Capítulo 28 - Flamejante

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"Não." Respondo, e estou falando a verdade. O que me incomoda ainda mais.

"Não?" Gostaria muito de vê-lo quando sua mão coloca meu cabelo para o lado. A ponta do nariz de Adam passa pela minha nuca, deixando um rastro de inquietação flamejante inesperado. "Nem mesmo quando ela fez isso?"

Sinto os dentes afiados de Adam em meu pescoço, mordendo a minha pele de forma lenta e torturante. Pendo um pouco para o lado diante da sensação que solta raios provocantes por todo o meu ser, mas ele passa o braço esquerdo em volta do meu corpo, pousando a mão em meu abdômen e me segurando na mesma posição. Estamos completamente colados agora, não há escapatória. Não tem mais para onde correr. E nem sei se quero.

Adam envolve meu cabelo no punho, puxando-o para o lado, abrindo mais espaço para brincar da maneira mais lenta possível comigo. Sei que isso é uma farsa. Sei que estamos atuando. Mas é surpreendente o fato dele ter despertado essa sensação que muitos outros enterraram dentro de mim tão rapidamente. Não é como Colin, não é como nem um outro. Pois agora quero que ele faça isso. E dói de uma forma estranha, de uma forma que não deveria doer. De uma forma prazerosa que nunca pensei que viria justamente dele.

Sinto seus lábios molhados e sua língua quente se fecharem sobre a minha pele, puxando e mordiscando qualquer outra parte que tenha faltado. Estou totalmente submersa na onda de uma embriaguez sem nenhum tipo de álcool. A boca quente cobrindo cada centímetro de pele sem se importar com a marca que deixará para trás. Eu gosto disso. Gosto mais do que já gostei antes e dez minutos não parecem o suficiente.

Sua mão sobe ao mesmo tempo que ele abre os botões da minha blusa de lã, deixando o body preto exposto para a completa escuridão. Adam puxa, com uma lentidão estressante a peça para o lado, juntamente com a alça fina do body. Sua mão segura o meu ombro enquanto a boca espalha beijos molhados pela vastidão. Apesar do tempo que temos, Adam não parece apressado. Ele parece estar seguindo o seu próprio tempo, na sua própria e lenta ampulheta. Também estou assim, desejando que o tempo não acabe e fingindo que ele não vai acabar.

Não sei o que estamos fazendo, sei que o tempo é curto, mas não quero que isso termine. Permito-me deixar as consequências para depois. Permito que ele faça isso, que me segure em seus braços compridos e fortes, que puxe levemente o meu cabelo para trás para que o seu caminho fique mais livre. Para que ele se sinta mais à vontade.

"Você gosta disso?" Ele pergunta, mas não consigo respondê-lo com clareza. Eu gosto. Gosto tanto que passaria uma vida dentro deste armário, contanto que eu estivesse com o ser mais odiável com os talentos mais indecentes deste planeta. "Responda, Reese."

A exigência não me deixa satisfeita, "Não. Eu não gosto disso." Não sei de onde tiro forças para dizer uma frase que agora parece grande demais, mas consigo. Consigo mentir da forma mais descarada possível.

Ouço o som baixo de sua risada curta, "Mentirosa."

"Não estou mentindo." Replico, sentindo sua mão se afrouxar no meu cabelo, voltando para uma posição em que eu não fique tão exposta a ele.

"Não preciso olhar para você para saber que está mentindo. Eu sei que está." Adam fala perto demais, mordiscando o lóbulo da minha orelha rapidamente. E é como se eu sentisse falta de sua boca.

"Então você está enganado. Sempre enganado."

"Quanto mais negar, mais vou desejar que você estivesse usando as suas belas saias hoje, moranguinho." Suas mãos percorrem a minha cintura, colando ainda mais nossos corpos no espaço pequeno. Talvez seja impressão minha, talvez tenha sido o meu corpo e não o seu. Mas sinto Adam estremecer atrás de mim, respirando fundo como se tentasse se controlar.

Polos Opostos Where stories live. Discover now