CHAPTER 3: LITTLE MONSTER

Começar do início
                                    

— Até já. — Blake murmura antes de ir com a médica para a sala de ecografia. Troco de roupa e visto aquela coisa.

Porque raios estou a trocar de roupa? Supostamente não seria só aquele gel na barriga?

Livre de roupa olho para o meu reflexo.
Tenho o peito maior, mais redondo e pesado. A minha cintura não mudou e nem a minha barriga. Ela continua como sempre foi. Aperto o polegar contra a barriga e não sinto nada.

— Seja lá quem fores és um intruso aí dentro. E a culpa é do Blake. — faço uma careta com os nervos à flor da pele. Uma vez fora da casa de banho sou levada para a sala onde Blake ergue os olhos apoiado na parede enquanto sento na maca ou cama, seja lá o nome disso.

Isso dá-me arrepios. Lembro-me do parto natural da Jaime quando teve o Evan e não posso dizer que fiquei com boas memórias disso. Nunca tinha assistido a um parto e uma vez serviu de exemplo para saber que não quero aquilo. Não vejo nada de milagroso lá.

— Deite-se Winter e relaxe. É um procedimento simples, está bem? — estava bem se eu mostrasse o meu dedo pra ela?

Deito na maca e olho para a janela.

— Porquê que estou quase nua? — questiono baixo na sala fria.

— O vosso bebé ainda está numa fase muito precoce. Uma ecografia transabdominal não seria tão precisa para esse pouco tempo. — Blake apoia-se no lado direito da cama comigo enquanto a minha frente ela põe as luvas e os nervos fazem-me tremer.

— E no caso a ecografia será? — ele questiona com o braço tatuado esticado evidenciando os músculos.

— Endocavitária. A sonda será introduzida pela vagina. — puta que pariu.

Não. Definitivamente não. Eu não quero mais nada enfiado em mim.

— Não. Nem pensar. Foda-se a ecografia não é precisa. Eu não quero sonda nenhuma dentro de mim. — protesto emburrada como se fosse uma criança. Os médicos desse hospital já aprenderam a não se surpreender com os palavrões que digo. De qualquer maneira, mesmo que não aguentassem, teriam de engolir. Blake é herdeiro desse lugar por parte do pai, que é sócio majoritário do Delyon Hospital.

— Winter, prometo que não irá doer muito. Só para podermos ver o vosso bebé e eu verificar como ele está. — engulo a seco dolorida mas confirmo. Nem sequer é um bebé, apenas uma forma, um feto a apoderar-se do espaço que tenho. Em breve uma poça de sangue. — Relaxe Winter, preciso que esteja menos tensa.

Ela manda-me pôr os pés sobre cada apoio para os pés, afastando as minhas pernas.

— Vamos ouvir o coração do nosso monstrinho. — Blake afunda os lábios no topo da minha cabeça.

— Nesse momento o vosso bebé tem o tamanho de uma lima. — explica enquanto fecho os olhos para não vê-la pôr aquilo dentro de mim.

Quando sinto aquele frio é inevitável não apertar a mão nos dedos do Blake e elevar ligeiramente o quadril daquilo. Contraio-me e novamente ela pede pra eu relaxar, como se isso fosse possível.

Sim, claro. Não dói. Mentirosa do caralho.

— Muito bem, podem olhar para o ecrã. — assim o fazemos enquanto os dedos do Blake apertam ligeiramente a minha mão. E a outra mão dele na minha nuca numa massagem leve. Ele está nervoso.

Não consigo distinguir nada. Nem nos gémeos conseguia quanto mais num feto do tamanho de uma lima.

— Aqui está o vosso bebé. — aponta para um ponto no ecrã. — A cabeça. Mãos. Pés... — aponta para cada membro em construção como se eu soubesse distinguir uma linha sequer. — O tamanho que apresenta está ligeiramente menor do que o suposto mas é normal tento em conta o seu histórico. Porém não verifico nada fora do comum. — olho para o Blake que concentra o olhar azul no ecrã como se fosse algo que nunca tivesse visto na vida.

Spin-Off: COLEMAN-FINNEGANOnde histórias criam vida. Descubra agora