Capítulo 07 - O Penhasco

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Ele se aproxima um pouco mais e permaneço parada, tensa. Com a outra mão ele toca a minha e se aproxima lentamente, como se estivesse com medo que eu fosse fugir. Minha mente permanece em branco e não consigo pensar em nada a não ser seus lábios tão próximos dos meus.

E então acontece. Sua boca toca a minha, primeiro suavemente e como eu não recuo, em seguida com um pouco mais de intensidade. Retribuo o beijo e simplesmente ignoro os sinais de alerta que existem dentro de mim, me deixando levar pelo momento. Continuamos nos beijando e então Edward termina o beijo com um selinho em meus lábios.

Me levanto atordoada e vou em direção aos livros nas prateleiras. Agora com meus pensamentos a mil novamente e sem saber o que fazer com o que acabou de acontecer. Não consigo tirar o leve sorriso que se formou em meus lábios.

-você também não precisa respirar. -fala Edward fazendo graça e tentando quebrar o clima estranho que se instalou. -mais uma peça do quebra cabeças que você é.

Solto o ar que nem notei que ainda estava prendendo e me surpreendo por ele notar um detalhe tão pequeno como este.

-acho melhor começarmos o trabalho. -falo pegando alguns livros e levando até a mesa.

-certo. -fala ele e se levanta.

Nos sentamos e fazemos o trabalho com facilidade e rapidez. Acabamos mais conversando do que escrevendo, falamos de tudo um pouco e me sinto realmente relaxada pela primeira vez com alguém que não pertencesse a minha família. Quando terminamos levo Edward até a porta e paramos momentaneamente na varanda.

-ainda tenho direito a duas perguntas. -fala ele.

-sim. -falo e sorrio.

-você confia em mim? -pergunta ele.

Penso por um minuto, sondo seus pensamentos, analiso tudo o que já conversamos e então eu sei a resposta.

-sim. -falo com sinceridade.

-um dia irá me contar tudo? -pergunta Edward e me dá um daqueles sorrisos tortos irresistíveis.

-um dia talvez. -falo, pois não tenho certeza dessa resposta. -boa noite Edward.

-boa noite. -fala ele e começa a ir em direção à seu carro.

No meio do caminho ele para e volta para a varanda, pega meu rosto com as duas mãos e me beija rapidamente. Ele então vai para o carro sem olhar para trás e me deixa sorrindo feito uma idiota.

Entro em casa e me jogo em minha cama. Não sei mais o que é certo e o que é errado. Não sei o que fazer sobre esse sentimento que pensei que nunca mais iria existir, mas que voltou a assombrar minha vida.

Pego um livro para ler, mas não consigo me concentrar o suficiente, meus pensamentos acabam voltando para Edward e me pego revivendo nosso beijo na biblioteca um milhão de vezes, parecendo uma adolescente apaixonada. Dou risada com esse pensanento. Passo a noite toda assim, me atormentando com dúvidas e arrependimentos.

Um pouco antes do sol nascer me preparo para mais uma caçada. Dessa vez longe o bastante para que os Cullens não me atrapalhassem novamente. A abstinência me deixa fraca, vulnerável e não quero isso.

Passo na reserva primeiro, aviso que vou pra longe, eles sabem o porquê. Converso com o pessoal que está fazendo ronda, não é a vez de Jacob e depois de algumas horas, com o dia bem claro, vou em direção aos limites da reserva, para depois sair do estado. Assim que parto vejo que o tempo começa a limpar e o prometido dia de sol começa a surgir vagarosamente em Forks e nas cidades vizinhas.

Logo que atravessei a fronteira senti cheiro de vampiros imediatamente, acreditando que são os Cullens, paro onde estou e fico esperando eles se aproximarem, mas quando entram em meu campo de visão noto que não são os Cullens e sim Kara e Felix Volturi.

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