POV YUKI
Hoje mais cedo, liguei para a Mon. Precisava de um favor de última hora, já que tive que deixar meu carro na mecânica. Pedi emprestado o carro dela, pois Mon parou de dirigir devido ao avanço da gestação. Eu também tinha algumas pendências para resolver no meu escritório, e quando se é uma advogada de renome, as coisas sempre acontecem em maiores proporções.Aproveitei a oportunidade para matar a saudade dela e ver se precisava de alguma coisa ou se eu poderia ajudar em algum aspecto. Eu e Mon crescemos juntas; nossos pais eram melhores amigos e também grandes advogados. Eles se conheceram durante a faculdade, e juntos abriram uma das maiores empresas de advocacia de Londres, a Avary Armstrong, da qual faço parte hoje.
Quando os pais de Mon faleceram, meus pais assumiram a responsabilidade por ela, já que a avó dela morava aqui em Bangkok. Na época, Mon estava de férias da faculdade e decidiu passar alguns dias como havia prometido à senhora Chanya. No dia do acidente, Mon foi a única da família que sobreviveu. Foi um período difícil; nem seis meses se passaram, e minha melhor amiga perdeu a única pessoa que restava de seu sangue. A senhora Chanya já estava muito debilitada pela idade, e após a morte da filha, do genro e do neto, seu coração não aguentou muito tempo, e ela também partiu.
Mon é uma das pessoas que mais admiro neste mundo, tanto pela sua força quanto pela sua doçura. Não conheço ninguém com um coração tão maravilhoso quanto o dela; ela merece muito ser feliz.
Após pegar as chaves do carro com ela e fazer um carinho na minha afilhada ainda em sua barriga, eu saí do apartamento com a promessa de voltar a noite para fazer massagem nos pés dela, só porque sempre me obriga a fazer, pelo inchaço da gravidez. E por saber que faço tudo por ela sempre que ela faz manha, ganha tudo de mim.
Era por volta das 17:15 da tarde e meu celular não parava de tocar. Eu estava ainda em uma reunião, pedi uma pausa e fui verificar, eram muitas mensagens do nosso grupo de amigas e links de matérias sobre um incêndio. Assim que vejo as mensagens foi como se o mundo a minha volta ficasse em câmera lenta, não poderia estar acontecendo. Imediatamente busquei o número de Mon nos meus contatos e liguei incansáveis vezes e nada, nenhum sinal. Corri imediatamente para avisar aos demais que a reunião estava encerrada e precisava resolver um problema particular de extrema urgência. Chamei o elevador para ir para o estacionamento e automaticamente passou um filme na minha cabeça. — Eu preciso que vocês estejam bem, irmãzinha.
Corri até o carro de Mon e segui para o seu apartamento, dirigindo inconsequentemente a toda velocidade, ignorando mesmo os sinais vermelhos. A urgência de verificar como estavam e garantir que estivessem a salvo impelia-me. Ao me aproximar do edifício, deparei-me com um impedimento; havia faixas de restrição estendendo-se por quase uma quadra de distância. Bombeiros, policiais, repórteres e fotógrafos enchiam o local, muitos fazendo chamadas ao vivo para grandes emissoras.
Ao observar o estado do imponente edifício, não pude conter as lágrimas. Avancei, agarrando-me onde era possível, enquanto silenciosamente recorria a uma oração mental. Ao vislumbrar, ao longe, a última ambulância deixando o local, apressei-me em direção a uma mulher que segurava uma prancheta, ansiosa por obter informações. Ela estava cercada por muitas pessoas, todas compartilhando a mesma angústia e desespero, em busca de esclarecimentos.
— Olá, eu preciso de informações sobre a moradora Mon Armstrong, ela mora na cobertura do prédio, sou a melhor amiga dela, por favor. — Eu disse com a voz embargada e limpando as lágrimas que desciam pelo meu rosto.
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FIRE LOVE - MonSam
FanfictionEm "FireLove", vocês conhecerão a história de Samanun, uma destemida bombeira que tem todas as rotas de sua vida alteradas quando ela e sua equipe são chamados para enfrentar um incêndio em um luxuoso prédio residencial. Entre as chamas, Samanun enc...