Arregalou seus olhos ao ver e bateu com toda a sua força com o tapawer na barata, fazendo com que um grande estralo se ecoasse pelo apartamento. Pensou que tivesse o acertado quando o frasco saiu rolando pelo chão frio, mas infelizmente, pode ver a barata andando em zigue e zague, como se tivesse perdida. Aproveitando a situação, virou seu tapawer e a prendeu, batendo com força sobre o piso e logo depois soltando um suspiro longo.

— Quem disse que eu precisaria da ajuda daquela taiwanesa de cabelo fedido? — Disse para si mesma, orgulhosa do seu feito.

Andou calmamente até o inseticida caído no chão. Se sentia tão aliviada por conseguir finalmente tirar esse bicho do seu apartamento, agora poderia terminar seu café e colocar a segunda temporada de Demon Slayer na TV.

Pegando o veneno, caminhou até o pote que prendia o Sr. Barata, já posicionando seu dedo para que assim que levantasse o tapawer já aperta-lo e espirar o spray e assim terminar aquela guerra ali.

— Sr. Barata, foi um momento incrível ter você como meu visitante de meia hora, mas agora está na hora de ir. — Se sentia como um demoniozinho, fazendo uma grande malvadeza e se vingando com toda a sua raiva. — Você terá um enterro digno depois, te prometo. — Respirou fundo, colocou a mão sobre o pote e quando tomou coragem o levantou com rapidez, apertando o botão do inseticida e jogando aquela fumaça fedida.

Seus olhos triplicaram de tamanho. Assim que fumaça abaixou, Miyeon percebeu que não havia nenhuma barata ali e logo um grande desespero tomou conta de si.

Olhou lentamente para o seu lado direto, engolindo em seco e tremendo. Seu rosto ficou branco e um grito rasgou sua garganta quando viu o bicho grudado na sua parede. Ao mesmo tempo em que gritava em puro desespero, o som de uma guitarra alto e barulhenta saiu do apartamento do lado.

Odiava com todo o seu ser a sua vizinha. Era uma menina rebelde com mechas loiras no cabelos e franja, tinha algumas tatuagens espalhadas em seu braço e ombros, e sempre fazia uma barulheira enorme com aquela guitarra. Miyeon perdeu as contas de quantas vezes se meteu em briga com ela para que a jovem diminuisse o som de suas músicas, da mesma forma que também perdeu as contas das vezes em que se repreendia por admirar demais a garota quando ela ficava tocando violão no parque em frente ao prédio, mas aquilo não vinha ao caso no momento.

Quando a barata se mexeu, Miyeon levantou em um pulo e saiu o mais rápido que podia da sua cozinha e apartamento. Sabia que agora nunca mais tentaria prender e matar uma barata sozinha, então ignorando toda a sua implicância e ódio que tinha, partiu para sua ultima opção.

Pedir ajuda a Kim Minnie.

Batia repetidas vezes na porta do apartamento da menina, na esperança que ela ouvisse logo o que era pouco provável até que ela parasse de tocar a guitarra. Quando perdeu sua paciência e viu que ela não estava a ouvindo, meteu um chute na porta logo reclamando e levando sua mão até o seu próprio pé e dando alguns pulinhos. Acabou por se desequilibrar e cair sentada no chão assim que a porta se abriu com agressividade.

Naquele momento se arrependeu de ter batido em sua porta. A tailandesa tinha a expressão irritada e olhava com o cenho franzido para Cho, essa que continuava caída no chão, mas tinha o rosto totalmente diferente do seu. A face de Miyeon se encontrava muito vermelha e tinha a boca levemente aberta.

Nicha trajava uma regata branca que deixava suas tatuagens expostas, conseguia ver perfeitamente os desenhos delicados que tinham em seus braços e ombros. Diferente também da ultima vez em que se viram, agora Minnie estava com o cabelo totalmente loiros.

— Feche a boca ou irá babar. — Zombou cruzando os braços e olhando para os olhos arregalados da coreana.

— O-O que? — Limpou a garganta e se levantou devagar, sentindo vergonha de si por estar vestindo um pijama de dinossauro e ter encarado demais a mulher que sorria discretamente.

Miyeon e a saga da barataOnde histórias criam vida. Descubra agora