Hashira •Sanemi Shinazugawa•

24

Me pergunto se ela está bem, se Genya está bem... Sem notícias deles a tanto tempo que estou começando a cogitar ir atrás de todos e trazê-los de volta para o meu lado.

Eu andava para um lado e para o outro sozinho em casa, esperando o momento certo de tomar coragem para ir atrás deles contra a vontade do mestre, foi até que eu pisei forte no chão e fui em direção a entrada da minha mansão.

— SANEMI-KUN!!!— Eu ouvi uma voz animada e quando menos esperei eu estava segurando alguém em meus braços e por mais que eu quisesse que fosse Natsumi, não era, aquele não era seu perfume.— Nossa que saudade eu senti de você, nunca mais veio me ver depois daquele episódio na vila.

— Kyoko, bom vê-la.— Eu a soltei.— O que te trás aqui?— Fiquei sério ao perguntar.

— Oras, só vim visitá-lo, saber como está você, veja, minha família mandou isso.— Ela me entregou um envelope.

Eu o peguei e assim que eu estava prestes a abrir, eu senti o cheiro mais doce e cheiroso que eu pude sentir na minha vida.... Com um leve toque de ferrugem, olhei para frente e vi Natsumi entrar completamente machucada, mas seu sorriso se mantinha no rosto.

Eu fui até ela abraçando seu corpo fortemente e apenas parei quando eu a ouvi grunhir de dor.

— Estou de volta Shinazugawa-kun.— Ela aparentava está cansada.— Olá, quem é você?— Ela caminhou até kyoko.— Bem, não importa, eu preciso descansar.— Ela saiu capengando e entrou na casa.

Eu a observava de longe e pude perceber o seu dragão que estava no pescoço e não na coxa, mas deixei de observa-la quando Kyoko chamou minha atenção.

— Vejo que está com uma hóspede na sua casa, bom voltarei em outro momento.— Ela se curvou e saiu de minha mansão.

Caminhei para dentro de casa e fui até o andar de cima, ela estava no banho pois eu ouvia o chuveiro ligado, decidi deixá-la tomar banho e relaxar então desci as escadas novamente me deparando com Genya que caminhava ansiosamente.

— O que foi, pirralho?— Passei por ele e fui até a cozinha.

— Sanemi, eu preciso te falar algo...— Ele entrou na cozinha juntamente comigo.

— Fala, o que foi?

— Eu queria me desculpar com você...

— Olha, tá tudo bem, a gente diz coisas ruins quando estamos com raiva.— Sorri e continuei a preparar algo para Natsumi-san.

— Eu tenho comido demônios....

— Você o que?— Eu virei lhe encarando com um olhar mortal!— O que você disse? Demônios? Você os come?

Genya estava estático e eu estava com raiva transbordando de todos os lugares possíveis de mim, quem me visse poderia ver que meu poró estavam dilatados de tanto ódio por ter ouvido aquela barbaridade.
Fui até Genya pronto para bater nele, mas Genya foi lançado para o lado de fora da casa quebrando a parede que separava a cozinha do quintal.

— Shinazugawa!! Pare já com isso, eu não vou deixar com que você o machuque!!— Natsumi apareceu defendendo Genya de mim.

— Quem você pensa que é para está se metendo em assuntos de família assim?

— Eu sou parte da família!

— Não é!! Agora saia da minha frente.— Eu estava tomado pela raiva e pelo ódio.

— Genya tem se esforçado, isso é uma grande habilidade, se não fosse por ele eu teria morrido, ele teria morrido!

— Pouco me importa!!! Não somos irmãos, eu não tenho irmão.— A raiva tinha tomado conta de mim, olhei para Genya e ele estava em choque e com os olhos marejados.

Natsumi me olhava assustada, ela segurou Genya e se afastou de mim com ele, entrou em casa com Genya e o levou para o seu quarto ficando lá o resto do dia.

Eu passei o resto do dia treinando para que eu pudesse me acalmar, mas parecia que tudo tirava em torno de como meu irmão resolveu fazer da própria vida um desastre.
Depois de lutar tanto, tirei minha camisa e entrei em casa me deparando com Natsumi vestida apenas com um hobbie branco e levemente transparente, ela estava com alguns machucados e seu cabelo estava preso em um coque mostrando ainda que seu dragão permanecerá no mesmo lugar.

— E esse dragão aí?— Perguntei pegando um pouco de água para beber.

— Longa história.— Ela respondeu seca.

— Vai ficar assim comigo até quando?

— Não sei, não sou sua e nem parte de sua família para lhe dirigir quaisquer tipo de palavra.

Eu suspirei e tentei continuar minha fala, mas ela me interrompeu.

— Você é um grande babaca, seu irmão tentando te ajudar e treinando..

— Eu não quero isso, eu quero que ele pare com isso.

— Você não vê?

— Ver o que? Ver meu irmão estragando a própria vida? Ele podia ter filhos, uma esposa e um bom lar.

— Ora, deixe de ser egoísta!!!!!— Ela bateu na mesa.— Você não foi o único que sofreu, o único que perdeu! Genya estava e está no mesmo barco que você e a única coisa que ele quer é acabar com o MALDITO do Muzan para poder viver em paz com a única família que restou a ele.— Ela suspirou.— Imagine como é doloroso ouvir a rejeição da sua única família, Sanemi como você consegue ser assim? Sei que não quer que Genya viva a vida que você vive, mas ele quer e não vai mudar isso dele.

— Mas...

— Mas nada!!!! Ele é seu irmão, sangue do seu sangue e amor do seu amor. Seja um irmão descente e lhe peça desculpas e desculpas sinceras, ele ama você!! É o único abrigo dele, deixe de ser Imbecil e o apoie.

Depois de toda aquela bronca, ela saiu plena como se estivesse aliviada por tudo o que foi capaz de me falar, eu olhei para o quintal e por um momento vi Genya e eu crianças prometendo que iríamos proteger a nossa família, eu me culpei pela morte da mamãe por tanto tempo... Se foi difícil para mim, imagine para ele que não sabia nem o que estava acontecendo no momento do acontecido.

Genya.... Me desculpa.