Ret: ainda tem coisa pra resolver - ele me olha sem entender - não peguei o x9 arrombado - dou um gole na cerveja que desce gelada na minha garganta - Gomes falo que eles já estavam esperando quando ele subiu a penha

Camillo: então é alguém daquele primeiro grupo - volta pra churrasqueira - agora é descobrir quem é. Não chegou a vê ninguém do teu comando lá na vk, não né?

Ret: não, nem se tivesse eu ia vê. Estava na adrenalina pura, nem lembro de muita coisa....mas a bala que dei no rei eu lembro muito bem

Camillo: também não vi nada, foi tudo muito rápido - ele deixou um espeto de linguiça assando e se afastou vindo pro meu lado se encostando no freezer pegando seu copo - tem falado com alguém da facção?

Ret: não. Tio sumiu do mapa, mas aquele velho me mandou recado ontem sexta - nós dois encara as duas crianças brincando na piscina.

Camillo: nem caiu minha fixa que o pai apareceu pra você - dou outro gole cruzando o braço em baixo do que segura a garrafa pequena de vidro - só o tio e os outros líderes que conhecia ele

Ret: pra mim ele não é o pai - sinto os olhos pretos dele me encarar, mas não olho pro lado - você sabe se tem alguma marca com a logo de uma abelha....tipo uma abelha em volta de um círculo - olho pra ele - eu sei que tem, já vi em algum lugar só não lembro onde. Ele estava usando naquela noite

Camillo: não sei, nunca vi - estalo a língua no céu da boca - não é melhor tu esquecer isso não? Tu já conseguiu o que queria, curte o que você conquistou

Ret: é o que eu estou fazendo - ele tira o boné preto da cabeça coçando o topo e coloca de novo voltando pra churrasqueira. Isso é realmente o que estou fazendo, curtindo o que conquistei. Daqui pra frente minha meta é só desfrutar do que vim conquistando esses anos todo.

Theo: tio! - sai da piscina correndo na minha direção - quebro - me estende a pistola de água - arruma?

Coloco a cerveja em cima do freezer e viro pegando o brinquedo, pego sentindo o peso da água e coloco a pecinha no lugar certo.

Ret: toma - ele pega pedindo obrigado e volta correndo enquanto mira jogando água na garotinha que ria fugindo.

Camillo: ele fala do pai? - pego minha cerveja bêbedo.

Ret: sei lá, pra mim ele não fala - ele fica em silêncio.

Juliana: Camillo, eu tô com fome! - grita da janela, ele olha pra ela lá do outro lado e sorri mostrando o ouro no canino dele
- vitória não vai pro fundo - os cabelinho castanho balança na cabeça da menina na piscina concordando com a mulher.

Minha morena do bundão chega na janela também me olhando com a carinha toda envergonhada que ela tem. Parece que a gente conversa pelo olhar, é só eu encarar eles que ela concorda com a cabeça mostrando que entendeu que está tudo bem.

Camillo: quer? - olho pro lado descendo o olhar pra bandeja de carne na mão dele. Aperto os olhos observando todas as que estão ali - não está envenenada - olho pra ele - pode pegar

Peguei uma colocando na boca e dando o último gole na minha cerveja. Viro pra trás pegando o copo do Camillo de cima do freezer, olho vendo que é água e abro a parada pegando outra garrafa, deixo o colo dele outra vez ali e abro cerveja.

Olho o quintal com o gramado baixo e caminho me afastando da casa, pego um cigarro no maço do meu bolso e acendo começando a fumar.

Meu celular apita no meu bolso, troco a garrafa pra mão que está o cigarro e pego ele vendo a notificação do terro.

Fala patrão
Tô mandando mensagem só pra avisar que já paguei a mercadoria do mês passado e peguei a desse mês

Desbloqueio o celular entrando na mensagem pra responder.

Você que levou o dinheiro?

Terro: foguete, ele que levou

Ret: tranquilo
Continua me informando

Terro: pode deixar. Fé aí

Desligo sem responder. Pra quem anda falando que quer sair do crime, foguete está mais dentro que antes.


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Amante Do Perigo  - Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora