Só pode ser sacanagem (04)

Começar do início
                                    

Observei que isso também estava ocorrendo com Harry, Os professores desconfiavam de que Sirius viria atrás de algum de nós, eu não tenho opiniões formadas sobre isso.

O tempo foi piorando dia a dia, à medida que a primeira partida de quadribol se aproximava, eu acompanhava os treinos da equipe da Grifinória de perto, de uns tempos pra cá eu venho me interessado bastante pelo quadribol, a equipe treinava com muito vigor.

- Não vamos jogar com a Sonserina!- disse Oliver para os seus companheirios de equipe, parecendo muito zangado.- Flint acabou de me procurar. Vamos jogar contra a Lufa-lufa.

- Pense pelo lado positivo, Oli.- eu digo e ele me encara com a sobrancelha arqueada.- Você vai poder passar mais tempo com o Diggory.

- Haha, engraçadinha.- disse voltando aos seus companheiros de equipe.- A desculpa de Flint é que o braço do apanhador do time ainda está machucado.- Disse Oliver, rilhando furiosamente os dentes.- Mas é óbvio por que estão fazendo isto. Não querem jogar com o tempo ruim. Acham que vai reduzir as chances deles...

Tinha ventado forte e chovido pesado o dia inteiro e mesmo enquanto Oliver falava ouvia-se o ronco distante do trovão.

- Não há nada errado com o braço do Malfoy! - disse Harry, furioso.- É tudo fingimento.

- Eu sei disso, mas não temos como provar - argumentou Oliver amargurado.- E temos treinado todos esses lances na suposição de que íamos jogar com a Sonserina, e, em vez disso, será com a Lufa-Lufa, que tem um estilo muito diferente. Agora eles estão com um capitão novo que também é o apanhador, Cedric Diggory...

Eu, acompanhada de Angelina, Alícia e Katie tivemos um repentino acesso de risadinhas.

- Quê?! - exclamou Oliver, fechando a cara para o nosso comportamento alegre.

- É aquele alto e bonito, não é?- perguntou Angelina.

- Forte e caladão - concluiu Katie, nós quatro começamos a rir.

- Ele só é caladão porque é burro demais para juntar duas palavras.- disse Fred.

- Eu discordo disso.- digo rindo.

- Mary, você discorda de quase tudo.- Disse ele.

...

Um dia antes da partida, o vento começou a uivar e a chuva a cair com mais força que nunca. Estava tão escuro nos corredores e salas de aula que foi preciso acender mais archotes e lanternas.

Eu caminhava em direção aos aposentos do meu pai, a lua cheia estava próxima, e o meu lobinho não estava em seus melhores dias.

- Moony, eu estou entrando.- Digo me caminhando até sua cama, onde ele se encontrava deitado, meu pai estava pálido, em seus lábios não havia cor nenhuma. Eu com toda certeza odiava ver ele assim.

- May! Você deveria estar em aula, na minha aula por sinal.- disse com a voz rouca e fraca.

- Pode até ser aula de D.C.A.T porém é o Snape quem está dando aula.- digo revirando os olhos e ele solta um sorisso fraco.- E devo te lembrar do nosso pequeno acordo para mim vir parar nesse inferno particular.

- Eu me lembro, May.- ele disse suspirando.- Mas não precisa se preocupar com o seu velho, eu vou ficar bem, minha querida.

- Está se cuidando direitinho.- pergunto colocando a mão na testa dele, tentando medir a temperatura.

- Mary! Eu estou bem, é só mais um período de lua cheia.- diz.

- Posso pegar um livro?- indico a estante de livros que o mesmo tinha.

- Não.- diz sorrindo e eu o encaro.- Desde quando eu nego te emprestar livros, Mary Elizabeth.

- Eu não sei, as vezes eu penso se você já está caducando.- olhando com cuidado a estante procurando algo para ler.- Está ficando velho, Papai.

- Você não precisa ficar me lembrando disso.- diz rindo.- Eu ainda tenho muitos anos para ficar ao seu lado.

- Não tenho dúvidas.- digo dando um sorriso para ele e pegando um livro de capa azul marinho e colocando na escrivaninha.- Eu vou fazer um chá para mim, o senhor quer?

Ele afirma com a cabeça e eu vou em direção ao armário, pegando um saquinho de chá de morango normal e outro sem açúcar.

...

Quando eu saí da sala do meu pai dei de cara com Harry e Hermione conversando, tinham acabado de sair da aula de D.C.A.T.

- Snape nunca foi assim com nenhum dos outros professores de D.C.A.T, mesmo que quisesse o cargo deles - comentou Harry com Hermione, pelo visto, o cretino do Snape não perdeu a oportunidade de atingir o meu pai por meio da aula.- Por que está perseguindo o Lupin? Você acha que é por causa dos bichos-papões?

- Se querem saber...- digo me aproximando deles, que me encaram.- Snape implica com o meu pai por conta de uma rixa antiga da época de escola.

- Onde você estava?- Harry pergunta, me encarando.

- Com o meu pai, ele está doente.- digo e Hermione me observa de cima a baixo.

Ron nos alcançou com uma raiva descomunal.

- Vocês sabem o que aquele filho da puta vai me obrigar a fazer? Tenho que levar as comadres da ala hospitalar. Sem usar magia! - O garoto respirava fundo, os punhos cerrados.- Por que o Black não podia ter-se escondido na sala do Snape, hein? Podia ter acabado com ele para nós!

- Acho que Sirius adoraria fazer isso.- digo rindo baixinho.

...

Na manhã seguinte, já estava trovejando muito, hoje seria o jogo, portanto fui até o salão principal tomar o café da manhã.

- Como vocês estão com essa partida?- Eu pergunto ao time que estavam praticamente todos sentados juntos.

- Vai ser uma partida dura.- comentou Oli, que se recusava a comer qualquer coisa, enquanto eu praticamente acabava com as torradinhas existentes na nossa mesa.

- Pare de preocupar, Oliver - disse Alícia para tranquilizá-lo -, não vamos derreter com uma chuvinha à toa.

...

Era muitíssimo mais do que uma chuvinha. Mas tal era a popularidade do Quadribol que a escola inteira apareceu para assistir à partida.

Os jogadores da lufa-lufa se aproximavam pelo lado oposto do campo, usando vestes amarelo-canário. Os capitães foram ao encontro um do outro e se apertaram as mãos; Diggory sorriu para Oli, puta que pariu nesse sorriso dele. Pude ver a boca Madame Hooch formar as palavras "Montem em suas vassouras". Ela levou o apito à boca e soprou, um som agudo e distante. A partida começou.

A grifinória estava 50 pontos à frente, Oliver pediu tempo e foi conversar com os parceiros de equipe, quando eu descido observar melhor o campo de quadribol, consigo ver o mesmo cão do lago, ele estava observando Harry. Espera aí...

Desço da arquibancada correndo e vou em direção ao cão, assim que ele percebe a minha presença se levanta e começa a correr, que cara vagabundo.

- Ei! volte aqui! - digo correndo atrás dele.

O cão começa a se aproximar do salgueiro lutador, que está imobilizado, meu pai já tinha me contado sobre a casa dos gritos. Quando me aproximo também, vejo ele entrar por uma passagem.

Entro pela mesma passagem, quando abro os meus olhos percebo estar em uma casa com a aparência bem velha. Realmente estou na casa dos gritos

Caminho pela casa até chegar em um quarto inteiramente empoeirado, e lá estava ele...




Mary lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora