O primeiro sou eu

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- Maja, por favor, pára com isso!!!! - Como minha irmã consegue me matar de vergonha em apenas dois minutos?

- Se depender de mim, Eu não me separo mais do Philip.

E me sinto puxado de encontro ao corpo dele, culminando em arrepios que só ele provoca em mim. Será que eu ouvi certo? Ele disse que não quer se separar de mim? O que ele quer dizer com isso? Será que eu ouso perguntar? Ou será que eu não devo? De mãos dadas, saímos da boate. Ele me olha nos olhos e pergunta.

- Vamos para a minha casa? - Eu só consigo olhar para aqueles olhos azuis e acenar positivamente com a cabeça.

Pegamos um táxi e a cada minuto que passa eu fico mais nervoso, começando a duvidar de minhas decisões. As únicas certezas que eu tinha naquele momento eram de que eu estava apaixonado por Cláudio e que, mesmo que eu não consumasse meu amor por ele hoje, que eu não poderia mais tratá-lo da maneira como o vinha tratando na empresa.

Chegamos a um prédio lindo e elegante, no estilo art nouveau, pintado de bege e com grandes janelas. O bairro onde Cláudio morava era um dos mais antigos da capital, mas era muito bem conservado e arborizado. Um lugar perfeito para se morar. Eu mesmo já havia procurado apartamento por ali mas, por ser extremamente concorrido, era muito difícil conseguir alugar ou comprar algum imóvel.

Assim que Cláudio abre a porta e me dá passagem, eu arregalo os olhos. Ele tem uma casa linda e de muito bom gosto. Me sinto abraçado por trás e beijado no pescoço. Minhas pernas imediatamente ficam moles.

- Cláudio, eu preciso dizer uma coisa...

Eu sinto o corpo dele se enrijecer na hora. Ele está tenso.

- Você se arrependeu?

Ele pergunta quase num sussurro. A dor na voz dele me parte o coração. Eu me viro, ficando de frente para ele e respirando fundo antes de dizer:

- Não, eu não me arrependi. Mas antes que a gente siga adiante, eu quero me desculpar  pela forma como eu tratei você a semana inteira. Eu estava com medo. Não, eu ESTOU com medo.

- De que você tem medo? De mim?

- Em parte. Um homem como você, se interessando por alguém como eu é difícil de acreditar. Eu tenho a impressão de que estou dentro de um sonho e que, a qualquer momento, vou acordar para ter que encarar a crua realidade que é minha vida solitária.

- Amore mio, sua vida não precisa ser solitária! Você é lindo! Não consegue ver isso? Na segunda-feira eu quase saí dançando pela sala do seu irmão ao saber que ia trabalhar com você. E eu estava querendo te beijar há meses. Desde aquele almoço no qual você me ignorou.

- Eu não ignorei você. Eu só não queria que ninguém percebesse como eu me sentia. Mas obviamente Maja percebeu.

- Vamos então seguir o conselho de sua irmã?

- Hein?!! 

- Não vamos perder tempo.

E dizendo isso, ele me beija, sua língua explorando minha boca lentamente. Suas mãos percorrem meu corpo, encontrando os botões de minha camisa e abrindo-a. Eu ainda não contei a ele sobre minha inexperiência. Mas eu esqueço de tudo, assim que ele me toca.

Ele tira minha camisa e com os olhos cheios de desejo, observa meu tórax desnudo com volúpia. Minhas mãos vão até a camisa dele, retirando-a num rápido movimento. Ele volta a me abraçar, beijando meu pescoço e passando as mãos por minhas costas.

Ele se afasta um pouco de mim e pede, com voz rouca:

- Posso ver você? - Eu compreendo exatamente o que ele quer dizer. Eu tiro o restante da roupa, desnudando meu corpo. O que ele não sabe é que neste momento, também estou desnudando minha alma para ele.

Turbilhão (Livro 4 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora