20 | Recuperação

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Tang conta por longos minutos sobre essa civilização, a ponto de terminar minha tigela e ainda ter assunto, comento:

- Esse mundo foi encontrado por Sanzang e seus discípulos, não foi?

- Sim, sim - Tang responde.

- Ah sei que Sanzang e Zhu Bajie tomaram água do rio da maternidade e ficaram grávidos! Hahahah! - Não consigo evitar a risada, essa parte da Jornada para o Oeste foi tão legal que eu queria estar lá para ver. Com esse comentário, vejo um rubor passear em Pigsy e Tang.

- Ainda bem que a gente não se lembra de nada disso! - Sandy comenta sorridente e oferece - aceita chá?

- Nem gosto mas vou experimentar - tomo e é maravilhoso, olha só o que eu estava perdendo! Sorrio e Sandy também. - Uou! Muito bom! Me fez gostar de chá! - Termino de tomar e prossigo com a conversa anterior. - Mas vocês realmente não se lembram de nada, nada mesmo dessa época? De quando você era Sanzang? E você o Zhu Bajie e você o Sha Wujing?

- Bom... - Tang ajeita os óculos - só através dos livros mesmo.

Sandy e Pigsy assentem concordando.

- Agradeço o chá, Sandy, é bem calmante - me levanto do banco. - E, Pigsy, obrigada por me oferecer macarrão, estava delicioso, também foi ótimo conhecer mais lendas através de você, Tang. Vocês fizeram a minha tarde e isso não tem preço.

Vou embora do restaurante e, ao chegar na residência de Macaque, pergunto sem fazer cerimônia quando ele me atende:

- Posso ver ela?

- Sim - Six Eared me guia até o quarto onde Angel está repousando, deitada na cama.

- Oi, pequena, como sei que ama gatos comprei essa pelúcia só para você - lhe entrego um gatinho parecido com o Mo.

- Obrigada, é outro Mo.

Deixamos ela dormindo e, assim que a porta do quarto dela é fechada, digo sem rodeios:

- Preciso da sua ajuda.

- Pode dizer.

- Tem uma coisa muito errada com o Wukong.

- Explique mais.

- Não acha estranho esse namoro dele com a rainha de Womanland?

- Fazia tempo que eu não via ele com alguém.

- Ele me liberou para fazer o que quisesse. Não fala comigo como antes, não quer saber de mais nada se não for a Candece.

- Ciúmes?

- Pelo amor! Até parece.

- É normal namorados pensarem tanto um no outro e conviverem.

- Sei disso mas achei muito estranho ele ficar tão tranquilo e pensar nessas coisas até antes mesmo da gente salvar MK.

- Espera. Ele já namorava antes da nossa batalha?

- Sim, ué, vai me dizer que não sabia?

- Ele não é o Monkey King.

- Ah finalmente mais alguém acha isso estra... ãh? Como?

Sigo Macaque até a sala, ele tira um pergaminho de um baú do lado de uma estante. O abre em cima da escrivaninha que há ali perto, aponta para uma ilustração:

- Procure por um desses cetros nas coisas da rainha, quando achar, se você não conseguir quebrar ele pode trazer para mim, posso fazer isso.

Leio a descrição e estremeço, isso explica muita coisa:

- É um cetro de controle mental?!

- Exato.

- Que idiota!

- Calma. A rainha também pode estar sendo controlada.

- Difícil. Por quem seria? Não faz sentido para mim. Mas, de qualquer forma, vou atrás disso.

- Tome cuidado, se ela te banir ou te prender talvez Wukong não conseguirá o perdão da rainha mais uma vez.

- Pode ser meu mestre?

- Minha prioridade é a Angel, agora.

- Não vou tomar tanto do seu tempo, vai por mim.

- Sinto.

- E se ela ficar bem. Vai poder me ajudar, não vai?

- Sim mas...

- Então vem comigo! Eu tenho um plano para salvar a Angel!

Explico sobre a cura do filho da Iron Fan. Não quero colocar Angel para ser curada sem o consentimento de Six Eared. Macaque recusa esse tipo de ajuda, sabe que a máquina foi feita sob medida para o Monkie Kid. Mesmo assim, dias depois de tentar convencer o macaco negro de usar tal aparelho, guio Macaque até diante da máquina.

- Tem certeza disso?

- Não seja tão inseguro, Macaque!

- Oi! - Angel sai de dentro da máquina.

- Angel? - Macaque corre até ela - como chegou até aqui? Você...

- Está ótima! - completo.

- Entrei naquela máquina e fiquei boa - explica Angel -, Red Son e Valente são bons enfermeiros.

- Então... - encaro Macaque - aceita ser meu mestre ou não?

- Red Son sabe que estamos aqui?

Aceno para alguém no alto de um andar. Red Son acena e se retira.

- Esse aparelho ficou pronto depois que MK foi levado para o submundo, por isso não deu para experimentar nele - explico.

- Foi arriscado.

- Red Son assegurou que não ia dar nada errado, confiei nele e está tudo bem agora.

- E... porque quer tanto que eu seja o seu mestre?

- Porque sinto que pode me ajudar, sei que ainda tem algo errado acontecendo aqui.

- Se refere a Candece.

- Sim.

- Ok, você me terá como mestre. Mas se não conseguir acompanhar os exercícios, não posso fazer nada.

- Yes!

- Como primeira missão, pode ir atrás do cetro de controle mental.

- Não vai me ajudar?

- Tenho alguns assuntos inacabados para resolver mas, antes de ir, posso te ensinar algumas coisas.

- Isso!

A Discípula de Sun WukongOnde histórias criam vida. Descubra agora