.𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐍𝐎𝐕𝐄 ⋆

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Alexis abaixou o vidro do carro e pôs a mãos sobre ele, observando a casa. Parecia um cachorrinho passeando pela primeira vez, curioso pelo mundo.

⸻ Isso, my casa.

Concordei.

⸻ Então está entregue — disse. ⸻ Vou deixar o carro na garagem e pedir um uber para casa.

O mexicano se virou na minha direção quase instantemente, com uma expressão de reprovação.

⸻ Não, Cami — resmungou. ⸻ Você não pode, ˈtá tarde.

Achei engraçado seu jeito de falar. Tinha um bico em lábios e sua fala era arrastada e anasalada.

⸻ Justamente por estar tarde que preciso ir.

Quackity balançou a cabeça negativamente tão rápido que seus cabelos que estavam para fora da nuca se balançaram freneticamente. Ainda mantinha o bico.

⸻ Entra comigo, pelo menos — pediu. ⸻ Vai que eu caio e abro a cabeça e fico ali no chão sozinho sem ninguém para me ajudar. Você vai se sentir mal se souber que eu poderia ter sido salvo se você estivesse comigo.

Arregalei os olhos. Que porra de imaginação este homem tem?

⸻ Tá bom! Vou levar você, te esperar tomar banho e ir para casa, mas depois vou embora, ok? — Quackity assentiu, mas seu sorriso travesso me assustava.

Após estacionar o carro na garagem, ajudei Alexis a sair do mesmo e adentrar sua casa, depois de uma árdua briga com as chaves da porta e a fechadura – sem brincadeira, acho que ficamos uns cinco minutos só nisso – e quando enfim entramos ainda precisei o ajudar a subir para o segundo andar. Como esperava, sua casa era muito bonita por dentro e tinha móveis e itens que tinha quase certeza que haviam custado uma boa grana.

⸻ É por ali — apontou para uma porta ao fim do corredor, ainda apoiado em mim.

Caminhamos juntos até lá e quando abri a porta me deparei com uma suíte muito bonita, toda decorada com tons de branco e preto. Era bem a cara de Alexis, sendo sincera. Falando nele, assim que entramos no cômodo, correu até sua cama e se jogou nesta o fazendo quicar um pouco no colchão.

⸻ Vem, Milla — me chamou dando palmadinhas ao seu lado.

O olhei confusa.

⸻ Que nada — respondi. ⸻ Você tem que tomar um banho para melhorar dessa bebedeira e eu tenho que ir embora.

Alex murchou, voltando com o bico em lábios.

⸻ Tá bom — revirou os olhos. ⸻ Você odeia mesmo diversão.

⸻ Não sei que diversão você queria comigo naquela cama, patinho, mas não vamos ter — constatei e em seguida Alex caiu na gargalhada.

⸻ Eu só queria brincar de ficar pulando — respondeu depois de passar um bom tempo rindo. ⸻ Você é maldosa, Camilla! — Abri e fechei a boca inúmeras vezes sem saber o que dizer, essa havia me pego de surpresa.

E antes que eu pudesse responde-lo, o homem foi saltitando até o banheiro da suíte, acredito que para tomar banho.

⸻ Não caí no box, pelo amor de Deus! — gritei do quarto e o ouvi responder com um "Ok, madame!". Talvez fosse bom pegar uma garrafa de água para ele, para o ajudar a ficar realmente sóbrio. ⸻ Vou na cozinha pegar água, não se mata e é pra tomar banho gelado. — E o ouvi confirmar novamente.

Desci rapidamente as escadas e tentei achar a cozinha. Tinha me esquecido que não conhecia absolutamente nada daquela casa e o pior era que pela noite e as luzes apagadas, mal conseguia ver naquela penumbra. Após errar um cômodo ou dois, finalmente achei a cozinha – que assim como o resto da casa era muito bonita – e fui até a geladeira procurando por alguma jarra de água. Assim que a encontrei e peguei um copo num dos armários, voltei para o andar de cima.

𝐒𝐓𝐑𝐀𝐖𝐁𝐄𝐑𝐑𝐘 𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒, quackityOnde histórias criam vida. Descubra agora