OPERAÇÃO: Mi Casa

02

— Tudo bem, vamos.

Como de costume, o casal fez uma última checagem discreta em toda suíte, fingindo esquecer alguns pertences só para verificarem cada cômodo dali. Tudo em ordem, eles saíram e trancaram a porta principal.

Contando exatos um minuto e trinta segundos após o silêncio, Taehyung apagou todas as luzes, desligou a TV e abriu a janela de seu quarto. Vestia preto, luvas e touca, como era um agente experiente, não demorou muito para montar sua luneta estrategicamente na sacada.

Um chorinho chamou sua atenção, olhou para baixo, onde estava a cadeirinha do bebê-conforto: era seu sobrinho bravo porque a televisão foi desligada bem na hora dos Mecanimais. Suspirou e pegou aquele corpinho no colo, ele tinha medo de escuro.

— Shh, tudo bem.

— Luz!

— É só um pouquinho, depois eu ligo. — Tentou acalmá-lo, o bebê resmungava choroso. — Não conta para ninguém, mas hoje a gente vai tirar fotos do Madero. — Cheirou o cabelinho bagunçado e sorriu quando o ele deitou em seu peito. — A gente vai tirar fotos daquele filho da puta e mandar para o chefe.

— Chefe.

— É, para o chefe. — Riu encantado com a esperteza. — Você vai ser o meu agente 02.

— Dois! — O bebê ergueu dois dedinhos, indicando que sabia contar os números. Ora essa, tinha dois anos, dois era o seu número favorito. — Um, dois... Zero e Dois!

— É, os dois Taetae juntos. — Taehyung o abraçou apertado. — A gente vai botar pra quebrar!

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Assim que desceram da pequena balsa que os levaram até a ilha, o casal se separou brevemente para checar informações. Para variar, a rede não tinha muito sinal ali, por isso precisaram se distanciar mais que o previsto.

No píer, demorou para que as informações fossem baixadas no celular de Seokjin, mas ele foi rápido em ler cada dado na planilha colorida que empresa o enviou. Há um nome, Luiz Santiago, mas nenhuma foto, segundo as fontes, ele é um dos sócios da maior rede de hotelaria da cidade, um possível nome laranja do Madero, provavelmente o nome que ele irá usar esta noite no aniversário de sua esposa.

Caminhando na areia, Namjoon checou seu applewatch onde havia sido enviada uma cópia da documentação verdadeira de Luiz Santiago, uma certidão de óbito, pois este era um homem falecido há dez anos. Era sim uma identidade falsa, junto a Elena Santiago, nome falso da esposa de Madero, que na verdade se chamava Morgana Ortiz.

Informações valiosíssimas! Com elas poderia chegar a um novo endereço, talvez até o escritório do traficante, no núcleo da quadrilha, e quem sabe através disso exterminar não só sua vida, mas também seu legado. Precisava arrancar o mal pela raiz, impedir a captura de novas vítimas. Não era bem isso o que estava escrito na documentação da missão, mas sabia como seu chefe era exigente pelas entrelinhas.

Missão dada era missão cumprida e com excelência, nada a menos que isso.

Um susto! Foi abraçado com força pelo marido de repente, seu coração acelerou por um instante, não o tinha visto chegar. Jin colocou as mãos por dentro de sua camisa amarela e arranhou-lhe a pele e riu quando sentiu o corpo grande amolecer em suas mãos.

Eles se beijaram com carinho, deixando a brisa quente acaricia-los, pois precisavam de um incentivo para começar a trabalhar. Os momentos juntos eram o que usavam para executar cada passo da investigação com cuidado e atenção, precisavam ser prudentes.