SALVA-ME vol III (Concluído)

Capítulo 13

- Gabriel, não! - Emilly aparece atrás de mim, tentado contê-lo. Porém, vejo que sua raiva, ira e frustração precisa ser aliviada.

- Deixe-o, Fiore! Ele precisa falar! - Digo. Minha menina olha para o irmão negando com a cabeça.

- Não digo eu, irmã! Veja o que ele fez com você. Por quantas coisas teve de passar e ainda passa por causa dele. De um mafioso que mal teve coragem de assumir seu ofício e pôs todos em risco. - Declara convicto. - Olhe ao seu redor todo o mal que passou por causa do meio em que ele nasceu.

- Biel, se não fosse por Vittor, nós não teríamos nos conhecido. Pensa bem, você só está nervoso, todos estamos pois tem um maníaco a solta fazendo mal a nossa família por...

- Por causa dele! - Assevera, interrompendo Emilly que leva a mão ao rosto chorando. Não vou aceitar que ele a deixe mais nervosa do que já está.- É tudo por causa dele!

- Basta, Gabriel! - Falo o máximo de calmo possível. Ia tentar contê-lo, mas Mick e Giulio aparecem.

- Calma, Vittor! Nós vamos levá-lo. - Diz Giuliano. - Leve a Emilly pra casa.

- Não deixem minha irmã com ele, pois irá matá-la como fez com Ana. - Gabriel grita atormentado, mas é contido por Michaelo.

- Chega, Gabriel! Vamos.

- Nós íamos formar nossa família! Nossos filhos, mas ele tirou essa possibilidade de nós, Michaelo! - Engulo em seco com sua acusação e sinceramente sinto-me muito mal por ouvir.

- Está falando besteiras demais, tente raciocinar Gabriel! - Mick aconselha, mas meu cunhado está totalmente transtornado.

Eles o levam e eu abraço minha cubana que chora copiosamente atordoada com a cena que presenciou. Talvez ele até esteja certo em certo ponto. Se eu não tivesse conhecido e me apaixonado Emilly, provavelmente teria me casado com Fernanda, mesmo sem amor, só para que meu avô parasse de encher a porra do meu saco.

Naquela época, eu não me importava com nada nem ninguém. Não ligava se iria ou não fazê-la feliz, visto que não tinha qualquer empatia por ela. Provavelmente, seria um chefe de organização pior do que sou hoje e isso até que seria bom. Pelo menos por um lado.

Todavia, me apaixonei por uma mulher que nada tem a ver comigo. Somos pólos totalmente opostos. Infelizmente, eu destruí a vida de minha fiore. Isso tudo que ela está passando, e agora a situação de Ana, realmente é culpa minha.

É muito difícil quando a realidade bate em nossa mente, trazendo despertamento. Eu fiz de tudo que pude para ver minha família a salvo das maldades dos meus inimigos. Inclusive me afastei por um período de tempo e penso se não foi o melhor momento que tiveram. Caralho! Sinto que estou perdendo o controle das minhas emoções e isso não é nada bom!

- Amor, olhe pra mim! - Emilly me chama em voz embargada e só então saio da minha utopia. - Releve o que Gabriel disse, por favor. Ele só está triste com a morte da Ana. - Fala e torna a chorar. - Eles iam adotar duas crianças para serem seus filhos, mas...Jesus! - Abraço minha cubana em consolo. Se tem uma coisa que me destrói e vê-la assim.

- Acalme-se, Emilly! Eu o entendo... acredito que muitas coisas que ele disse sejam verdadeiras. - Ela nega com a cabeça, mas logo acarinho seus longos cabelos. - Vamos para casa, precisamos ver nossos filhos.

Seguimos abraçados, sem nada dizer. Emilly está inconsolável pela morte da amiga, mas também pelo surto do irmão. Eu a entendo. Fiquei muito mal quando Giulio se envolveu com drogas e surtou no meu escritório certa vez. Preciso dá um jeito de encontrar o filho da puta do Domenicano e acabar com isso de uma vez por todas.