Sobre todo amor que elas têm (parte 2)

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— Certo... me desculpe. E-Eu... — Sana se sentiu mal por ver Mina frágil e exposta naquela situação. — Sinto muito por tudo isso, Sana.

A loira tentou ignorar como se sentiu estranha pela falta de vocativo. Tinha coisas mais importantes acontecendo e entendia.

Também tentou ignorar como sempre ficava travada em discussões. Definitivamente não sabia lidar com isso, seu coração ficava acelerado e só sentia a necessidade de chorar e querer fugir da situação; pensou nisso também, como os pais de Mina irão abordá-la e como irão se referir ao relacionamento que obviamente já sabiam. Teme, teme mais do que quando levou Mina para conhecer sua mãe. Sabia que a namorada amava os pais e uma possível rejeição a deixaria sem chão.

Quis segurar a mão da namorada. Sana realmente quis. No entanto, supôs que só a deixaria mais desconfortável na situação em flagrante. Era a droga de uma sensação maçante.

— Foi uma péssima ideia tudo isso — Kai exclamou, visivelmente afetado com a irmã quase chorando, chamando atenção da loira. — Devíamos ter esperado até amanhã quando a Minari fosse lá em casa.

Sana encarou Nayeon, apontando para porta do apartamento. "Você chegou a fazer o que ia fazer para mim?".

Soltou um suspiro de alívio ao receber em resposta a cabeça se movendo em sinal negativo, acompanhado de lábios trêmulos.

— Ok, então... — encarou a namorada. — Vamos entrar. Você precisa se acalmar de verdade, Mittang. Vamos?

Mina concordou, ainda de cabeça baixa, quando elas entraram e fecharam a porta; Sana deu um breve tchau para Nayeon (murmurando para não se sentir mal, de qualquer forma, eles ficariam sabendo algum dia).

Ray pulou em Sana, tão empolgado quanto da vez que ela voltou do trabalho na sexta. Ele estava feliz por vê-la bem depois de todo alvoroço que foi quando saíram em direção ao hospital. Se lembrou como o cachorro tinha ficado tão desesperado quanto Mina, latindo em busca de qualquer ajuda.

— Também estou contente por estar melhor, campeão! — Ela assumiu, baixinho. — Pensei que não veria mais você hoje, só amanhã. Mas ufa, conseguimos!

Mina sorriu pela cena, mas então levantou o queixo, encarando seus pais que estavam com os cotovelos apoiados no balcão, observando-as – e Ray. Kai mal se moveu, ficando parado na frente da porta, visivelmente desconfortável.

— Não nos conhecemos ainda... — a loira estava com o chiado bem audível, sem fôlego e com a respiração desregulada. Mesmo descrente, tentou: — Sou Sana, amiga da Mina.

Kai deixou uma risadinha escapar atrás delas, parando no mesmo momento que a irmã lançou um olhar ofensivo. O beicinho formado deixava a dúvida se estava emburrada ou segurando o choro (as duas opções faziam a loira sentir o coração apertado).

— Mina já falou sobre nós, não é? — Sachiko redarguiu, recebendo um sinal positivo, enquanto a morena colocava os medicamentos sobre o balcão.

— Bem... vocês querem beber alguma coisa? — Sana perguntou, indo até a lavanderia para lavar as mãos. Precisava tomar um banho para tirar o cheiro de sexo e de hospital impregnados no corpo, mas pretendia ir apenas quando as duas ficassem sozinhas no apartamento (embora não tivesse a certeza de que Mina ficaria no apartamento depois). Quando se moveu para abrir a geladeira, murmurou ao rolar os olhos em busca de ideias. — Água? Suco? Café?

— O bule da sua cafeteira quebrou na hora que eu peguei a cadeira, então o café está descartado por um tempo — Mina diz baixinho, se lembrando do acidente. — Prometo que vou comprar outro para você.

Candy Girl (misana)Where stories live. Discover now