— Tenho minhas dúvidas... — Tal frase fez o mais velho gargalhar.

— É? Então diz, Jisung, fala uma única pessoa que já disse te amar a não ser eu? Continua com essa birra sua. Se eu não me importo contigo igual você pensa por que não fiz igual a sua mãe e fui embora?

— Chega. — Han disse alto, sentindo seus olhos se encherem de lágrimas, falar sobre a mãe era um assunto sensível para o menino, mesmo que nunca houvesse a conhecido.

— Sabe que estou certo. Não sei porquê ainda insiste em dizer o contrário.

O garoto ficou calado, estava cansado daquele clima do hospital, estava cansado de toda aquela pressão. Queria ir para algum lugar em que ficasse longe de tudo isso.

Não se passou mais do que um minuto de silêncio, Han mantinha os olhos fechados tentando barrar as lágrimas que tentavam sair, o pai dirigia quando o telefone soou, assustando minimamente o garoto distraído.

Juwon olhou a tela e rapidamente atendeu, colocando no viva-voz e deixando o aparelho de lado, focando a atenção na pista.

— Diga o que precisa, Christopher.

— Perdão incomodar. Já buscou Han do hospital? — A voz amigável porém profissional do Bang fez Jisung sorrir minimamente.

— Sim, por quê? Precisa dele para algo?

— Então... — Bang respirou fundo antes de dizer. — Há muitos fãs do garoto loucos por notícias nas redes sociais. — Iniciou como quem não quer nada, prendendo a atenção de Juwon por ser algo relativo ao trabalho. — Não sei se sabe mas o celular dele se perdeu no acidente, então pensei que seria bom se eu o levasse para comprar um novo.

Ouvir aquilo fez o menino se sentir aliviado, percebendo as intenções do amigo por trás do pedido.

— Por que não faz isso você mesmo? Compre um e traga para ele em casa, Jisung terá tempo de sobra para responder todos agora que está inútil.

Um silêncio desconfortável tomou o ambiente, Jisung revirou os olhos mas pouco se importou, apenas esperou a resposta do australiano.

— J.One está parado há muito tempo, creio que tomar um ar livre possa fazer bem a ele. — Aquilo não pareceu convincente, mas Chris continuou antes de ser interrompido. — O senhor sabe: se ele estiver bem psicologicamente mais rápido pode ser a recuperação.

— Estamos indo para casa, ele irá tomar um banho e você o busca. Comprem o maldito celular enquanto eu encontro alguém que possa cuidar dele.

— O que? — Jisung perguntou quando a chamada foi desligada, se sentindo pior ainda ao imaginar que teria que ficar sobre os cuidados de alguém.

— O que foi? Não achou que eu iria cuidar de você o tempo todo, achou? — Era óbvio que o garoto não pensou isso, mas imaginou que talvez Christopher fosse direcionado para tal função, pelo menos por um tempo até seu braço melhorar e ele conseguir direcionar a cadeira sozinho. — Eu e Christopher temos muita coisa que resolver, e você não consegue nem mesmo guiar a própria cadeira com o braço assim.

— Mas pai...

— Vou contratar alguém... — Juwon interrompeu. — Para que possa te acompanhar nessas tarefas simples como ajudar a tomar banho, gerenciar os remédios, alimentação, e te empurrar por aí. Posteriormente talvez só precisemos dessa pessoa para levá-lo ao fisioterapeuta se não quiser que eu vá.

— Ótimo, agora preciso de babá.

— Ninguém mandou ser infantil e se machucar dessa maneira.

Han o olhou indignado, pensando em como o pai poderia ser orgulhoso ao ponto de pensar que havia feito aquilo de propósito, mas o menino avistou sua casa. Então fechou a boca, engolindo aquela discussão para mais tarde. Não queria ser impedido de sair com Chan.

Run - ❛ 𝙅𝙞𝙡𝙞𝙭 ❜Onde histórias criam vida. Descubra agora