― Bom dia, irmão!
Pedro entra na minha sala sem bater, como sempre faz aliás, e se joga na cadeira à minha frente.
― Bom dia, Pedro. O que você quer? ― Respondo com uma certa rispidez. ― Quando você vem logo cedo na minha sala, ou quer pedir algo, ou aprontou alguma merda que eu vou ter que resolver.
― Nossa, quanto carinho! Não é nada disso. Só queria saber como vai minha sobrinha linda. Essa noite tive um sonho com ela, ela dormia tão quietinha… Nem parecia aquele monstrinho que ela vira quando tá com sono. ― Pedro diz rindo.
Eu rio de volta, é impossível não fazer isso ao lembrar que aquele pedacinho de gente deixa dois homens enormes desesperados e sem saber o que fazer.
― Ela tá bem. Parece, segundo Constância, que ela foi enfeitiçada por uma “encantadora de bebês”. Ela é neta da dona da casa principal. Tem feito sua sobrinha dormir como um anjo, várias vezes durante a semana.
― Ela deve ter algum super poder mesmo, porque eu nunca soube de alguém que conseguisse isso nesses 5 meses da vidinha da princesa.
― É verdade. Mas você não veio até aqui só pra isso, não é?
― Vim principalmente pra isso, mas não só pra isso. Você vai no evento de hoje a noite?
Meu irmão tinha sido convidado para um evento com sua nova conquista e ela tinha convidado Amanda.
Nesse momento era com ela que estava envolvido. Amanda era uma linda morena de 27 anos, corpo esculpido na academia, arquiteta e aspirante a blogueira e como todas as outras, de uma natureza totalmente submissa. Quase nunca discutia com as mulheres com quem mantinha essas interações, elas pareciam nunca querer fazer nada para me aborrecer. Isso era muito cômodo, confesso, e me ajudava a focar nos negócios sem ter que dispender tempo com coisas sem necessidade como brigas bobas de casal.
― Vou sim, o evento é importante para Amanda e ela pediu que eu a acompanhasse. Tentei escapar, mas ela disse que seria interessante ir acompanhada, então não tive como fugir. Pedi a Constância para dormir lá em casa para ficar com Larinha e Bruna.
― Ok, Sarah também quer ir, então vou ter que me comportar.
Ele fala com a sua melhor cara de cafajeste. Pedro não se apega a uma mulher por muito tempo, é volúvel e inconstante.
― Nos vemos lá então.
Ficamos mais um tempo falando sobre as reuniões do dia e dos projetos em andamento. O dia estava cheio, participamos de diversas reuniões. Felizmente hoje não tenho visitas às obras agendadas e no final do dia saio para me preparar para o evento enfadonho que me espera. Busco Amanda que está impecável e partimos para o martírio. Como quase toda festa, sempre é mais do mesmo. Conhecemos pessoas, cumprimentamos outras, conversarmos sobre assuntos diversos, ela faz os contatos que precisa e como Lara está na casa que aluguei, vamos para o meu apartamento para mais uma noite intensa de sexo.
Amanda é uma mulher interessante de certa forma, mas como todas as últimas que me relacionei é um tanto quanto fútil. Não julgo, já que para mim isso não fará diferença alguma, nos divertimos e nos fazemos bem mutuamente e é isso que importa. Respeitamos nosso espaço, nenhum de nós exige do outro mais do que está disposto a oferecer e assim seguimos satisfeitos com nossas vidas. Ela sabe que sou um solteiro convicto e diferente de algumas poucas mulheres que passaram pela minha vida, não espera fazer com que eu me apaixone loucamente e mude meu estilo de vida para formar uma família feliz.
Na manhã seguinte tomamos um belo café, saímos do meu apartamento juntos e seguimos nossas vidas até o próximo encontro. Devo admitir que por conta da chegada de Larinha eles são menos frequentes que de costume, mas isso não me deixa menos feliz. Minha filha vem em primeiro lugar e isso não se discute. Amanda entende isso e não questiona, apesar de deixar transparecer vez ou outra que gostaria de ter mais tempo para nós, porém sem nunca reclamar. Em parte também por não haver espaço para este tipo de cobranças no tipo de relacionamento que mantínhamos, havíamos concordado que seria assim e assim seguíamos.
Estávamos juntos há dois meses, nos dávamos bem na cama, muito bem aliás, a conversa até que não era das piores e ela era uma companhia razoavelmente agradável. Os praticamente trinta anos de diferença de idade entre nós e a falta de interesse dela no tipo de cultura que geralmente eu preferia reduzia um pouco as opções de assuntos que podíamos conversar a caminho das lugares que íamos ou até mesmo depois do sexo, mas isso não era exatamente um problema.
Dirijo até seu apartamento para deixá-la em segurança. Nunca permitiria que ela ou qualquer outra mulher com quem eu me envolvesse fosse negligenciada em nenhuma área. Seja em sua segurança, necessidades pessoais e principalmente as sexuais. Eu sei como tratar bem uma mulher e mesmo que não me envolva sentimentalmente com elas, gosto que se sintam cuidadas por mim, elas não devem receber menos do que merecem. A única coisa que não estou disposto a oferecer, é meu coração.
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Em Cada Batida
RomanceGiovana é uma mulher de 38 anos que desde muito cedo teve que aprender a ser independente e forte. Ela viu seu relacionamento de 12 anos chegar ao fim por uma total incapacidade da parte dela de se contentar com menos do que merecia. Desde os 18 ano...
Capítulo 5 - Meus dias
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