_ O casamento vai matar esse seu espiro rebelde, na verdade ele vai matar você aos poucos e dentro de alguns anos você será apenas uma casca vazia assim como eu sou, viciada em alguma coisa que faça você tentar se sentir viva. – Falou ela dando-me as costas._ Acho que não precisa dos meus conselhos para a noite de núpcias, espero que seja melhor do que a minha, com o tempo você se acostuma a sentir nojo do sexo e fazer apenas quando necessário e ficar feliz com as amantes que seu marido arrumara, assim ele lhe procurara menos e você terá um pouco de paz, se tiver sorte lhe dará um filho homem e isso será o seu auge querida, mas, lembre-se a genética não está ao seu favor.

_ Obrigado mama. – Agradeci quando ela saiu e me apoiei na cadeira, aquela conversa era bem motivadora, da qual toda mãe teria com a sua filha minutos antes dela atravessar as portas da igreja para se casar. _ Okay Sabina, você é melhor e mais forte do que tudo isso. É apenas um italiano que você terá que aturar o resto da sua vida, isso se você não o matar nesta noite.

_ Isso seria uma violação do acordo e eu realmente não quero matar minha filha preferida. – Avisou nana fazendo com que eu levantasse a minha cabeça e o encarasse parado perto da porta._ Você está linda, rosa.

_ Você assinou a minha sentença quando me entregou de bandeja para aquele maldito italiano. – Disse endireitando-me._ Vamos logo fazer isso, esse vestido realmente está me incomodando e eu quero terminar logo com essa palhaçada e tirar logo essa coisa.

_ Um dia você vai entender os meus motivos, rosa. – Falou ele beijando a minha testa carinhosamente enquanto me abraçava e isso fez com que eu tivesse em engolir o choro que estava preso na minha garganta, por mais que ele fosse um pai ausente e frio, era dele os únicos gestos de carinho que eu recebi durante toda a minha vida._ Essa é a sua batalha rosa, mostre a eles que não iram conseguir destruir você como eles estão imaginando, mesmo que pra isso você tenha que usar artilharia pesada. Você é uma Hidalgo e nós nunca nos entregamos.

_ Deixarei você orgulhoso nana. – Prometi fazendo com que ele sorrisse e beijasse a minha testa._ Eu amo você.

_ Também amo você, minha rosa. – Declarou ele acariciando o meu rosto._ Ele não merecia alguém como você, não merecia nenhuma das minhas garotinhas. Infernize a vida dele rosa.

         Sorri e concordei, ele me ofereceu o seu braço e eu suspirei antes de pegar o buque e respirar fundo antes de caminhar na direção da saída da pequena sacristia que o padre tinha oferecido gentilmente para que eu terminasse de me arrumar. O caminho até a posta foi rápido, lá a cerimonialista arrumou o véu e a pequena calda do vestido antes que as portas fossem abertas e a marcha nupcial entrou pelos meus ouvidos, fazendo com que eu tivesse vontade de correr na direção contraria, mas, nana apertou o meu braço fazendo com que eu andasse na direção do altar, a nona sinfonia de Beenthoven parecia mais apropriada para aquela cerimônia. A nave da igreja parecia enorme e todos me encarando não estava ajudando, todos pareciam separados, italianos de um lado, russos de outro, a expressão do meu futuro marido não era boa e isso me fez sorrir, parecia que eu não era a única infeliz com aquele casamento.

        O padre começou a cerimônia falando palavras de amor e fidelidade o que me fez querer gargalhar, mas, eu não iria cometer aquele pecado, todos ali sabiam que casamentos dentro da máfia eram para toda a vida, aquele velho padre já deveria ter feitos muitos casamentos como os meus. Raros eram os casamentos por amor, um em milhões.

_ Eu Maria Sabina Hidalgo prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na doença e na pobreza, todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe. – Falei enquanto o padre me encarava e me passava uma pequena adaga, aquele pequeno verso era apenas a parte religiosa do casamento. _Nesta noite santa, no silêncio das trevas e sob a luz das estrelas e o esplendor da lua, formo a santa cadeia. Em nome de Hidalgo, Bratva, com palavras de humildade, sangue e honra, eu formo a santa sociedade.

Senhora Urrea - Mulheres da Máfia •Adaptação UrridalgoOnde histórias criam vida. Descubra agora