𝐒𝐀𝐂𝐄𝐑𝐃𝐎𝐓𝐈𝐒𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐃𝐄𝐔𝐒𝐄𝐒 ᵗᵛᵈ' ᵗᵒ'

- 𝐊𝐨𝐥 𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐨

O sotaque americano padrão de Phoebe passou suavemente para um sotaque espanhol bonito e formal. "Ah, e por favor, traga um prato de salgadinhos doces para ocupar minha boca."

Como Catalina observou a jovem donzela, ela chegou à conclusão de que Phoebe Donovan se foi e outra estava de posse de seu corpo. Até seu espanhol era fluente em um dialeto que não era ouvido há séculos. Quando a mulher no corpo de Phoebe passou por ela, os lábios de Catalina se moveram sozinhos. "Espere. Quem é você?"

A jovem parou. Ela juntou as mãos na frente do umbigo de uma maneira praticada. Suas costas ficaram mais retas quando ela levantou ligeiramente o queixo. "Soy Dona Valeria de Castillo Y Regalo." Ela se virou e saiu do Naos.

Os membros do clã Regalo olharam para ela em estado de choque, boquiabertos com a informação recente. Como isso poderia ser?

Talvez Phoebe fosse descendente de Valéria, mas de acordo com seus registros, Valéria nunca teve filhos. As bruxas mortas podiam possuir seus descendentes vivos, mas os Magos eram diferentes. Em primeiro lugar, a magia não é transmitida através de linhagens. E mesmo que fosse, os Magos não foram para o Outro Lado quando morreram. Eles se juntam a Deusa Hekate no submundo. E as almas no Hades não tinham permissão para retornar à terra dos vivos. Então, como Valeria estava possuindo Phoebe? Havia algo que eles desconheciam.

A bainha de seu roupão se alongava até o chão e fluía em muitas camadas, criando um traje mais formal. O líder do coven e o ancião do coven assistiram à exibição de magia. Um feitiço de invocação e um feitiço de transmutação sem a necessidade de uma conexão secundária (ambos eram magias difíceis de realizar), executados consecutivamente sem um encantamento. Eles a seguiram até o opistódomo.

Valeria sentou-se na chaise longue e levantou os pés sobre as almofadas, cruzando-as nos tornozelos. Ela colocou o cotovelo no braço, a cabeça apoiada nos dedos enquanto esperava. Ela sentiu o vampiro se aproximando do quarto. Para as bruxas, os vampiros pareciam um cadáver frio, a sensação de morte fazendo sua pele arrepiar. Phoebe tinha lido vários primeiros encontros nos grimórios que ela colecionava e falado com muitas das bruxas em seu coven para entender como elas se sentiam em relação a um vampiro.

Valeria também conheceu muitas bruxas através de Kol. Todos eles descreveram a terrível sensação de estar perto e tocar vampiros.

Mas os Magos eram filhos de Hekate, o Necromante. A deusa fez seu lar no Hades com a Morte e o Portador da Destruição. Os magos simplesmente não tiveram o mesmo sentimento de pavor dos vampiros. Para os Magos, a Morte era fria e escura, mas o sentimento de pavor que as bruxas descreveram não estava presente. Eles não temiam a Morte, pois ele os trouxe de volta para seu criador, sua deusa. Valéria conhecia bem a sensação. Ela simplesmente ignorou o calafrio instintivo, a sensação de ser presa diante de um predador enquanto o poderoso imortal se aproximava.

Elijah parou na porta, parecendo impecável em seu terno sob medida. Em questão de segundos, ele examinou as três mulheres antes de dar um passo à frente. As três mulheres de diferentes idades usavam roupas semelhantes de mantos de seda preta.

Uma mulher estava envelhecendo com rugas profundas no rosto e cabelos grisalhos. A outra mulher parecia de meia-idade, talvez na casa dos cinquenta, embora nunca se pudesse saber com a habilidade da Wicca de manipular o envelhecimento. As duas mulheres estavam ao lado da que estava sentada na sala. Com o rosto coberto, ele não conseguia discernir nenhuma característica além de que ela era jovem e de um tom mais escuro do que as outras duas, como mostrado por suas mãos delicadas.

O homem e a mulher, que o guiaram, colocaram uma bandeja de água e doces na mesa de centro antes de se despedir.

A testa de Elijah se contraiu quando ele olhou para a mulher descansando com os pés em suas sandálias nas almofadas do sofá enquanto ela mergulhava o churro em seu chocolate antes de levá-lo aos lábios.