Então ela se lembrava de despertar um dia e perceber que havia começado a fase da depressão a qual ela achara que iria morrer, e desejara de fato, pois sentira uma profunda e intensa tristeza, que a fazia chorar por horas e horas até conseguir dormir e quando o fazia gritava em seus pesadelos, revivendo a agonia de quando estava acordada, demorara cerca de seis meses para conseguir de dentro de casa e passear pela propriedade. A dor a consumia a ponto de lhe fazer paralisar e ela evitava até o sol, perdera tanto peso por não comer, e quando comia vomitava por sentir-se mal, seu corpo estava desistindo aos poucos e foi quando ela aceitou que a família ajudasse, em um dos episódios em que acabara machucando-se por desmaiar, e acabou sendo internada em uma clinica de reabilitação para tentar curar-se fisicamente, e mentalmente, para deixar de auto destruir-se da forma que estava a fazer.

Após longos meses de reabilitação, já de alta da clinica e de volta a casa, conseguiu sair de casa para viver um dia normal e sair uma noite com amigas, mas recordava-se vagamente de chorar no banheiro da boate que fora, e sair fingindo que estava totalmente bem. Tudo estava indo bem, ela conseguia viver de alguma forma, mesmo que superficialmente, ate os pesadelos retornarem no primeiro aniversario e ela teve plena consciência naquela noite, que nunca na sua vida conseguiria viver normalmente, pois eles sempre voltariam e a dor que estava trancada no mais profundo de sua alma retornava, abrindo as cicatrizes e causando-lhe a agonia que estava a sentir naquela manhã desde que despertara.

- O que acha de irmos ao salão hoje? - Yelena sugere e ela nega tentando respirar profundamente. - Seu namorado esta vindo jantar aqui, não quer arrumar-se para ele?

- Não quero arrumar-me para ninguém.

Natasha responde apertando as unhas contra a palma de sua mão, e sente o arde da pele pressiona pelas unhas e tenta não gritar, queria gritar naquele exato momento, pois sentia-se prestes a morrer de dor. Estava a morrer de saudade das pessoas que mais amara, sentia falta de seus filhos e sentia falta do homem que um dia a completara, e não era Anton, estava muito longe de ser ele, mas ela também já não o tinha, da mesma forma que não tinha os filhos, sua vida era vazia e ela precisava aprender a viver aquela realidade, e acostumar-se com o que tinha.

- Por que Anton vem jantar aqui essa noite?

- Ele é seu namorado. - Yelena responde obvia e ela sorri em escárnio com os olhos cheios de lagrimas. - Não sei, sinceramente não sei quem o convidou.

Ela passa o restante do dia evitando estar com qualquer pessoa, a única a qual ela ainda conseguia em momento assim partilhar da companhia era sua irmã, então esgueirou-se para baixo do seu cobertor e deitara com a loira a dormirem parte da tarde. Naquela mesma noite após preparar-se para o jantar, ela sente uma enorme vontade de gritar, quando Anton ajoelha-se na frente de todos exibindo uma bela e grande aliança em sua direção enquanto sorri, e todos na sala observavam a cena a sorrirem, e ela nem conseguia o fazer, estava surpresa com a atitude dele.

- Caralho. - Yelena xinga cuspindo seu Martine de volta a taça.

- Natasha Romanoff, eu te amo e sei que é a mulher da minha vida a um tempo, te escolhi antes mesmo de você me escolher, e quero a fazer muito feliz, dar a vida de rainha que merece, casa comigo? - Anton questiona.

Natasha mira o homem ajoelhado a sua frente, sem conseguir responder naquele momento e sente novamente vontade de gritar com ele, de gritar com seus pais, eles sabiam que não era um bom dia, uma boa semana para ela, queria que eles respeitassem isso. Mas ao mesmo tempo sabia que eles fizeram de tudo para tirar ela do fundo do poço em que ela um dia esteve, e que o atual namorado fora um bom e paciente amigo quando ela ainda estava a chorar por Steve e pelos filhos no passado, fora um dos motivos pelos quais decidiu aceitar o mesmo como parceiro quando fora pedida em namoro a pouco menos de um ano.

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