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O tempo se torna cada vez mais escasso. A chance de escapar apenas diminui e só aumenta a probabilidade do adolescente virar mais um meio em meio a tantos corpos sem vida.

Não há só grito de dor, mas também pessoas gritam, berram comandos. É quase impossível entender devido ao excesso de barulhos do clube.

Tudo está passando muito rápido, tudo está tremendo, Jimin está tremendo. É aterrorizante, sua respiração está rápida demais.

Ele morde o lábio inferior com força para controlar o próprio choro.

Jimin levanta do chão e corre para a última cabine do banheiro, onde há uma passagem secreta para o estabelecimento ao lado do clube de luta. Com cuidado, apesar de tremer, o jovem alfa tira o piso do chão e entra no túnel. No segundo seguinte que ele tampou corretamente o túnel, a porta do banheiro foi escancarada.

O mais silencioso e rápido possível Jimin desce pelo túnel escuro.

Quem quer que tenha invadido o banheiro sentiu o cheiro falso do adolescente, mas não investigou a fundo por ter sido morto por um membro de uma gangue rival. Apenas esse evento inesperado e meticulosamente certeiro foi a razão do Jimin conseguir chegar com vida na saída do túnel, que dá direto para o lixão da lanchonete vizinha do clube.

O mal cheiro da latona de lixo é quase insuportável, mas Jimin se enfia entre os restos de comida, passando o lixo pelo seu corpo para disfarçar mais o cheiro falso, já que mais e mais membros da gangue chegam no clube.

O confronto continua por longos minutos e por longos minutos o alfa chora temendo por sua vida, chora pelo Taeyang, chora por não ter ouvido sua matilha. Tudo que ele mais quer agora é estar rodeado de amor, abraços quentinhos e o sofá confortável.

A percepção de tempo do adolescente está distorcida devido ao excesso de traumas que passou em poucos minutos enquanto chorava em silêncio, tremia, em meio ao lixo.

Uma nova gritaria soa, mas dessa vez é diferente. Os lobos estão fugindo do lugar.

Barulho de carros e motos também se fazem presente e se vão na mesma velocidade que surgiram.

Então, silêncio.

Jimin arregala os olhos e lentamente ergue a cabeça para checar o local ao seu redor.

Não tem ninguém.

Ele teme sair do esconderijo, mas necessita sair para chegar logo em casa, para fugir daquele pesadelo.

A cabeça do adolescente funciona tão rápido que pensamentos racionais são escassos, ele está agindo pelo instinto de sobrevivência.

Todo o caminho anterior é feito na metade do tempo graças ao desespero. A todo momento Jimin olha para trás, mas nada vê.

As lágrimas não param de descer pelo rosto sujo do adolescente, mas ele não sente, não percebe.

Jimin não sente mais nada.

Pela primeira vez em todas as fugas, o adolescente entrou rápido pelo túnel, que dá para a casa da horta e logo fechou a entrada empilhando tudo ali.

Como voltava suado das brigas e com cheiro de outros lobos, Jimin sempre deixou um sabonete escondido na pequena casinha, que tem itens de jardinagem, para tomar banho ali mesmo.

A peruca, próteses, roupas e sujeira são arrancados com tanta agressividade que marcam a pele sensível do jovem alfa. Ele não consegue controlar a urgência de se livrar logo de todo aqueles itens tão artificais e tão incômodos de si.

A roupa agora vestida é um antigo conjunto de casaco e calça moletom usando pelo Jimin para plantar. É graças a essa vestimenta que ele não entra pelado para a casa.