Camila jurou solenemente guardar segredo, alegando que não queria ver Luiza desempregada por falhar na tal missão. Valentina soltou uma risada um pouco maior ao ver a cara de incredulidade de Luiza assim que Juliana terminou de fazer o juramento com Camila .
As duas foram embora depois de conversarem um pouco sobre como estavam os pais de Juliana e Camila . Sobre o colégio que as amigas estudavam, e Valentina ouviu atentamente.
Após se despedirem, Val sentou no sofá, e Luiza sentou ao seu lado.
— Ela é sempre assim? — Perguntou curiosa.
— Camila ? — Perguntou se virando para a morena que assentiu. — Ela sempre foi assim. Desde pequena. Eu e Juliana nunca contamos a verdade. É bom saber quem alguém acredita em um mundo paralelo. Ela é sempre feliz, e eu gostaria de ser assim. A inocência dela é invejável. — Respondeu suspirando.
— Você pode ser feliz! Vamos provar sua inocência e você vai recomeçar e encontrar sua felicidade. — Exclamou convicta.
— E se isso não acontecer, Luiza ? Já fazem dois anos. As provas me acusam de um modo que eu não faço ideia, e daqui a dois anos, serei condenada à sabe se lá Deus o que. — Respondeu olhando nos olhos chocolate.
— Então temos dois anos para encontrar algum jeito, vamos pensar no agora. — Falou pegando na mão da garota .
Valentina se permitiu segurar a mão de Luiza . Um formigamento assolava o corpo de ambas e a mão da morena de olhos chocolates era quente e macia. Por mais que a Valentina fosse introspectiva, Luiza nunca se importava e sempre dava um jeito de fazer ela se soltar nem que fosse minimamente.
— Obrigada. — Murmurou a sorrindo pequeno para a morena.
— Por nada. — Respondeu sorrindo e saltou do sofá puxando - a. — Vamos! — Subiu as escadas correndo com Valentina em seu encalço.
Quando chegaram até  uma porta branca Valentina  se sentiu sendo puxada pela maior para entrar no cômodo.
Se deu conta de que era o quarto de Luiza quando viu as paredes pintadas de um rosa claro e diversos pôsters de alguns musicais que a morena lhe contou, e outros desconhecidos.
Viu um quadro enorme de uma mulher parecia alguma dançarina, então deduziu ser a mesma que Luiza falava sempre. A cama king size de era forrada por uma coberta grossa composta por estampas de que pareciam passos de dança .
— Você é realmente possessa com dança , não é? — Perguntou olhando para Luiza , que estava concentrada mexendo em vários DVD's.
— Significa que serei a maior dançarina que esse mundo já viu . Pode apostar. — Disse distraidamente.
Valentina voltou a analisar o quarto e passou pelos porta retratos. Viu muitas fotos dela com seus pais.
E parou ao ver uma foto de Luiza no meio de dois garotos. Um com traços extremamente delicados, usando calças tão justas que Valentina duvidou que o mesmo possuísse orgãos genitais. Mesmo assim, era um garoto bonito.
O outro era mais baixo e usava calças vermelhas que combinavam com sua gravata borboleta, e a camisa era preta de mangas curtas da mesma cor que seu cabelo.
Também era belo. Luiza usava uma saia de verde e uma blusa roxa . Adorável pensou Valentina,e não evitou um sorriso. Os três sorriam animadamente na fotografia.
— Quem são esses? — Perguntou segurando o porta retrato nas mãos.
— O de camisa lilás é o Sabastian meu melhor amigo. E o outro é seu namorado, Coody. — Respondeu sorrindo e se jogando na cama em seguida. — Deita aqui. — Chamou Luiza , dando palmadinhas no colchão ao seu lado.
— Para quê, exatamente? — Perguntou Valentina colocando o porta retrato no lugar.
— Você não vai poder assistir o filme em pé. — Respondeu como se fosse óbvio.
— Acho que posso ficar bem, sentada. — Declarou, sentando na ponta da cama.
— Não precisa ter medo de mim, somos amigas, certo? — Perguntou receosa, sentando ao lado da menor.
— Sim, somos. — Respondeu sorrindo pequeno.
— Ótimo! — Exclamou Luiza batendo palminhas. — Já que somos amigas, pode deitar no meu colo. — Respondeu animada.
— O que... — Valentina não teve tempo de perguntar nada, pois no segundo seguinte, estava com a cabeça no colo de Luiza,depois que a mesma a puxou pelo braço.
— Sebastian nunca deixa eu fazer isso, porque ele diz que bagunça o cabelo dele. — Explicou Luiza mexendo nos fios castanhos. — Seu cabelo é muito macio. — Completou sorrindo.
Valentina tentou protestar, mas a verdade é que estava adorando aquele carinho.Marina adorava mexer em seus cabelos, e isso a relaxava.
Lembrar da irmã que já não se encontrava em sua vida lhe doía...Mas seus pensamentos foram embora quando se pegou analisando o par de olhos castanhos que a olhavam com alegria.
— O que foi? — Perguntou Luiza sorrindo.
— Nada...só...é estranho. — Respondeu desviando os olhos.
— Não é estranho. É melhor se acostumar, carinho é normal. — Declarou carinhosa.
— Certo. — Falou receosa. — Qual filme você colocou? — Perguntou olhando para a televisão.
— Dirty Dancing . — Respondeu animada. — Acho que você vai gostar, eu adoro... — Luiza começou um de seus monólogos falando sobre seus filmes favoritos e Valentina foi aproveitando o carinho em suas madeixas enquanto sorria docemente. O sono lhe acometeu e ela acabou dormindo no colo da morena.
...
Verônica Smith batia em sua mesa com a mão fechada em punho.
— Vocês têm certeza que não há nenhuma casa lá? — Perguntou mela enésima vez.
— Absoluta. Só há um terreno abandonado. — Respondeu o policial loiro.
— Então ela pensou em tudo. — Verônica olhou para a ficha da mulher morena mais uma vez quando sentiu seu celular vibrar no bolso de sua calça. Tirou o aparelho e viu o numero de sempre no visor.
— É a Verônica ...Não descobrimos nada. O endereço que ela apresentou na ficha do hospital era falso. — Esperou a voz rouca do outro lado e correu para anotar algo no seu bloco de notas. — Ok. Iremos até lá fazer uma surpresinha para ela...Como não? Tem certeza? Ela nunca virá até você, sabe disso, não sabe? — Bufou logo em seguida. — ...Tudo bem, como quiser. Aguardarei contato. Até mais. — Finalizou a ligação e guardou o celular no bolso.
— O que houve? — Perguntou um dos policiais olhando para Verônica .
— Sônia Campos possuí uma clínica onde atende como psiquiatra particular. Quero que vocês se dirijam até lá e sigam ela até em casa. Mas não façam nada. Só precisamos saber onde ela mora. No momento certo, se preciso, faremos algo. — Explicou Verônica . — Podem ir.
Os dois homens assentiram e saíram pela porta. A mulher fisgou seu celular novamente e olhou a foto que se encontrava ali.
— O que está aprontando agora? — Murmurou para si mesma, afundando em sua cadeira giratória em seguida.
...
A figura imponente que se vestia totalmente de preto olhava para James na sua frente enquanto o mesmo tomava calmamente seu chá da tarde.
— Tem certeza que não aceita uma xícara? — Perguntou olhando para o rosto à sua frente.
A pessoa apenas maneou a cabeça...
— Detesto chá. Deveria saber disto, meu querido. — Falou calmamente.
— A que devo a honra dessa visita? — Perguntou James colocando mais chá em sua xícara.
— Sabia que pretendo fazer Valentina vir até mim? Ela precisa ver que sou sua única solução. Que sua vida sem mim só terá caos e tristeza. — Respondeu se levantando.
— Eu sei que foi difícil para você. Tudo o que você passou foi terrível, e entendo seu lado totalmente. Mas como pretende que a menina venha até você? — Perguntou curioso.
— James . Já deve saber que ela fugiu não é? — Perguntou e viu o homem à sua frente assentir. — Pois bem...Já parou para pensar que se todos aqueles que contribuíram para condená-la à dois anos atrás morrerem logo depois da sua fuga, não só esse estado , mas como toda a América entraria em alerta? A pobre Valentina só terá a mim, e eu apresentarei sua fuga, contanto que ela permaneça do meu lado, caso contrário, mais pessoas irão pagar. — Explicou pausadamente.
— Nossa...esse plano é...mas...espera! Eu fui o psiquiatra responsável por ela na época. — O homem pareceu acordar de um transe e se levantou da cadeira.
— Exatamente meu caro James. Sua influência ajudou muito para o juiz determinar aquele lugar horrível para ela. — Respondeu olhando o relógio. — Sua parcela de culpa é enorme. — Completou sorrindo friamente e olhando o relógio de pulso em seguida. — O veneno deve fazer efeito em três...dois...um...
— MAS O QUE VOCÊ ESTÁ...— James tentou agarrar-lhe pelo sobretudo preto, mas uma dor lascinante se acometeu de seu peito e ele sentiu todo seu ar ser sugado de seus pulmões. Caiu de joelhos com as mãos no pescoço. — Achei...que...éramos...uma...equipe... — Conseguiu pronunciar antes de cair no chão sem vida.
A figura de preto andou imponentemente até o corpo de James. Constatou seu pulso vendo que o mesmo não possuía mais batimentos cardíacos.
— Éramos uma equipe, meu querido. — Murmurou friamente. Pegou uma foto do bolso do sobretudo. — Em breve seremos só eu e minha Val. — Completou com seu sorriso psicótico. Guardou a foto e pegou o aparelho celular, enviou uma mensagem para Verônica , mandando que policiais fossem à casa de James rapidamente.
Deu uma última olhada no homem morto e suspirou.
— Adeus James!!!

Forever YoursWhere stories live. Discover now