- Capítulo 28 - A raposa e o dragão -

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— Eu não sou daqui, mas para falar a verdade a impressão que tive é que Lordes e deuses da calamidade são mais parecidos do que eles gostariam de admitir — Ele se pôs de pé alongando as costas — Está pronta?

Himawari saiu de trás da árvore mostrando a ele como as roupas ficaram nela — Acho que agora está certo.

— Bem melhor — Concordou Gabriel — Temos só mais um problema, princesa — Ele olhou ao redor procurando uma pedra onde pudesse sentar, pegou a bolsa sem fundo andando até a pedra, sentou-se e retirou de dentro da bolsa algumas tiras de carne seca e uma maçã — Eu não faço a menor ideia do por que da confusão naquela reunião, nem o que você quer fazer agora e muito menos porque você pediu ajuda a Kendorf — Ele abocanhou a lateral da maçã encarando Himawari — Você tem cara de poucos amigos e eu não discordaria se você tivesse motivos pessoais para isso, contudo se eu vou te ajudar preciso que me conte o que aconteceu para que um desconhecido adentrasse uma reunião com deuses e te tirasse de lá por uma janela — Ele deu outra mordida — Sou todo ouvidos, majestade.

— Não creio que você consiga resolver nada a respeito dos meus assuntos, então por que teria que contar para você? — A princesa cruzou os braços jogando o peso na perna esquerda.

Gabriel mordeu um pedaço de um tira de carne e apontou para o rio atrás deles — Pode seguir até encontrar o rei ou aquele mago que nos conjurou para dentro rio sozinha, fique a vontade — Ele deu de ombros encarando ela.

— Muito obrigada pela ajuda, até algum dia, Gabriel — A princesa o agradeceu virando-se de costas e seguindo o curso do rio que flui floresta a fora.

— Mulheres... — Resmungou Gabriel terminando de comer a primeira tira de carne — Se houvesse uma corda nesta bolsa eu perdoaria suas piadas de mau gosto, Baltazar — Na ponta da bolsa a ponta de uma corda saltou para fora surpreendendo Gabriel — Acho que ele conhecia o gênio forte dela, será que daria para eu levar ela embora amarrada?

Himawari andou seguindo o rio até chegar em uma cidade onde o rio fluía por debaixo de uma ponte, naquela altura a água já não era mais clara e não se tinha peixes, as águas que passavam por baixo do rio da cidade tinha um aspecto verde e insalubre para consumo ou banho, as casas do local eram feita de pedra e telhados de madeiras, as ruas eram feitas de pedras dando à cidade um falso ar de limpeza, as pessoas andavam anunciando seus produtos em barracas e em grandes bandejas que carregavam nas mãos, homens gritavam nas ruas sobre guerras iminentes que se aproximavam assustando alguns moradores.

A princesa caminhou pela rua principal onde era mais movimentada até encontrar uma taverna com a frente marrom e as portas abertas largadas no canto, do lado de dentro do estabelecimento haviam pessoas bebendo, músicas instrumentais e mulheres dançando por todo salão.

— Com licença — Disse Himawari se aproximando do balcão de madeira que ficava do outro lado do salão atravessando um mar de cadeiras e mesas, todas ocupadas.

— Pois não, meu bem — Respondeu um senhor se aproximando dela enquanto enxugava um prato de cerâmica, ele possuía cabelos brancos nas laterais da cabeça e nenhum único fio de cabelo no topo dela, usava roupas surradas e um avental preto, seus dentes eram amarelados e seu olhar desconfiado mas transmitia bom humor quando falava.

— Aceitam essa moeda? — Ela mostrou ao velho uma moeda de ouro com o símbolo oficial de Ny Wong.

— Aceitamos sim, mas fique esperta com essas coisas — Alertou o senhor — Estão parando todos que possuem moedas, vestimentas ou trejeitos dos orientais de Ny Wong desde o ataque a uma cidade vizinha — O velho pegou a moeda guardando-a no bolso — O que vai querer?

O Último Draconiano - Livro umOnde histórias criam vida. Descubra agora