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A refeição estava deliciosa e não tirei essa conclusão pelo simples fato de ter ajudado a fazer, mas eu devo confessar que me surpreendi com o nosso talento para a cozinha. Taylor evitava me deixar de frente para um fogão porque achava um horror desperdiçar comida me deixando cozinhar, mas Evan não sabia disso e eu esperei muito não passar vergonha na frente dele.

Sentamos no tapete da sala e comemos sobre a mesa de centro da sala. Evan queria comer na grande mesa, mas a visão da cidade ficava muito mais nítida naquele espaço. Foi muito divertido e eu me odiei por pensar naquilo. Não que eu quisesse insistir nesse sentimento ruim pelo Evan, mas eu não queria alimentar nada que derivasse daquele jantar. Era quase impossível não notar suas covinhas quando ele sorria, em como seu cabelo ficava perfeitamente cacheado quando seco e em todas as vezes que ele conseguia me fazer rir mesmo quando eu não queria.

Droga! Droga! Droga!

Ele era um cara legal. Um cara muito legal e a companhia dele estava se tornando algo que eu gostava e isso era desesperador.

Evan riu de todas as vezes que eu me sujei e zombou da forma estranha como eu cortava a carne, também fez cócegas em mim quando me estiquei para pegar o vinho branco do outro lado da mesinha. Eu não me contive, gargalhei como uma garotinha e me joguei para trás quando ele começou a falar mal da vida das pessoas do escritório. Ele citou como o rapaz da segurança estava sempre paquerando alguém, também falou que havia uma mulher de sessenta anos no segundo andar que mandava beijos para ele, comentou como Greg era péssimo com tecnologia e como eu fazia barulhos engraçados quando bebia alguma coisa.

Se fosse qualquer outra pessoa eu teria me sentido ofendida e obviamente teria retrucado, mas ele ria a todo momento e em seguida até pediu desculpas pelo comentário maldoso. Então tudo o que fiz foi retrucar e dizer como ele tinha pés grandes e estranhos.

— Meus pés são normais!— Evan afastou o prato e bebeu toda a taça de vinho de um só vez.

— E eu não faço barulhos estranhos quando bebo alguma coisa.— fiz um careta e cutuquei ele. Imediatamente ele riu e logo em seguida suspirou.— Estou te cansando?

— Não, muito pelo contrário.— ele sorriu lateralmente e eu franzi o cenho curiosa.— Não tenho muitos amigos e...— ele fez uma pausa e sorriu constrangido.— Fico feliz que isso aqui esteja dando certo.— ele fez um gesto apontando para nós dois freneticamente e eu corei.

— Temos apenas 3 meses. Não se acostume!— tentei disfarçar a vergonha em meu rosto, mas ele pareceu notar rapidamente.— Não vou ficar puxando o seu saco só porque jantamos juntos uma vez.— eu estava tentando afastar ele, como sempre fazia com os caras, mas não pareceu dar muito certo.

— Eu não espero que seja menos durona comigo, só quero conhecer minha parceira melhor.— Evan encheu sua taça mais uma vez e fez menção de encher a minha, mas antes me olhou para ter certeza de que era aquilo que eu queria.

— Não sou sua parceira.— eu fiz um gesto para ele colocar vinho na taça e assim ele o fez.— Somos duas pessoas obrigadas a passar cinco meses juntas, só isso.

— Acho que já passamos disso, Alex!— ele pousou a garrafa importada na mesa e cruzou os braços esperando alguma reação minha. Mas eu continuei parada, apenas olhando para ele.— Eu sei que você age dessa forma para evitar as pessoas, mas eu vi como você e o Greg são quando estão juntos.— ele então ficou um pouco mais serio, mas ainda sim eu notei o sentimentalismo no seu tom de voz.— Sei que nunca teremos o que vocês tem, mas eu quero que a gente esteja bem.— eu suspirei. Ele me conheceu muito passando apenas dois meses comigo.— Gosto de você, com todo esse seu jeito mandão e estranho.

— Não sou estranha!— rebati e ele logo estava gargalhando.

— De tudo o que eu disse, você só prestou atenção nessa parte?— seu sorriso era como uma droga. Era como se no final de suas frases eu ficasse esperando por esse pequeno gesto. Eu estava começando a pirar.

𝒌𝒏𝒐𝒘𝒊𝒏𝒈 𝒍𝒐𝒗𝒆 • 𝒆𝒗𝒂𝒏 𝒑𝒆𝒕𝒆𝒓𝒔 Onde histórias criam vida. Descubra agora