40 - Piquenique de aniversário

Começar do início
                                    

–  Eu não acho... Papai disse que sentimentos são essenciais, os ruins também, porque precisamos sentir para que possamos superar e os bons nos fazem bem. – Harry teria achado divertido a maneira como os olhos zuis brilharam cheios de raiva, esse Tom também odiava ser interrompido.

– Imagine Harry, não sentir mais dor, nem medo, nem ser assombrado por pesadelos... imagine como seria incrível...

– Eu gostaria disso, mas Penélope me disse que meus medos podem ser superados...

– Não estou falando disso garoto, lembra quando eu tomei o controle? Lembra de como foi fácil tomar decisões, como foi fácil simplesmente deixar aquela mulher odiosa sofrer.

– Foi, mas eu não gostei, foi como me sentir vazio. Eu não gosto do vazio. – O mais jovem estreitou os olhos no que parecia muito ser um aviso, mas não surtiu tanto efeito na Horcrux.

– Ok, estamos em um impasse. – Tom Admitiu.

– Não acho que seja um impasse, o corpo é meu... as decisões são minhas. – Aquele pequeno príncipe exigente estava mostrando as pequenas garras, como um filhote de gatinho, mas nada faziam contra o homem a sua frente – Você pode escolher ficar bem com isso ou não.

– Não por muito tempo...

– Por quê? O que vai fazer?

– Talvez tomar o controle de vez?

– Você não faria... – Harry disse com um sorriso tranquilo, a confiança dele nesse domínio era facilmente mostrada.

– Como sabe que não?

– Porque eu não vou deixar, você só pode tomar o controle quando eu permito. – Não havia arrogância em suas palavras, era apenas uma constatação, ele estava falando a verdade. Ele riu baixinho quando o Tom a sua frente quase rosnou.

–  Que tal um acordo? Um jogo... se você vencer eu me recolho em minha escuridão e espero que você me chame quando precisar, mas se eu vencer desejarei liberdade. –  Era incrivelmente fácil, ao menos era assim que ele pensava, a sua frente era só um garoto manipulável.

–  Que jogo?

–  Xadrez Bruxo. – Não demorou alguns segundos e um tabuleiro dourado e preto surgiu diante dos dois na mesa, pronto para iniciar uma partida.

–  Não gosto tanto de jogar esse jogo. –  As bochechas ainda gordinhas deram ao bico emburrado que Harry fez um ar angelical, ele era ainda mais doce do que esse Tom esperava. –  Por que não algo divertido? Que tal Monopoly? Eu gosto de jogar com o papai... dura bastante tempo...

–  Eu não conheço o jogo, estaria em desvantagem Harry. –  A Horcrux parecia irritada e isso só incentivou o Potter a pressionar mais.

  – Mas as regras são simples... veja. – Ele não sabia exatamente como funcionava aquele espaço, mas logo o tabuleiro bruxo se tornou um tabuleiro de Monopoly com o folheto de regras bem em cima.

A Horcrux suspirou muito alto enquanto puxava o papel e iniciava a leitura de regras, aquele garoto era uma dor de cabeça, por que simplesmente ele não se vinculou com alguém mais fácil de lidar? A versão que eles jogariam era relativamente nova, colorida e com as versões das ruas e avenidas de Londres. O garoto estava certo no entanto, o jogo era intuitivo e simples até, ele só não deveria perder todo o dinheiro de mentirinha ou perderia o jogo, pensando nisso era só contar com a sorte e comprar imóveis para gerar mais renda, fora que seria muito fácil manipular o garoto para fazer o que ele queria no jogo.

Depois de ler as pequenas regras ele escolheu seu pião no jogo, Harry gostava da cartola e ele escolheu o que parecia um carro trouxa, simplesmente porque pela lógica era a única coisa que se movimentaria pelas ruas. O dinheiro foi distribuído de acordo com as regras e eles jogaram os dados para saber quem iniciaria.

Seja um bom garoto HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora