Capítulo 54-Quanto mais se dá mais se tem.

Começar do início
                                    

Com essas palavras jogadas ao ar, eu deixei ela sozinha. Quando alcanço o elevador, ela começa a gritar algo mas suas palavras se tornaram um ruído branco na minha cabeça, um som borbulhante e irritante até que as portas se fecham. Eu faço meu caminho de volta para minha sala. Eu termino rápido a parte da papelada e uma hora depois eu estou chegando na minha casa. Eu tomo um banho e me arrumo para o jantar ainda com a conversa com Lucy Dubois entalada na minha garganta. Eu bato na porta da casa de Dandara enquanto penso em uma maneira de contar à ela que sua velha falsa amiga estava na cidade e veio me pedir para deixá-la por razões puramente egoístas. Mas quando a porta é aberta e eu vejo Dandara completamente pronta, eu esqueço tudo, porque ela é uma visão e tanto. Seus lábios estão rosa escuro e brilhante, seu cabelo está penteado de modo elegantemente, seus seios estão elevados e deslumbrantes em um vestido cor de salmão que adere a todos os melhores lugares do seu corpo, e ela usa saltos de tiras de ouro.

Eu pego a mão dela, beijando as costas.
— Você está espetacular. Consegue sempre me surpreender um pouco mais com sua beleza.
— Obrigada— Ela sorri.

Eu a guio em direção ao carro e a ajudo no assento. Com um rápido beijo na testa dela, dou a volta e entro no  carro. Enquanto fazemos o caminho, Dandara está falando sobre a família Rossi e eu acabo me perdendo em pensamentos.

— Você está me ouvido? — Um estalo de seus dedos me trazem de volta.

Eu encaro ela de relance.

— Me desculpe, eu tive um dia cheio hoje. Mas sobre o que você falava?
— Nada realmente importante. —Ela toca meu ombro — Se você estiver muito cansado, eu posso me desculpar com Paxton e voltamos para casa.

Eu balanço minha cabeça. Não quero estragar a noite. Quando chegarmos em casa teremos tempo pra conversar.

— Não. Vamos ao jantar. — Eu digo e ela acena com um sorriso.

Nos próximos minutos é Dandara que fica em silêncio, pensativa. E quando o som suave nos seus dentes começam, eu sei que ela está se perdendo em alguns pensamentos inquietantes. Sem dúvida ela já notou que algo aconteceu, e agora deve está se perguntando por qual motivo eu decidi não contar a ela. Então decidi criar uma distração, uma pela qual eu provavelmente precisaria ter minha cabeça examinada.

Eu levo o carro para fora da estrada, para um caminho alternativo e desligo.

— Venha para o banco do motorista.
— O que?

Ela me encarou confusa quando eu abri a porta e sai. Dando a volta, eu abri sua porta e indiquei para que ela mudasse de banco.

Ela finalmente viu onde eu queria chegar.

— Você só pode estar louco. Eu não vou dirigir.
— Eu posso não ser um ótimo chefe, mas sou um bom professor.

A compreensão a atingiu e seu rosto se iluminou.

— Você está falando sério? Vai me ensinar a dirigir hoje?
— É melhor você agilizar. Embora o tráfego quase não exista nesse desvio, eu ainda posso receber uma multa. E você sabe quem vai pagar se usos acontecer.

Ela desliza para o espaço que indiquei e eu me sentei no banco do passageiro.

— Não é perigoso? Há tanto mato aqui.
— Bem, nós não podemos realizar suas primeiras aulas na estrada. Especialmente porque você não tem sequer uma carteira de motorista. E eu acho que nenhum de nós está
pronto para morrer esta noite. Mas você pode se divertir muito neste caminho.

Ela olhou para mim e sorriu, em seguida, bateu palmas animadas.

— Espere, eu não vou chegar ao jantar suada, vou?

Na batida do teu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora