03 de Janeiro de 2020,
Jericoacoara - CeP.o.v. Sarah
Sabe quando você se sente uma idiota? Quando cria expectativa em uma coisa e não acontece da maneira que você imaginava? Ou melhor, quando você decide ser diferente, fazer uma coisa que nunca fez por achar que isso valerá a pena, e por fim ver que foi só ilusão? Bem, se sua resposta foi sim para todas essas perguntas, você saberá o que eu estou sentindo agora. E, caso a resposta tenha sido não? Que bom, pois eu não recomendo.
Estou agora na sacada do quarto, com uma garrafa de vinho, uma taça, sentada no chão, com um dos joelhos dobrado para cima e a outra perna esticada, observando o céu estrelado e às vezes o nada. Aí você pode me questionar: isso tudo só porque levou um fora de uma pessoa que você só viu uma vez na vida? Que lógica tem isso? Não sei, queria saber, acho que por isso estou assim. Sinto uma sensação estranha desde os primeiros momentos que passamos juntas e não consigo domar minhas ações em relação a isso.
Eu já sou muito calejada com decepções e talvez esse meu receio não esteja relacionado a ela em específico, mas em tudo que já vivi.
Fiquei algum tempo ali, curtindo a maresia praiana da pousada, continuando a pensar sobre os últimos acontecimentos, coisa que eu fazia muito nessas últimas 24h. Levantei várias possibilidades, soluções, mas nenhuma parecia me convencer. Inclusive me achei um pouco precipitada na minha última mensagem para ela, pois lá expus o que nem devia, coloquei uma culpa que não era dela, e sim minha expectativa em relação a ela, creio também que meu estado já alcoólico tenha ajudado nessa minha reação e nesse momento que estou também.
Porque parando para analisar melhor, ela não disse nada demais, apenas que eu não precisava me explicar, o que foi conivente para a nossa situação. É fui precipitada. Mas por quê?...
"Por que tudo isso agora? Já não bastasse a zona em que minha vida se encontra."
Resolvi dar uma pausa na tortura que estava minha cabeça e ir tentar dormir.
Retornei ao quarto, onde encontrei a Carla dormindo, tomei um banho rápido, e assim que me vesti, fui dormir. Algumas horas mais tarde tive que reunir forças para acordar, já que não tinha dormido muito, o vinho ainda fazia efeito em minha cabeça, mas precisava levantar, pois iríamos embora de Jericoacoara e o nosso próximo destino seria Canoa Quebrada, finalizando assim, o nosso começo de ano em praias cearenses.A Carla fez questão de me acordar daquele jeito horrível de sempre, e se não bastasse isso estava acompanhada do Higor, e pelo visto eu estava atrasada. Levantei a contra gosto, e não abri a boca, apenas segui para o banheiro, onde tomei um banho, depois retornei ao quarto para colocar alguma roupa, ainda de cara amarrada, fato que não passou despercebido pelos meus amigos que começaram a me questionar sobre o meu estado.
– O gato comeu sua língua, Bonecona? Ou melhor, A gata? — Questionou Higor.
– Não. — Respondi seca.
– E por que está assim?
– Nada.
– Vamos, Sarah, desembucha! — Agora foi a vez da Carla de se pronunciar.
– Eu já disse que não é nada, então não é nada. Só não quero ficar conversando, apenas. Respeitem, que saco! — Pronunciei irritada, assustando meus amigos.
– Ok, dona da razão! Só te digo uma coisa: ninguém é uma ilha, Sarah. Não custa pedir ajuda, um conselho...você não vai conseguir mudar o mundo sozinha, tá? Pensa nisso e se arruma rápido para não nos atrasarmos mais. — Agora foi a vez da Carla falar irritada e sair do quarto acompanhada do Higor.
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Nosso Nó(s) - Sariette G!P
FanfictionNa vida encontramos vários tipos de amor, mas apenas um foi destinado à você. Você vai provar mil beijos, porém apenas em um vai viciar. Podem até fazer o seu coração acelerar, mas apenas um fará ele parar de bater e ainda assim você continuará vive...