— Seu problema é guardar tudo pra si — Sabrina fala — e depois explode com quem estiver perto de você — ela diz com seu tom de briga ainda — mas você tem que aprender a se controlar — abaixo a cabeça olhando pra madeira da mesa.
Sei que ela tem razão, Cobra me falou a mesa coisa, e se que sou impulsiva, mas nem pensei naquele momento.
— Eu sei — olhei pra as duas novamente — vou me controlar.
— É só pensar direito nas consequências — Patrícia se levanta — mas eu sei que você é assim — ela fica do meu lado e me abraça — eu amo você cabeluda — sorrio com o apelido.
Desde pequena sempre tive muito cabelo e as meninas sempre me chamavam assim.
Olhei pra Sabrina que balança a cabeça e veio nos abraçar junto. Essas duas são a minha família, são as únicas que me restaram e é claro que vai haver desentendimentos, impossível morar juntas e não ter brigas mas nós amamos acima de tudo.
Depois de tomar café eu sai de casa, Gael veio buscar a Sabrina e levar pro serviço, eu sai logo depois e fui andando mesmo até a loja. Cheguei lá não tinha ninguém ainda, então abri os portões. Sentei naquelas cadeiras e esperei que os pedreiros chegassem.
— Bom dia — olhei pro lado e vi o Fábio entrando, sorri pequeno pra ele o cumprimentando de volta e ele se aproximou de mim — Você sumiu, achei que não ia te ver mais — me levantei e ele me comprimentou com um beijo no rosto.
— Fiquei doente mas agora tô em pé de novo — sorri.
Falei também com os meninos que entraram e começaram a fazer o trabalho.
— Já está quase tudo pronto por aqui né, você tinha razão quando disse que seria rápido — falei olhando em volta.
— Os meninos são muito compromisados, eles são os melhores — o olhei — Então é... aquele nosso almoço tá de pé ainda? — levantei um sobrancelha.
Eu esqueci completamente disso.
— Claro! — digo lembrando só agora que eu tinha marcado isso com ele.
— Você pode hoje?
— Posso — andamos pelo lugar, olho em volta vendo o porcelanato todo ja colocado e as pinturas nas paredes começando.
— Posso perguntar sobre o Cobra? — cemicerro os olhos pra ele.
— O que tem ele?
— Se você tem alguma coisa com ele — ele coloca as mãos dentro dos bolsos — nesses dias em que não te vi perguntei a ele e ele não foi muito educado na resposta — seguro a risada.
— Imagino... — falo tentando não rir do que o que quer que seja que ele falou pro Fábio — o que ele te disse exatamente?
— Eu sei que ele não é uma pessoa muito calma, e com as minhas perguntas acabei o importunando e ele me mostrou o que carrega na cintura — arregalei os olhos.
Ah e depois eu que fico louca em querer ameaçar alguém, ele mesmo quer destruir a loja.
— Ah Fábio, desculpa por isso — passo a mão no braço dele.
— Tá tranquilo, vocês tem alguma coisa? — a pergunta me pega de surpresa.
Esse era o problema então, ele estava cismado com o Cobra e aposto que depois de ter visto o revólver deve ter ficado mais receioso de ir sair comigo.
— Claro que não! — respondi sorrindo fraco — ele é meu irmão apenas — ele levantou as sobrancelhas.
— Mas você falou que não eram da mesma família naquele dia — tento me recordar na cabeça quando falei isso.
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Meu Alvo
Romance📍Vidigal - Rio de Janeiro As vezes superar alguém é difícil mas não é impossível. Se torna mais complicado se não se permite viver algo novo, Iara não se da esse direito e também não deseja nenhum relacionamento sério. Cobra é da mesma forma, lida...
Capítulo Trinta e Seis
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