Ron apertou sua mandíbula e o encarou.

— Nós vamos com você.

— Harry, você tem certeza de que não está indo só porque quer que Malfoy te beije de novo?

— Nããaaoo – Harry balbuciou. Parecia completamente mentira para seus próprios ouvidos. – Bom, Malfoy até beija bem – Ele disse defensivamente. – E ele é meio atraente, de perto... Não é como se eu fosse me importar...

A boca de Ron se abriu e Hermione parou de piscar novamente.

— Oh Deus! – Harry engasgou. – Vocês estão certos. Eu estou encantado.

Ron exalou alto.

— Caramba. Você me assustou por um segundo – Ele se levantou e sorriu. – Nós deveríamos ir para a enfermaria agora mesmo. Nós não podemos te deixar ir dormir pensando em Malfoy. E aí, amanhã, nós vamos lidar com a doninha. Ele vai pensar duas vezes antes de te enfeitiçar de novo.

Harry balançou a cabeça sabiamente e se levantou. Malfoy não se parecia com uma doninha nem um pouco, mas Harry achou que seria inteligente ficar calado.

Hermione franziu a testa para eles, mordendo os lábios.

— Agora o que? – Ron bateu o pé impacientemente – Você está pensando de novo, Hermione. Pare com isso. Nós já resolvemos tudo, está bem?

— É só que... – Hermione parecia preocupada. – Uma pessoa encantada normalmente não aceita a verdade. Eles se recusam a perceber que seus sentimentos não são verdadeiros.

— Eu não tenho sentimentos pelo Malfoy – Harry disse rapidamente, mas Ron e Hermione o ignoraram.

— Sobre o que você está falando? – Ron perguntou – Harry foi ver Pomfrey por livre e espontânea vontade mais cedo. Isso é diferente.

— Bem sim, é esse o problema – Hermione se levantou e olhou para Harry cuidadosamente, como se a resposta para sua pergunta estivesse escrita no rosto dele. – Harry deveria estar apaixonado por Su Li, mas ele não estava. E Madame Pomfrey confirmou que ele havia consumido a poção. Estava em seu sangue, mas Harry não estava afetado. E agora, ele parece estar afetado, mas não o suficiente para lutar contra a razão.

— Talvez eu seja muito resistente – Harry deu um passo para trás. Hermione o estudava como um rato de laboratório.

— Talvez – Hermione não pareceu convencida. – Ou alguém está vendendo poções do amor abaixo do padrão.

— Podemos preocupar com isso mais tarde, Hermione? – Ron implorou – Eu não acho que a quantidade das poções é nossa prioridade aqui. Pomfrey se livrou do encantamento de Su Li com um movimento de varinha. Vamos esperar que ela se livre do de Malfoy facilmente também. Nesse caso, falta de qualidade é uma coisa boa.

Hermione cruzou os braços.

— Eu só não gosto disso. Especialmente agora que o Malfoy está envolvido. Eu estou sentindo falta de algo.

— Eu estou sentindo falta de meia hora atrás quando eu não sabia tudo que o Malfoy podia fazer com sua língua – Ron suspirou, e Harry corou e olhou para seus pés. – Vamos lá, você pode perguntar para o Slughorn amanhã e ver o que ele acha. E nós podemos perguntar a Pomfrey agora, se ela não nos matar por voltar tão rápido.

Hermione hesitou.

— Na verdade, você está certo. Talvez não seja uma boa ideia ver Pomfrey agora. Ela estava um pouco chateada mais cedo, e isso não é uma emergência.

— Não é uma emergência? – Ron agitou os braços enquanto Harry esfregava o peito, lembrando de Pomfrey o cutucando rudemente com a varinha.

— Nós vamos agora – Harry se pronunciou firmemente. – Porque se eu não estiver encantado, eu vou encontrar Malfoy como eu prometi.

Rony levantou uma sobrancelha para Hermione.

— Ainda acha que não é uma emergência?

— Harry, eu não acho que seja uma boa ideia – os olhos castanhos de Hermione estavam cheios de preocupações. – Nós não sabemos o que Malfoy está aprontando. Ele poderia estar planejando alguma coisa, uma armadilha ou algo assim. De tudo que sabemos, ele está lá fora planejando algo terrível com seus amigos.

Harry estreitou os olhos e rapidamente pegou o Mapa do Maroto.

— Nós não temos que imaginar, temos? – ele disse e murmurou. – Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom.

— Palavras mais verdadeiras nunca foram ditas – Ron resmungou.

Ignorando o amigo, Harry escaneou o mapa, tentando achar um ponto com o nome de Draco Malfoy, na masmorra da Sonserina, mas era difícil achar qualquer coisa no mar de pontinhos.

— Ali está ele! – Hermione disse. Ela se inclinou para ver melhor e pressionou a ponta do dedo no canto direito do mapa.

— O que ele está fazendo? – Ron perguntou quando os olhos de Harry finalmente acharam o ponto que era Malfoy.

Malfoy já estava na Torre Leste. Seu ponto estava muito quieto; ele parecia estar esperando. Harry rapidamente checou o relógio na parede. Não era nem onze horas ainda, e Malfoy disse que eles iriam se encontrar depois da meia-noite.

— Ele está... esperando? – Hermione disse quietamente, como se Malfoy pudesse ouvi-la.

Harry olhou para o ponto.

— Bem, ele com certeza não está esperando por mim. É muito cedo. Está frio lá em cima, ele vai congelar.

— Talvez ele esteja esperando um colega Sonserino, ou algo assim. É uma armadilha, eu sei que é – Ron disse.

— Bem, então ele está esperando em vão – Hermione apontou – Eu não vejo nenhum outro sonserino por perto.

E se ele estiver esperando por mim? Harry pensou, seu olhar fixo no ponto solitário e quieto. Uma vontade de ir lá em cima e questionar Malfoy era enorme, especialmente desde que questionar Draco ameaçava a se tornar a forma favorita de Harry passar o tempo. A memória dos lábios de Malfoy se movendo contra os seus não estava o ajudando a pensar claramente. Bem na hora, os lábios de Harry começaram a formigar e ele os lambeu nervosamente.

Merlin, e se ele não tivesse encantado? E se ele realmente gostasse dos beijos de Malfoy tanto que estava querendo encontrá-lo em cantos escuros? E se ele perdesse a cabeça? Ou pior, se apaixonasse por Malfoy? Por causa de um beijo?

Harry suspirou em pânico e tremendo.

— Nós temos que ir ver Pomfrey agora mesmo.

Selado com um beijo 〖Drarry〗Onde histórias criam vida. Descubra agora