CAPÍTULO ÚNICO

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O sol já estava alto, seus raios calorosos penetrando discretamente as sombras causadas pelas árvores altas e o clima levemente umido devido a mata fechada coberta de musgos e pequenos arbustos. Caminhei com cuidado para não acabar enroscando-se em algum arbusto espinhoso até que um som estranho chamou minha atenção. Vinha da direção oposta de onde era o meu destino porém parecia enfeitiçar-me a ponto de esquecer a razão da minha caminhada por aquele lugar. Caminhei em sua direção, sendo guiado por suas notas doces e profundas. Era um som baixo mas o suficientemente alto para embriagar meus pensamentos e me deixar ainda mais atraído, fazendo busca-lo a qualquer custo.

Após alguns minutos adentrando ainda mais aquele lado da floresta quase inexplorado finalmente avisto uma clareira com uma espécie de ruinas de uma construção, inúmeros sinais de como o tempo a castigou severamente. Um leve assombro toma conta de mim ao perceber que o som que escutava vinha exatamente daquelas ruínas.

Me aproximei com cautela e quando entre na construção pude notar que havia uma
passagem entre as paredes coberta de musgo e invadida pela vegetação local. Era uma passagem estreita e a atravessei com uma certa dificuldade devido ao meu físico forte. Tomando todos os cuidados, passei por aquele lugar e saí em uma espécie de caverna, ilumidada apenas pela luz do sol que passava pelas frestas das rochas.

Decidi me esconder atras de uma parede rochosa e arrisquei olhar o lugar estranho diante de mim. Ao meu redor eram apenas parede naturais e rochas formando pequenos obstáculos queriam de centímetros a quase dois metros de altura. À minha frente havia uma rocha plana na horinzontal, formando um piso mais alto que se parecia com um púlpito. A melodia havia parado no mesmo instante que havia encontrado o local porém ainda parecia ecoar minha mente de forma persistente e me entorpecendo.

Um arrepio subiu por minha coluna ao notar que não estava sozinho ali. Uma mulher de cabelos longos e escuros dançava com fluidez naquele ' altar'. Vestia um vestido branco com tecido tão leve dando a ilusão de flutuar a cada movimentos de sua dança, tecidos finos que mal cobriam seu corpo de curvas insinuantes. Sorria com doçura enquanto seu corpo movimentava-se como se estivesse seguindo uma música que naquele momento não passava de um silêncio quase mortal. Me recordei de imediato ao som que me atraiu para este lugar e poderia jurar que ele casava perfeitamente com seus movimentos, e desta fez me senti levemente assustado.

Assim que ela parou seus movimentos tive a sensação de ter saído de uma especie de transe, finalmente notando que havia mais uma pessoa no local, um homem prostado de joelhos olhando com adoração para a mulher, completamente hipnotizado.

Tudo isso estranha estranho demais, meu lado racional gritava em minha mente para que saísse o quanto antes dali, porém não conseguia. Parecia haver uma força me mantia ali preso a cena diante de mim. A mulher andou com sensualidade até ele, pegando uma pequena adaga das mãos do homem.

Você não é digno. ─ Sua voz ecoou como uma melodia, com um unico golpe a desconhecida deslizou a lâmina pelo pescoço do homem, fazendo o seu sangue jorrar em toda parte. Seu movimento foi suave e gentil, o mais aterrorizante era o sorriso que desabrochou no rosto do homem antes de cair ao seus pés. Ela jogou a adaga ao lado do corpo e olhou seu vestido com carinho, agora manchado pelo sangue daquele que ela intitulou como indigno.

Nesse momento algo me dizia para fugir o mais rápido desse lugar mas uma força me mantinha ali, inerte, olhando para ela. E nossos olhos finalmente se cruzaram. Ela sorriu maliciosa a ponto de minhas pernas fraquejarem diante daquela expressão tão bela e assustadora.

Poderia ser um demônio? Um espirito amaldiçoado?

─ Hidan, finalmente você nos encontrou. ─ Meu nome ficava doce e melodioso quando proferido de seu lábios, o que fez ficar ainda mais estático diante dela.

SAGRADO | Hidan Onde histórias criam vida. Descubra agora