Capítulo Doze.

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- Eu não estou agindo de forma alguma. Sempre fui assim. - Ele se aproxima. - Mas quem sabe talvez você não comseguisse ver porquê estava ocupada demais me desejando.

O quê?
Calma. Como?
É claro que ele sabe, mas, por quê?
Por que ser tão direto?
Como se ele estivesse jogando em minha cara que eu o quero.

- Nada disso é real. - integra. - E agora você pode saber.

De que merda ele está falando? Por que tudo está tão confuso?

Primeiro ele some, como se não se importasse comigo. Ele não passou para ver como eu estava. Depois que acordei do desmaio de dois dias, ele não estava lá. Não se importou em estar comigo para ver minha recuperação. Ele simplesmente não se importou comigo.
E agora ele volta irritado, como se eu tivesse culpa de algo. Culpa de estar abraçada com o Noah logo quando ele chegou.

- Como assim? - Meus olhos intercalam entre seu olho esquerdo e o direito, tentando achar uma explicação em seu olhar, mas não existe. Ele sabe bem como guardar todos seus sentimentos em uma camada profunda de escuridão. - Do que você está falando?

Como ele pode dizer que nada disso é real? Ou por quê ele estava dizendo isso?
É claro que é real. Eu não sei se posso afirmar que estou apaixonada. Mas sei que o quero. De alguma forma, eu o quero. Talvez apenas para suprir alguma carência em mim. Mas como eu saberia? Estamos perdendo tanto tempo discutindo sobre nós ou sobre ele, que não temos tempo para realmente nos preocuparmos sobre nossa relação. Se é que temos algo que possa ser chamado de relação. Mesmo que seja a pior de todas.

- Você é mesmo burra, Coitadinha. - Josh faz uma pausa dramática, olhando em meus olhos. Ele avança um passo em minha direção, mas sem cortar o contato visual. - É só pensar. Pensa, Coitadinha, pensa. Eu sou um vampiro. O que os vampiros fazem?

- Tomam sangue? - chuto. Na verdade, é meio óbvio, não?

- Eles caçam, Any! - corrige em um tom ríspido, quase como se o que eu tivesse dito fosse um absurdo - Antes de devorar a presa, eles caçam. - Josh avança mais um passo em minha direção, e eu estranhamente me sinto na obrigação de me afastar. - Os vampiros caçam, Any. Eles montam a armadilha para sua presa. Atraem ela com a ferramenta que podem. - O loiro faz uma pausa para poder se aproximar mais e segurar os meus ombros, olhando fixamente para meus olhos. - Os predadores enganam suas presas para poderem atacá-las. É isso o que fazemos. Nada disso é real.

Eu estou confusa. Estou muito confusa. O que ele quer dizer com isso? Eu sei que predadores enganam as presas e blá blá blá, mas não consigo entender o que isso tem a ver com nós dois ou com o desejo que eu sinto pelo...

Puta merda.

Olho para baixo, cortando finalmente o contato visual com o loiro. Minhas mãos estão suando mais que o normal. Minha cabeça dói, ela lateja. Tudo o que consigo sentir consiste apenas na reação ao supostamente entender tudo o que o loiro está demorando para admitir.

- Você entendeu agora. - ele diz, logo quando nota minha expressão reveladora, e não demora nada para isso acontecer. - Nada do que você sente por mim é real, Coitadinha. Tudo o que você anseia, é falso. Eu sabia disso desde o início, mas estava perdendo tempo tentando me apegar a uma fantasia barata. - Bufa. - Nicolae tinha razão.

Estou tentando entender o que ele está me dizendo, mas é difícil.
Nada do que sinto é real. É isso o que ele está dizendo. E eu me recuso a acreditar. Como ele pode dizer que não é real? Eu sei que é. Tudo o que sinto por ele pode não ser tão emocionante, mas não é ilusão.

Desejo: Um amor perverso (Beauany Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora