Capítulo Trinta e Seis

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— Seu problema é guardar tudo pra si — Sabrina fala — e depois explode com quem estiver perto de você — ela diz com seu tom de briga ainda — mas você tem que aprender a se controlar — abaixo a cabeça olhando pra madeira da mesa.

Sei que ela tem razão, Cobra me falou a mesa coisa, e se que sou impulsiva, mas nem pensei naquele momento.

— Eu sei — olhei pra as duas novamente — vou me controlar.

— É só pensar direito nas consequências — Patrícia se levanta — mas eu sei que você é assim — ela fica do meu lado e me abraça — eu amo você cabeluda — sorrio com o apelido.

Desde pequena sempre tive muito cabelo e as meninas sempre me chamavam assim.

Olhei pra Sabrina que balança a cabeça e veio nos abraçar junto. Essas duas são a minha família, são as únicas que me restaram e é claro que vai haver desentendimentos, impossível morar juntas e não ter brigas mas nós amamos acima de tudo.

Depois de tomar café eu sai de casa, Gael veio buscar a Sabrina e levar pro serviço, eu sai logo depois e fui andando mesmo até a loja. Cheguei lá não tinha ninguém ainda, então abri os portões. Sentei naquelas cadeiras e esperei que os pedreiros chegassem.

— Bom dia — olhei pro lado e vi o Fábio entrando, sorri pequeno pra ele o cumprimentando de volta e ele se aproximou de mim — Você sumiu, achei que não ia te ver mais — me levantei e ele me comprimentou com um beijo no rosto.

— Fiquei doente mas agora tô em pé de novo — sorri.

Falei também com os meninos que entraram e começaram a fazer o trabalho.

— Já está quase tudo pronto por aqui né, você tinha razão quando disse que seria rápido — falei olhando em volta.

— Os meninos são muito compromisados, eles são os melhores — o olhei — Então é... aquele nosso almoço tá de pé ainda? — levantei um sobrancelha.

Eu esqueci completamente disso.

— Claro! — digo lembrando só agora que eu tinha marcado isso com ele.

— Você pode hoje?

— Posso — andamos pelo lugar, olho em volta vendo o porcelanato todo ja colocado e as pinturas nas paredes começando.

— Posso perguntar sobre o Cobra? — cemicerro os olhos pra ele.

— O que tem ele?

— Se você tem alguma coisa com ele — ele coloca as mãos dentro dos bolsos — nesses dias em que não te vi perguntei a ele e ele não foi muito educado na resposta — seguro a risada.

— Imagino... — falo tentando não rir do que o que quer que seja que ele falou pro Fábio — o que ele te disse exatamente?

— Eu sei que ele não é uma pessoa muito calma, e com as minhas perguntas acabei o importunando e ele me mostrou o que carrega na cintura — arregalei os olhos.

Ah e depois eu que fico louca em querer ameaçar alguém, ele mesmo quer destruir a loja.

— Ah Fábio, desculpa por isso — passo a mão no braço dele.

— Tá tranquilo, vocês tem alguma coisa? — a pergunta me pega de surpresa.

Esse era o problema então, ele estava cismado com o Cobra e aposto que depois de ter visto o revólver deve ter ficado mais receioso de ir sair comigo.

— Claro que não! — respondi sorrindo fraco — ele é meu irmão apenas — ele levantou as sobrancelhas.

— Mas você falou que não eram da mesma família naquele dia — tento me recordar na cabeça quando falei isso.

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora