𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎

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As perversidades cometidas no passado voltarão para te assombrar.

Não me lembro muito bem de quantas foram as vezes que avisaram-me sobre essa maldita praga profana e aprisionadora. Essas palavras perversas foram marteladas repetitivamente de uma forma cansativa e assustadora na minha mente ingênua e imatura. Poderia proclamar, gritar diversas vezes que eu não tenho culpa. Mas estaria mentindo descaradamente para mim mesma. Coisa que eu faço há anos, e não tenho o caloroso desejo de repetir. O passado está me assombrando, mas por incrível que pareça, não é o meu passado que paira violentamente sobre o meu ser. É a extensa e injusta história da minha família feiticeira. Mais especificamente, da minha ancestral direta. Minha avó, uma mulher de cabelos castanhos escuros, - quase da cor do marfim -, com olhos dourados flamejantes e pele levemente castanha. Um castanho apagado com borracha dura e descascada. Uma linda e perigosa mulher chamada Aludra. Responsável por salvar milhares de vidas, mas também matar diversas delas.

Foi a encarregada por amaldiçoar o suposto padre que incendiou a sua filha. Que a mandou direto para a fogueira. E agora, o seu espírito demoníaco é terrível, e quer uma excelente e saborosa vingança. Anseia por isso. Procura tanto, que assassinou o meu marido, e acusou-me descaradamente de ter feito isso. Só para poder me ter rendida aos seus pés. Poder realizar os seus desejos encharcados de escuridão ardente. A mesma escuridão ardente que brinca agitadamente com a sua íris. Escorrega como líquido venenoso na sua cor sombria. Seus olhos provam isso, mostram-me que estou lidando com o verdadeiro guardião do inferno.

E se eu soubesse que iria ser acusada injustamente de um assassinato prepotente e corvarde que foi cometido a sangue frio, teria executado um na mesma noite nebulosa do falecimento. Teria sobreposto a lâmina prateada da minha adaga no seu peito, e consequentemente a cravaria na sua carne vetusta e afadigada. Teria envenenado todas as suas refeições, - todas as que ele comia fora de casa, obrigando-me a sair dos aposentos, - nas milhares de vezes que tive a chance de formalizar. Teria torturado-o sem piedade, amarrando-o em uma árvore envelhecida e tacando fogo por todo o seu corpo. Tive tantas chances de matá-lo. Não executei nenhuma. E nem pretendia. Eu não o amava, mas não sou uma assassina. Todos sabem disso. E mesmo assim, eles acreditaram nele. Simplesmente por ser um padre, um homem de Deus que prega sobre o amor e a obediência ao ser supremo. Um ser exemplar que deve ser seguido. Glorificado. Um ser que finge purezas e crenças. Mas que atrás dos véus, não segue nada além de si mesmo. Nada além do seu ego e da sua própria soberania. É ele que faz as regras.

Abandona a sua doutrina e esquece da sua promessa.

Eu vou desmascarar essa mentira. Vou rasgar os seus véus. E quando tudo acabar, vou mandar sua alma tirânica e autoritária direto para o inferno. O local de onde nunca deveria ter saído. Eu vou te incinerar , Kaemon chapelle e será mil vezes pior do que você fez com a minha mãe.









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A podridão dos véus Where stories live. Discover now