-Príncipe Thor? -Seu tom foi algo entre medo e surpresa. Então sim, ela era de asgard.

-Mas... Como... -As palavras pareciam não fazer sentindo. Ela olhou pros lados furtivamente.

-Príncipe Loki juntou alguns de nós que não tinham sido pegos, conseguiu nos esconder e nos levar pra algumas naves de fuga... Achamos que tinha morrido.

-Como chegou aqui?

-Todos viemos pra cá por um buraco de minhoca, as naves estão atrás do castelo do senhor Ozer, ele...

-Então é verdade que ele esta escravizando vocês? -Rocket perguntou subindo na mesa.

-Ele nos deixa produzir em sua terra se dermos 70% de tudo e pagarmos os impostos em dia.

-E quanto sobra pra vocês?

-Nada ou quase nada, depende do que planta, eu planto cevada e faço cerveja, consigo alguma coisa, mas outros aqui...

-Era isso que precisava saber, obrigada. -Gamora disse e já ia virando as costas até Quill segurar seu braço.

-Sabe onde estão as naves? -A menina concordou com a cabeça. -Ainda conseguem usa-las?

-Sim, acho que sim. -Quill olhou para mim, deixando seu plano bem claro, tirar meu povo desse lugar e dessas condições.

Demos instruções para que ela juntasse o máximo de asgardianos que fosse possível até a noite, e que os levassem para as naves furtivamente, ela concordou e marcamos um horário. Fomos até o castelo, lugar realmente lindo, fiquei impressionado com o que a corrupção e abuso do meu povo conseguiu dar a esse homem. Entramos no salão sendo guiados por duas moças de pele cinza e cabelo rosa, paramos olhando ele sentando em uma enorme cadeira feita de ossos e pedras com vários panos para proteger seu traseiro feudal.

-Ora, se não são os patrulheiros da galáxia.

-Guardiões. -Quill interrompeu.

-Da última vez que ouvi falar vocês, tinham sumido na via Láctea. -A voz dele era rouca, como se tivesse algo entalado, talvez seja banha na garganta, ele consegue ser mais gordo que eu.

-Longa história, não viemos aqui pra tomar chá e compartilhar nossas experiências. -Rocket parecia cansado dessa conversa.

-Você esta escravizando meu povo. -Falei avançando, sendo segurando por groot.

-Seu povo? Você também é um desses malucos da ponte arco íris? -Deu risada. -Ah sim, a melhor coisa que me aconteceu. -Ele ficou de pé dando duas palminhas no ar. -Devo tudo isso ao meu bruxo, ele trouxe um monte desses para cá, incrível.

Olhei para o lado do seu trono, saindo entre duas colunas, meu irmão com correntes douradas em seus pés e mãos, sendo puxado por um rapaz baixinho e azul.

-Mestre, eu estava ocupado. -Ele disse tentando sorrir, mas conheço seu tom de voz e posso assegurar que ele esta tentando não surtar. Pai de todos, é mesmo, bem ele ali, é meu irmão, vestido com trapos, é ele, esta vivo, como?

-Não, você nunca esta ocupado pra mim. -Ele disse passando a mão no cabelo dele, segurei minha vontade de ir pra cima e quebrar tudo, na verdade foi mais a Mantis entrando na minha cabeça e me paralisando do que minha vontade mesmo.
Ele olhou para mim, claramente preocupado e assustando, eu não soube o que fazer, olhei para Quill pedindo qualquer ajuda.

-Bruxo? Que nem Oz? -Quill riu. -Que incrível, quanto quer por ele? 1.000 unidades?

-1.000? -Ele riu como se fosse a piada mais engraçada do mundo. -Não, essa preciosidade vale no mínimo um milhão, isso se eu estiver de bom humor. -Olhei para Quill novamente em desespero.

-Tudo bem então. -Gamora olhou pra ele surpresa, nós não temos um milhão de unidades. -Mas não vou comprar sem inspecionar primeiro.

-Ah não me importo... Janine! Prepare a sala para o rapaz, seja bonzinho. -Disse com Loki.

-Não, eu não, meu amigo aqui é um especialista nisso e...

-Você ou ninguém. -Disse e se sentou, Quill olhou de volta pra mim como se pedisse minha permissão, é claro que concordei com a cabeça, eu só preciso saber se ele esta bem.

-Sem problemas. -E ele foi, voltando quase 20 minutos depois com os cabelos bagunçados. -E então? -Deu risada. -Não é talentoso?

-Sim, muito bom. -Mas que porra aconteceu naquele quarto?

-Vai pagar agora ou...?

-Vamos conferir se temos todas as unidades e amanhã, pela manhã, voltaremos.

-Sim, claro, se não acharem nada de errado. -Disse claramente rindo da nossa cara. Fomos guiados até a saída pelas mesmas meninas, esperei até uma distância segura do castelo para avançar nas perguntas.

-Ele esta bem? O que aconteceu?

-Cara... Você não vai querer saber.

-Vou, vou sim. Me conta. -Ele suspirou colocando as mãos na cintura.

-Bagunçou meu cabelo, disse que precisava parecer convincente.

-Como assim?

-Thor... Eu posso ter entendido errado, mas parece que ele esta sendo algo como... Uma concubina ou sei lá...

-O que?!

-É, eu sei, é horrível, mas contei todo o plano, vai dar tudo certo.

-Plano? Não! Vamos agora! Temos que salvar ele agora! -Tentei dar meia volta, mas eles me seguraram, claro que não eram fortes o bastante. -Me soltem!

-Durma. -Mantis encostou a mão na minha testa sem que eu tivesse tempo de protestar, apenas caí do chão e tudo ficou escuro.

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