Entre nossas dores e nossos medos

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Jinyoung abraçava forte a mulher, não querendo sair daquele abraço por nada.

"Deixe-me ver como você está, querido"

Eunji afastou-se minimamente, passando a destra pelo rosto do neto com cuidado e constando as bochechas mais salientes e rosadas.

"Você está se alimentando bem?"

Jinyoung sorriu com a preocupação, tentando controlar o choro quando acenou em acordo. Ficou ansioso com o olhar dela sobre si, encolhendo-se levemente. Sua roupa era larga e poderia muito bem se esconder por ela, mas seu cheiro denunciava sua situação.

"Você está esperando um filhote, meu amor"

"Vovó" Jinyoung tentou controlar o tom, mas fora em vão. Não conseguiu formular nenhuma frase, chorando em frente a mulher.

Ela voltou a lhe abraçar, pedindo para que tivesse calma, mas era algo inválido a Jinyoung que apenas soluçava e sentia-se pequeno diante tudo aquilo.

Seus olhos foram em direção ao caminho da cozinha. Sua mãe estava vindo de lá, com duas xícaras em mãos. Ela parou, olhando-o por alguns instantes.

Jinyoung se afastou da sua avó, limpando o rosto e aproximando-se da sua mãe, que já deixava as duas xícaras sobre a mesinha de centro.

Ele lhe olhou dos pés à cabeça. Jinyoung viu ela morder o lábio e os olhos marejaram no segundo seguinte que encararam os seus.

"Eu sabia que você precisava de mim." O coração acelerou. Jinyoung soluçou, tentando se manter sobre as pernas. "O que você tinha na cabeça pra me esconder isso, Park Jinyoung?" Ela soou um tanto irritada, ficando mais próxima. "O que você pensou? Que iria me esconder isso até quando?"

"Mamãe..."

"Você é muito besta mesmo" ela lhe empurrou de leve, puxando em seguida para um abraço.

Jinyoung se sentiu fraco e frágil ali. Vulnerável demais, chorando baixinho diante do abraço que tanto desejou durante aqueles meses.

Heejin lhe confortou em lágrimas também, brigando consigo e lhe fazendo rir ao mesmo tempo.

"Quantos meses você está?" Hee perguntou após um tempo, com ambos mais calmos e aquecidos pelo chá que Jaebeom havia feito para eles.

"4 meses..." falou baixo, bebendo um pouco do líquido e olhando para baixo.

"E nos contaria isso quando, Jinyoung?" Foi a vez da sua avó perguntar.

Jinyoung sentiu seus ombros tensos, tentando se ajeitar melhor no sofá.

"Eu queria contar antes..., mas, aconteceram muitas coisas e eu fiquei com medo também." Foi sincero. "E-eu não tenho mais nada aqui... eu perdi meu emprego, não tenho nada no meu nome e o casamento não aconteceu. Eu fiquei... fiquei com vergonha de voltar para Busan... de ter que pedir ajuda para vocês."

"Se você não pedir ajuda para nós, irá pedir para quem, garoto?" Heejin soou um tanto alto. Ela se levantou do sofá, caminhando de um lado para o outro. "Eu ainda não acredito que você escondeu isso de nós! Quantas vezes eu te liguei e perguntei se tinha algo para me contar, Jinyoung? Quantas?!"

Jinyoung baixou ainda mais a cabeça, permanecendo em silêncio.

"Você vai arrumar suas coisas e vai voltar comigo e com sua avó para Busan imediatamente!"

Jinyoung ergueu o rosto, encarando sua mãe com os olhos arregalados.

"Não! Eu não... eu não vou voltar!" Soou firme, logo largando o chá sobre a mesa.

As Aparências EnganamOnde histórias criam vida. Descubra agora