𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟓

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  Com um movimento hábil e cuidadoso, Aemond conseguiu agarrar Laena pela cintura e arremessá-la para longe. Laena caiu no chão com destreza, mas aproveitou o impulso para desferir um chute na perna de seu pai. No entanto, o chute não causou dor alguma em Aemond, demonstrando a superioridade física e o treinamento que ele possuía.

  Aemond e Laena começaram uma dança frenética de movimentos ágeis e estratégicos, uma batalha silenciosa em meio aos aposentos. Os reflexos afiados do príncipe e a destreza formidável de sua filha se entrelaçavam em um duelo cativante.

  Laena atacava com golpes rápidos e precisos, demonstrando uma agilidade que beirava a perfeição. Seus movimentos eram fluidos, quase como se ela dançasse com as sombras, tentando encontrar uma brecha nas defesas de seu pai.

  Aemond, por sua vez, utilizava sua experiência e força para se defender e contra-atacar. Seus golpes eram poderosos, cada movimento calculado para desarmar Laena sem causar danos graves. Ele girava pelo quarto, ágil como um gavião, esquivando-se dos ataques de sua filha e encontrando oportunidades para aplicar técnicas defensivas.

  Em um momento de ousadia, Laena conseguiu desferir um chute certeiro no braço de Aemond, buscando enfraquecê-lo momentaneamente. No entanto, a dor não diminuiu a determinação do príncipe que aproveitou a oportunidade e agarrou a perna que a filha tinha usado para chutá-lo e com um giro ágil, ele usou o momento de desequilíbrio de Laena para jogá-la prendê-la contra o chão, segurando-a com firmeza, mas sem causar qualquer dano.

O olhar de Aemond se encontrou com o de Laena, e uma expressão de orgulho e respeito passou entre os dois. 

- Laena, você está cada vez mais habilidosa - disse Aemond, com um sorriso de admiração nos lábios. - Seus ataques são rápidos e astutos. Estou impressionado com o seu progresso

  Laena recuperou o fôlego, ainda cheia de energia e determinação. Ela sabia que tinha muito a percorrer para se equiparar às habilidades de combate do pai, mas seu espírito combativo e sua sede de superação a impulsionavam constantemente.

- Treinar ao seu lado tem me ajudado, confesso que Maelor tem me acompanhado em mais treinamentos - ela diz

  Aemond soltou Laena e se levantou, estendendo a mão para ajudá-la a se erguer. Os dois compartilharam um momento de cumplicidade, reconhecendo a conexão única que tinham como guerreiros e como pai e filha.

- Seu potencial é imenso e tenho certeza de que você se tornará uma guerreira formidável, mas você precisa corrigir suas falhas, precisa ser perfeita 

 Laena assentiu com gratidão e determinação. De certa forma Aemond se divertia quando Laena iniciava um combate corpo a corpo de surpresa, ele sabia que a filha seria uma grande guerreira que traria glória para a casa Targaryen assim como sua antepassada Visenya havia feito.

Aemond se serviu de uma taça de vinho enquanto observava sua filha, Laena, com um olhar carregado de orgulho. Seu dragão estava crescendo cada vez mais, e a jovem mostrava uma desenvoltura impressionante nos estudos de alto valiriano. Ele admirava a determinação e o talento dela, mas havia uma preocupação latente em seu coração.

- Eu vi você voando hoje, seu dragão parece cada vez mais imponente - comentou Aemond, admirando a destreza da filha. - E como vão os seus estudos de alto valiriano? Está se saindo bem?

 Laena retirou suas luvas, revelando mãos delicadas e calejadas de tanto manusear espadas e livros antigos. Um sorriso leve brincou em seus lábios enquanto ela respondia: 

- Meu alto valiriano ainda não é tão fluente quanto eu gostaria, mas consigo me virar bem com ele. 

 Aemond riu suavemente, apreciando a vivacidade e a paixão de Laena. Ele então percebeu que havia cinzas em seu rosto e um leve odor de fumaça a envolvendo.

 -Antes que sua avó veja você assim, seria prudente tomar um banho -  sugeriu Aemond, com um ar de diversão. - Ela certamente lhe dará uma bronca por se parecer com um dragão

Laena revirou os olhos, revelando um certo desgosto em sua expressão. 

- Alicent está sempre tão obcecada em enfatizar a perfeição de Lyssa - respondeu, deixando escapar um suspiro de frustração.  - Mas sinceramente, o favoritismo que ela demonstra é justificável. Se isso me incomoda? Eu prefiro perder uma aposta para Maelor do que buscar a aprovação dela.

 Aemond se aproximou da filha, sentando-se em frente a ela. Havia algo que o perturbava, algo que ele tentava evitar, mas Laena parecia decidida a trazer à tona.

- Pai, eu sei que não devemos falar sobre isso, mas o senhor precisa enfrentar essa situação - começou Laena, hesitante. Ela percebeu a tensão nos olhos de Aemond, mas não recuou. - Aemon...

Aemond pareceu perdido por um momento, sem saber exatamente para onde Laena estava direcionando a conversa ao mencionar o nome do irmão.

- Um servo viu um escudeiro de Daemon entrar no quarto de Aemon e sair somente no dia seguinte - revelou Laena, abaixando a cabeça. Havia uma mistura de preocupação e determinação em sua voz.

Aemond sentiu a raiva se acender dentro de si. Ele não queria encarar aquela realidade, preferia negá-la.

- Laena! - Aemond elevou a voz, tentando abafar a conversa incômoda. Mas Laena se levantou bruscamente da cadeira, olhando fixamente para o pai.

- Os boatos só vão aumentar, e se isso acontecer, Aemon será prejudicado! O senhor precisa aceitar a situação e lidar com ela. Por que não admitir que Aemon tem preferências por companhias masculinas? Não há nada de errado nisso!

Aemond sentiu a fúria pulsar em suas veias. Ele ergueu a voz em resposta: 

- Seu irmão não é assim! Ele é um homem honrado, com um coração cheio de honra, e jamais se envolveria em algo assim, sabendo que poderia trazer danos a si mesmo!

Laena estava brava, suas palavras ecoavam com uma mistura de desafio e ressentimento. 

- E o escudeiro? - questionou ela, confrontando-o diretamente.

- Você realmente acreditou nas palavras de um servo? Um servo sem sobrenome, sem uma casa, sem dignidade? - Aemond falou com raiva. - Eu já tenho problemas suficientes para lidar, mas o problema de ter seu irmão envolvido dessa maneira, eu não tenho!

- Pai! -  exclamou Laena, sua voz carregada de frustração e preocupação.

- Chega dessa conversa! -  Aemond cortou abruptamente. - Vá se limpar antes que sua avó a veja nesse estado. E nunca mais toque nesse assunto novamente, nem comigo e nem com ninguém!

  Laena pareceu ferida pela reação de Aemond, mas também entendia a angústia que ele carregava consigo. Ela suspirou, sentindo-se impotente diante da situação delicada que envolvia seu irmão e a pressão que recaía sobre eles. Silenciosamente, ela saiu do quarto. Sabia que não podia mudar a mente de seu pai naquele momento, mas não deixaria de lutar pelos direitos e pela felicidade de seu irmão. Ela jurou a si mesma que encontraria uma maneira de proteger Aemon, mesmo que isso significasse desafiar as convenções e os preconceitos que assolavam seu mundo.

[...]

The dragon and the blade - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora