Capítulo Sete

Começar do início
                                    

Voltei para o carro e fiz meu caminho para casa. Cheguei, guardei o carro na garagem, retirei as compras do porta-malas, as coloquei em seus devidos lugares e repus água e comida para os meus bebês. 

Um deles, Fawkes, passou correndo por meus pés e quase pisei nele por causa disso. Ela passou tão rápido que só vi o vulto perto de mim. Me lembrou Sugar Holly. Ambos são rápidos no quesito correr. 

Foi naquele momento que notei que eu e S/N não nos falamos desde a visitei. Ou seja, semana passada. Cinco dias. Meus olhos se arregalam em realização. Fiz uma nota mental de mandar mensagem para ela mais tarde. 

Escuto o toque de meu telefone e vou para a sala, onde o achei e olhei para o número na tela. Era Misha, uma das minhas melhores amigas. Sorrio e atendo a ligação. 

"E aí, M." Sento-me no sofá, tomando o máximo de cuidado para não acertar o rabo de Ophelia, que dormia tranquilamente.

"Oi." Responde ela. "Caralho, garota. Faz muito tempo que não te ligo. Senti saudades de ouvir sua voz. Como você está?" 

"Estou bem. E senti saudades também, só não te liguei porque achei que estivesse ocupada." Encosto a cabeça nas costas do sofá. "Alguma novidade?" 

"Não. Quero dizer, não acho que estar gripada é uma novidade." 

"Está gripada?" Ela confirma com um som. "Já foi no médico? Está tomando remédios para gripe? Você teve febre? Por favor, não me diga que você teve febre! Quer que eu chame o doutor da família pra você?!" 

"Misericórdia. Se acalma." Misha pediu de maneira calma. "É só uma gripe. Fiquei mal uns dias atrás mas agora estou melhor. Estou apenas fungando e espirrando, às vezes. Nada demais." 

"NADA DEMAIS?!" Reprimo os lábios quando minha cadela se remexe no sofá. Acabei gritando sem querer. "Garota. Eu vou..." 

"Trocando o assunto, como você e aquele seu ficante estão?" 

Demorei para processar o que ela perguntou. Então, me lembrei. Lambo os lábios ao sentir um pequeno desconforto do lado esquerdo do peito. E esqueci, também, que não havia dito nada a ela sobre o assunto. Quem sabe seja por isso que ela perguntou. 

Engulo em seco. "Não estamos mais... Ficando. Terminamos o que tínhamos há um tempinho atrás." 

"Sua voz parece triste, o que ele fez? Eu juro que vou bater nele se ele lhe fez chorar!" Fico em silêncio por um instante. Apreciava a forma que ela era protetora comigo, assim como sou com ela. 

"Nada demais. Só não era pra ser. Além do mais, todo mundo com que me relaciono me faz chorar." Baixo o olhar para minhas unhas mal feitas. Faço careta. "Puta merda. Preciso fazer as unhas, tipo, agora." 

Ouço um suspiro. "Tudo bem. Você não quer falar sobre isso. Não vou mais tocar no assunto." 

"Tá bom." Minha voz sai indiferente, no entanto, agradeço internamente por ela ser uma amiga tão compreensiva. "Acho que vou trocar os acrílicos. Minhas unhas não parecem naturais, parecem mais unhas de farmácia que não duram uma semana. Vou falar com Natalie amanhã." 

Natalie é a responsável pela minha manicure e a fundadora da Nail Swing, apenas como curiosidade. 

"Há quanto tempo não faz manutenção nas unhas?" 

"Uh, não sei, talvez... Três meses?" 

"Três meses?! Mulher, é como se você pedisse para cair hambúrgueres do céu! Sim, as unhas de acrílico duram um pouco mais do que as de gel, mas não significa que não ficarão feias! Digo por experiência própria!" 

In the moment - Ariana/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora