O problema não estava na conduta controversa do Kim, ele podia ser quem ele quisesse e se seus parceiros consentissem, mas aquele não era o sonho de Jisung. Ele queria casar apaixonado, por alguém que lhe amasse tanto quanto. Se o Kim não estava apaixonado, isso poderia significar que não haveria fidelidade e isso era odioso!

Seus pais deram um baile belíssimo naquele treze de outubro, todos do reino foram até lá para ver o belíssimo príncipe, tão amado por todos. Mas, dentro de si um incômodo não parava de crescer. Ele não sabia explicar aquilo, mas chegou a ficar tão insuportável, que seu corpo parecia ter sido jogado em óleo fervente.

Afastando-se dos demais convidados, tomou uma taça de água gelada num gole só, tentando baixar aquela temperatura, mas era impossível. Quando a dor chegou, se curvou por sobre seu ventre e deixou um gemido escapar.

- Vossa Majestade, eu posso lhe ajudar? - Não! O maldito Kim lhe encontrou. Sorrateiramente, o alfa lhe seguiu, depois de vê-lo se separar da multidão.

- SAIA! Deixe-me sozinho! Não olhe para mim! Suma! - dizia desesperado.

Tentou dar alguns passos para longe do cheiro forte do alfa, mas não suportou e segurou a parede mais uma vez. O mais Velho aproveitou a pausa e se aproximou lentamente de si. Estranhamente, ele começou a inalar o ar ao redor de Jisung. Seu nariz foi descendo e descendo, até que parou no lugar onde se concentrava todo o cheiro.

- O que você está fazendo? Saia de perto de mim! Não chegue perto!

- Sua Majestade, meu noivo, parece que chegou a hora de sermos alfa e omega. Você entrou no cio!

Não. Não. Não.

Tudo ao redor de Jisung rodava, sua mente ficava repetindo a fala daquele alfa cafajeste e ele começou a entrar em desespero. Seu coração batia como um louco e a respiração ficou descompassada. Ele não podia entrar no cio, não agora! Repetindo a palavra de negativa, a última coisa que se lembrava de ter visto foi o sorriso assustador do alfa. Era como se ele estivesse se preparando para lhe devorar.

O Jovem Kim aproximou o corpo maior ainda mais do seu, lhe encurralando contra a parede, sem deixar de sorrir. Jisung se encolheu, não queria aquele toque, estava enjoado. A mão grande do alfa deslizou até sua cintura e ele perdeu o equilíbrio, tremendo de horror. A boca grande dizia alguma coisa, mas ele não conseguia ouvir nada, dizer nada, estava bloqueado pelo medo. Mas, quando a mão desceu ainda mais e tocou suas partes íntimas, ele acordou.

Com um empurrão, se desfez do toque e apenas saiu correndo. Ele atravessou o salão, os jardins, a cidade, os muros, as fronteiras e a floresta. Não sabia há quanto tempo estava correndo, só não queria deixar que ninguém chegasse perto de si. Imaginava que, caso lhe alcançassem, lhe prenderiam pelo pescoço com uma corda grossa e resistente, e lhe amarrariam na cama do Kim.

Então ele preferia se salvar correndo para bem longe de todas aquelas pessoas que queriam destruir seus sonhos românticos e lhe entregar a um alfa indigno. A noite estava escura e a floresta silenciosa, mas ele pensou ter visto algo de relance. Um animal, talvez? Isso não foi o suficiente para ele, o medo de ser pego pelos vilões do reino era ainda maior.

Mas aquela sensação estranha de ser acompanhado não desapareceu. Era como se alguém estivesse lhe perseguindo, mas sem intenção de lhe parar, apenas curioso para ver até onde iria, porém ele não parou. Depois de um tempo indeterminado, pôde enfim ver a estrada que levava os viajantes até as grandes cidades, essa era a sua chance de nunca mais ser encontrado.

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