- Então o foco é a dominação de tudo e todos ?.

- Parece coisa de filme, mas é mais por questão de negócios.

- Se vocês tem tanta força porque ainda existe gente como eu ? Acha que acreditarei que não existem mais a bondade ? Vocês ainda estão se escondendo, porque a luz não foi extinta e continua em maioria, ninguém com um mínimo de consciência aprovaria oque fazem e por isso continuam a se esconder como ratos.

- Você pode até ter acertado em algumas coisas mais te garanto que não está perdendo nada ao não viver lá fora.

- Que benevolente você não é? Me fazendo tal caridade, me sinto onrada .

- Acho você é quem é apaixonada por mim, as pessoas hoje chamariam de síndrome de Estocolmo.

- Sou tão apaixonada que na primeira chance lhe matava .

- Estaria pecando mais uma vez, desde que já se sujou de sangue.

- Exatamente, desde que ocorreu o primeiro o segundo se torna mais fácil. E depois de tudo oque sofri, não me importaria de fazer o trabalho sujo, se duvidar ainda ganho pontos por estar evitando que machuque mais alguém.

- Como fará algo nesse estado ? Você me faz querer gargalhar.

- Talvez eu seja algum tipo de espada da justiça , me enfiei nessa merda com minhas próprias pernas e alguém decidiu me dar força o sufiente para colocar fogo nesse lugar.

Ele me olhava cada vez mais inrraivado e é a primeira vez que o vejo sem seu sorriso sínico no rosto, ele estava mortalmente sério.

- Sua alma ? Não quero a matar, quero te domar . Pensei que seria como os outros mas você é mais resistente do que imaginei, eu te subestimei . Tens vários ossos quebrados nesse desnutrido e magro corpo mas nenhum atingiu órgãos vitais, anêmias e doenças não te matam, seus espírito não pode ser tocado em nem quebrado mesmo que você já não tenha amor pela própria vida e venenos não fazem efeito.-
Ele se levanta e soca a parede em um ataque de fúria, se volta para mim e segura e preciona meu queixo com uma das mãos.

- Você definitivamente está apaixonado por mim, me pessa em casamento de uma vez .- falo entre dentes enquanto o mesmo apertava cada vez mais minha mandíbula. Quero o irritar o máximo que conseguir pois se eu acabar morrendo, lembrarão do trabalho que dei, não quero ser mais uma vítima ou um número. Se for para morrer, quero  ser lembrada com ódio pelos meus inimigos e que meus amigos lembrem de mim como alguém que valeu a pena ter conhecido.
Não tenho nada a perder, então que comece o show.

“Você vai morrer, sua insolente.”

-Idiota, oque terei que fazer a você?- ele em segundos se aproxima e preciona seus lábios contra os meus ainda me segurando para que não desviasse o rosto, tento por morder seus lábios e por pouco não os dilacero.

-Acho que estou apaixonada, se aproxime de novo, me beije porém desta vez use a língua a perderá lhe garanto.-
Rosno me contorcendo na cama enquanto ele leva a mão até a boca que tinha um pequeno sangramento.

- Sua louca, não é atoa que está a onde está.
- Não viu nada.
Ele anda ao redor da sala e senta em sua cadeira novamente .

- Esse é o nosso último encontro, você tem se tornado um peso para nós, quero que saiba que está viva por minha causa mas deram ordens para a eliminar.
- Devo te agradecer ? Nossas sessões de tortura já não eram um pagamento ?.
- Se tivesse andado na linha eu poderia ter te conseguido mais tempo, mas você anda ajudando pessoas a escapar. Ou pensa que eu não sei que o homem que fugiu teve ajuda sua ?.
- Ele conseguiu? Já pode me matar, morrerei feliz.- Tais palavras saíram de forma espontânea, eu realmente fiquei muito feliz em saber que ele teve uma segunda chance.
- Que nunca consigam o pegar, que ele tenha coragem e grite para Deus e o mundo oque acontece nesse lugar.

- Não é a primeira vez que fornece material ou desenvolve planos mirabolantes para ajudar os outros a escapar. O lugar tem relatado suas ações desde que entrou aqui para meus superiores , nem eu sei o porquê mas eles têm te acompanhado a muito tempo e sabem de cada movimento seu, eles vêem você como o perigo eminente.

- Porque está me contando isso? .

- Você vai morrer logo, hoje a noite . Pensamos em te passar pelo tratamento mas não queríamos correr nenhum risco caso você tenha uma melhora milagrosa, meus superiores querem te matar porque assim fica mais difícil de por meios milagrosos você resucite

- Já que está é nossa última conversa me diga. Lá for a, alguém procura por mim ?.

Ele parece parar um pouco para pensar, e mesmo que relutante ele me encara e fala.

-Sim, existem pessoas a te procurar .- ele fala mais com um certo receio que é visto em seus olhos, ele tem medo de que tais palavras me dêem forças para lutar mais.
- Quem são esses ?.

- Seus pais e um escritorzinho meia boca.
Meus olhos se arregalam com tal informação, eles ainda acreditam mim, ainda procuram por mim, então eu não posso morrer  .

- Carlos agora ocupa um cargo importante no governo do país, ele provavelmente nem se lembra de sua existência.

- Não esperava muita coisa vindo dele, já que permitiu que me trancafiassem aqui para começo de conversa .

- Você não sabe escolher homens .

- Eu não tinha muitas opções.

- É incrível, você ainda consegue fazer piadas mesmo depois de saber que daqui a algumas horas será executada .

- Vou ser sincera  para você, não tenho vontade alguma de permanecer viva porém olho para ao meu redor e vejo pessoas lutando para isso, você não sabem oque elas são capazes apenas para respirar na manhã seguinte, comparado a elas eu sou uma vergonha, oque eu tenho em mim é uma profunda raiva e vontade de fazer justiça, como te falei antes tem gente que acredita que eu consigo e aos poucos eu fui acreditando nisso .

- Você acredita que pode matar 30 homens em sua própria execução?.

- Não sei oque vai acontecer, não tenho nenhum plano e apenas sei que não será meu fim.

Ele mergunha sua mão entre os cabelos e sorri de forma duvidosa, se levanta e bate na porta .

- Já terminei aqui.

Ele permanece a olhar para fora e suspira enquanto o enfermeiro do outro lado a abre.
- Então venha me pegar, estarei esperando a sua justiça .- ele me olha ironicamente.
- Eu farei.
Ele sai do cômodo e a porta é trancada novamente, aos poucos torço meus pulsos com a intenção de me livrar de minhas amarras, leva algum tempo porém consigo me desprender e a primeira coisa que faço é pegar meus papeis escondidos para escrever meus últimos passos , então aqui estou eu convencida de que sobreviverei a morte evidente. Acho que a visita ao qual relatei me deu mais força para continuar mesmo sem saber oque vai ser de mim. Abro meus esconderijos e escondo tudo oque eu consigo em minhas roupas.
Tenho que sobreviver a essa noite, não sei como lutarei contra meu destino mas tenho objetivos que necessito alcançar.



Fim da carta.



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