Hoje sou dona do meu próprio negócio e ainda brinco de modelo pra algumas lojas. Mas, me amarrava morar na favela apesar de tudo.

Era aqui que eu me sentia feliz.

Peguei a chave do meu carro e desci pra sala. Minha irmã estava sentada no sofá mexendo no celular, minha mãe vinha da cozinha com sua bolsa preta de festa.

Diana: Nem parece que tá de ressaca. – riu – Tô parecendo um zumbi.

Fabiana: E eu tô é morta. – respirei fundo – Todo seu, filhinha. – joguei a chave do corolla pra ela.

Ela se levantou e eu segui ela pra abrir o portão. Diana entrou dentro do meu bebê e botou o carro pra fora. Tranquei o portão e entrei no carro do lado da Diana e minha mãe foi atrás.

Adriana: Para lá na Gracinha que ela ainda tá aqui. – disse assim que entrou no carro.

Fabiana: Ué e ela não foi com a Karina, por que? – a olhei pelo retrovisor.

Adriana: Na hora que a Karina estava pronta ela tinha acabado de acordar.

Liguei o som num pagodinho gostoso do Sorriso Maroto e Diana foi pra casa da tia Gracinha que não ficava muito longe da minha, duas buzinadas e foi o suficiente pra ela sair de dentro de casa.

Meu celular começou a vibrar, era mensagem da Yara, a minha comadre.

📲 Yara

Tá vindo? Vó tá agitada porque tu não chegou ainda. (14:40)

Daqui a pouco tô chegando aí. (14:41)
Cadê Gabriela? (14:41)

Tá brincando com os primos dela. (14:42)

Tá bom, tô chegando com a Diana. (14:43)

📲

— Benção, tia Gracinha. – eu e a minha irmã falamos juntas assim que a tia entrou no carro.

Gracinha: Deus abençoe e proteja vocês. – deu uma pausa rápida – E aí Drica. – cumprimentou minha mãe.

Adriana: Só de boa, Gracinha? – sorriu – Dona Zélia vai matar a gente.

Gracinha: Vai nada, a casa da minha mãe deve estar tão cheia que ela ainda nem reparou que a gente não chegou ainda. – riu – Forró tava bom pra caralho, tu não foi por que?

Adriana: Tava com dor de cabeça, mulher, Fabiana finalmente foi farrar e tinha Gabriela pra olhar, aí não fui. – fez careta.

Olhei de relance pra ela quando ela disse finalmente foi farrar e neguei com a cabeça.

Gracinha: Gabriela tem quatro anos já, Fabiana ainda fica em cima como se tivesse quatro meses. – ressaltou.

Fabiana: Responsabilidade é minha, eu que pari, ué. Tão reclamando de que? – olhei pra minha tia pelo retrovisor.

Gracinha: Entendemos que é tua responsabilidade e a gente te admira por isso. Mas tua vida tá ficando esquecida e não é assim que a banda toca. O Imperador morreu já tem três anos e tu nessa? – gesticulou – Tudo demais faz mal. Tu é nova, linda, cheia de vida e merece ser feliz.

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