vê-lo, ou talvez fosse medo de perdê-lo, eu queria acreditar que ficaria tudo bem, mas é um pouco difícil considerando o momento em que vivemos.

(...)

Aos poucos a guerra se fazia presente em todos os cantos, as cartas frequentes que eu recebia de Anne e Pierre já não eram mais tão frequentes assim, poucas eram as notícias que eu tinha sobre o trio de ouro, ou qualquer outro colega de Hogwarts, exato por Pansy.

Já faziam duas semanas desde a partida de Mattheo, foram as duas semanas mais torturantes da minha vida. Minha mente constantemente me manipulava para imaginar diversas situações, apenas para achar uma "solução" para a escassez de notícias que me atormentava. Entretanto, a única certeza que eu tinha, era que cada vez mais Voldemort ganhava poder, estava estampado nos jornais para quem quisesse ler, ou nos rádios para quem quisesse ouvir.

- Mel, querida... - A voz doce de minha mãe me chama abrindo a porta. - Bom, eu sei que as coisas não estão fáceis lá fora, mas também sei que você não aguenta mais ficar trancafiada aqui dentro. - Ela diz me fitando com os grandes olhos verdes. - O que você acha de ir até o beco diagonal comigo?

- Isso é sério? - Pergunto animada, sei que não deveria, mas eu realmente não aguentava mais ficar somente em casa.

- Será rápido querida, apenas preciso pegar algumas poções com uma velha conhecida do St.Mungus. Precisaremos ser discretas, tudo bem?

- Tudo bem. - concordo já pulando da cama para pegar minha capa.

Agora mais do que nunca eu entendia o significado de "ver com meus próprios olhos.", tudo estava completamente destruído no beco diagonal, poucas eram as lojas onde as fachadas ainda estavam de pé. O silêncio pelas ruas chegava a ser assustador, apenas algumas pessoas passavam por ali com pressa.

Um sorriso escapa de meus lábios ao notar que mesmo com todo caos, uma loja no final da rua ainda funcionava perfeitamente. A Gemialidades Weasley se destacava pelo grande boneco com o rosto dos gêmeos na entrada, mesmo com todo momento caótico, a loja ainda exala pura alegria.

- Vamos filha... - minha mãe me puxa pelas mãos apertando mais a capa verde escura que estava em seu corpo.

Mais algumas passos e eu paro no instante em que vejo a Floreios e Barrões completamente em destroços. Algumas páginas de livros rasgados eram carregadas pelo vento que batia na pouca estrutura que havia restado.

- É aqui querida. - minha mãe aponta para um porta preta logo ao lado da loja.

- Estou logo atrás de você mãe. - dou um sorriso para mais velha que adentrou a porta logo em seguida.

Me perco lendo algumas das páginas que estavam ao chão, abaixo tentando reconhecer de quais livros elas pertenciam. Mas meu corpo todo trava assim que uma mão agarra meu braço me puxando para cima com força.

- O que está fazendo aqui? - Ele pergunta virando meu corpo para que ficasse de frente com o seu.

- E-eu... - O capuz preto cobria boa parte do rosto, mas me espanto ao reconhecer a pessoa a minha frente.

- Você não deveria estar aqui, não lhe avisaram que não é seguro? - aperta mais suas mãos ao redor do meu braço.

- Você também não deveria estar aqui Malfoy. - Respondo o loiro que parecia estar extremamente abatido. - Draco, você está bem? - as palavras saem dos meus lábios antes mesmo que eu pudesse me controlar.

- Por favor Melinda, vá para casa. - Ele pede soltando meu braço.

De longe ouço uma gargalhada soar, aquela risada fez com que todos os pelos do meu corpo se arrepiassem. O loiro olhava assustado em direção a voz, me fazendo olhar para o mesmo sentido. Uma mulher com os cabelos castanhos cacheados se aproximava, seu rosto era magro e extremamente marcado, suas roupas eram pretas e um espartilho apertado estava em torno da sua cintura.

- Ora, o que temos aqui? - Pergunta ao se aproximar, sua voz era estridente e fazia meus ouvidos quererem sangrar. - Eu conheço você... - Ela aponta a varinha em minha direção rindo.

Ela empurra Draco ficando em minha frente, a ponta de sua varinha encostava em meu pescoço afastando meus cabelos para trás.

- Filha dos Cartes, não é? - o sorriso patético prevalência em seus lábios. - Suponho que também seja conhecida como Melinda LeClair, ou a vagabunda traidora de sangue que fez a cabeça do meu filho, estou certa?

Só então me dou conta de quem era aquela mulher, Bellatrix Lestrange. A mulher que matou meus pais biológicos, mãe de Mattheo e seguidora fiel de Voldemort.

- Me diga garotinha, você realmente achou que faria meu filho, sangue do meu sangue, se virar contra nós? - Sinto algo afiado cortar meu braço, a dor era tão insuportável que eu não conseguia controlar as lágrimas que escapavam.

- Por favor... - Peço sentido o canivete descer ainda mais enquanto a varinha ainda era apontada para meu pescoço.

- Crucio. - Ela grita e no mesmo instante meu corpo desaba ao chão.

Meus ossos pareciam estar pegando fogo e cada conjuntura parecia estar sendo quebra ao meio. Minha cabeça doía ao ponto de parecer querer explodir enquanto eu sentia todos os órgãos do meu corpo serem esmagados.

- Draco, D-draco por favor... - Um grito de desespero sai dos meus lábios enquanto eu me contorcia no chão.

- Tia Bella, pare com isso.- Ouço a voz do loiro e só então o feitiço para de ser lançado em minha direção.

Draco estende sua mão em minha direção mas no momento em que minha mão agarra a sua, a bota de bico fino que a mulher usava pisa sobre meu braço.

- Não me diga que você não se contentou somente com meu filho, mas quis também meu sobrinho. - ela força mais ainda seu pé em meu braço me fazendo grunhir de dor. - Uma verdadeira vadia.- diz rindo ao vez toda a dor que estava me causando. - Vamos querido...

Olho para Draco que silenciosamente movimentava os lábios em um pedido de desculpas, eu não tinha forças para nada, mas aceno com a cabeça para que ele soubesse que eu não o culpava.

- Ah, antes que eu me esqueça... - Bellatrix aponta novamente a varinha em minha direção. - Não se meta com a minha família novamente. Crucio. - grita e novamente eu sinto toda aquela dor insuportável.

Vejo os dois que estavam ali se transformarem em fumaças pretas e sumirem. Meu corpo já não aguentava mais a dor, as lágrimas corriam sem parar, assim como o sangue em meu braço, meus gritos já eram inaudíveis e aos poucos eu perdia a consciência sentido meus olhos se fecharem.



















Meu Deus, esse foi grande...

Espero que gostem!!! ❤️

Be with me - Mattheo Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora