64 - Era impossível não surtar com aquilo (+18)

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Não me importei.

Até que passamos por uma sala, onde todos os meus amigos estavam reunidos. Para minha sorte, Henrique também estava presente, o que era ótimo, pois teria a chance perfeita de mostra-lo que não estou por baixo. Se ele pode me trair, não há nada de errado em fazê-lo também.

Percebo a feição de meu marido, e, automaticamente sinto meu ego massageado. Era bom vê-lo sofrer 1% do eu estava sofrendo nos últimos dias. Meses, quer dizer, pois, por mais que fosse difícil de admitir, nosso relacionamento não tinha descido ladeira abaixo naquele momento.

Lara está com a mão próxima a minha bunda, o que surpreende ainda mais a todos. Ah, como era bom chegar em grande estilo. Assim que nos aproximamos o suficiente, encaro os olhos cor de esmeralda de Henrique e falo, provocativamente.

- Desculpa o sumiço, galera! Estava tentando esquecer meus chifres!

Pensei que receberia algum questionamento como resposta, mas longe disso. Henrique levanta-se um tanto quanto desnorteado e com lágrimas nos olhos, o que me atinge como uma porrada na boca do estômago. A frase "Muito mais perigosa que bala perdida, é mulher traída" sempre fez sentido para mim, mas não naquele momento. A culpa tomou conta de cada parte de meu corpo.

O homem sai, e Daniele vai atrás. A mesa permanece em silêncio, e o clima de tensão só aumenta. Que porra! Ele vacila e a filha da puta sou eu?!

De qualquer forma, precisava vestir minha melhor máscara e agir como se sua atitude não tivesse me afetado de forma alguma. Dou um beijo demorado na bochecha de Lara, deixando bem evidente que queria mais que aquilo, e sento-me, forçando um largo sorriso pelo que tinha acabado de acontecer.

Janna cruza os braços e me encara com a sobrancelha arqueada. Assim que Lara se afasta, ela não se priva de questionar.

- Que porra foi essa?

- Já disse - dou um sorriso amargo -, estava esquecendo meus chifres.

Percebo a expressão decepcionada de todos ao meu redor, o que me deixa confusa. Lázaro balança a cabeça em desaprovação e diz:

- Ele estava sendo sincero ao dizer que não tinha te traído. Tudo que falou, é verdade. Agora - levanta, demonstrando exaustão -, vou atrás dele. Vocês dão muito trabalho - suspira e sai.

Encaro sua caminhada com os olhos arregalados, e depois fixo o olhar em Mahmoud, que balança a cabeça, concordando com o que Lázaro havia dito.

- Sim, amiga... - suspira - Era verdade.

Levanto rapidamente e saio correndo em direção a Henrique. Ultrapasso Lázaro e Daniele, que caminhavam calmamente. Precisávamos conversar, porra! Sim, deveria ter ouvido suas palavras antes de tomar qualquer atitude precipitada, mas caralho, vai se foder! Era impossível não surtar com aquilo.

Alcanço Henrique, que esperava o elevador de forma impaciente. A porta de abre e ele entra, e, por um milagre, corro a tempo de entrar no cubículo. Agora seria minha vez de pedir a Deus que a luz do hotel acabasse para que nossa conversa pudesse acontecer como deveria.

HENRIQUE

Beleza, era assim que Amora se sentia em relação a possível traição? Porque se a resposta for sim, puta que pariu, me odeio eternamente por feri-la daquela forma. Ando rapidamente, pois sabia que me seguiriam e porra, estava precisando mais que nunca ficar sozinho. Nesse meio tempo, havia escolhido um quarto distante dos demais, a fim de conseguir ficar um pouco distante de meus amigos. São tudo para mim, mas sua superproteção, unida à opinião ácida machucava um pouco.

Entro no elevador, com a intenção de fugir daquela porra de realidade, mas para meu azar, Amora era magra o suficiente para passar pela frecha da porta do cubículo que estava quase lacrada.

Doce como Amora ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora