O Açougueiro Part II

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– Cuidado, eles são muito afiados! – Gizelly sibilou, Rafaella apenas revirou os olhos e cortou os laços.

– Mova-se. –  disse Rafaella. Ela causou muitos problemas no caminho de volta para cá e as pessoas finalmente perceberam. Gritos ecoaram pelo armazém e guardas armados viraram a esquina, Gizelly conseguiu puxá-las para trás de um contêiner antes do início do tiroteio.

– Quanta munição você ainda tem? – Gizelly perguntou, ela pressionou seu corpo contra o de Rafaella, a posição semelhante à noite em Genebra.

– Talvez, 5 rodadas. Não o suficiente para acabar com todos eles. – Rafaella olhou em volta, avistando a passarela acima deles. – Temos que chegar às janelas lá em cima. – Gizelly olhou para cima.

– Concordo. – Gizelly se mexeu para dar um impulso a Rafaella e subiu em cima do contêiner. Rafaella se deitou e estendeu a mão para pegar a mão de Gizelly e puxá-la para cima. Elas se deitaram uma ao lado da outra, parando por um momento para planejar o próximo movimento. Havia uma quantidade enorme de armamento pesado ao seu redor e se não tomassem cuidado, acabariam parecendo um queijo suíço. Rafaella se virou para olhar para ela.

– Se não nos movermos logo, eles vão estar bem em cima de nós. – Gizelly fez contato visual com ela.

– Em 3? – Rafaella acenou com a cabeça, – 1... 2... 3! – Elas se levantaram e correram pela linha de contêineres. Rafaella deu um impulso a Gizelly e ela se ergueu em uma viga de aço que atravessava o teto, então agarrou a mão de Rafaella e a puxou para o lado dela. Elas dispararam pela viga e pularam o corrimão para pousar na passarela, evitando as balas ricocheteando no metal.

– Eles não podem mirar em merda nenhuma! – Rafaella brincou, Gizelly não tinha ideia de como ela ainda poderia estar contando piadas enquanto estavam sendo baleadas, mas ela não pôde deixar de rir um pouco, a adrenalina bombeando em suas veias.

Elas se agacharam e correram pela plataforma.

– Qual é o plano? – Gizelly perguntou quando chegaram à janela.

– Você confia em mim? – Gizelly se virou e olhou para ela.

 – Porra, não! – Disse Gizelly e Rafaella riu.

– Bom. – Rafaella empurrou Gizelly para fora da janela e observou quando ela errou por pouco o concreto e caiu no rio.  Era metade para ajudá-la, metade vingança por estragar seu plano. – Fique abaixada, Gizelly.

Rafaella se agachou e vasculhou sua bolsa, agarrando sua última fatia de C4 e prendendo-a na parede, armando o detonador antes de se levantar novamente.

Rafaella não tinha percebido o quão perto os guardas estavam e ela recuou quando uma bala se alojou em seu abdômen, de todas as malditas pessoas e está realmente sabia como mirar.

Rafaella se virou e esvaziou o clipe no cara. Ela se agachou e segurou o estômago, puxou a mão e estava encharcada de sangue, ela só teve um momento para se recompor antes que mais guardas armados disparassem contra ela.

Hora de ir , ela grunhiu de dor, jogando-se pela janela e na água gelada, acionando os explosivos ao fazê-lo.

O armazém iluminou o céu, Rafaella não havia usado muito C4, mas as enormes quantidades de armamento e explosivos já existentes no armazém apenas ajudaram no inferno sem fim. Rafaella teve pena dos bombeiros que teriam de passar metade da noite a apagá-lo.

Rafaella ficou debaixo d'água tentando evitar os estilhaços, ela só esperava que Gizelly fizesse o mesmo, ela não precisava de sua morte em sua consciência.

Linha TênueOnde histórias criam vida. Descubra agora